REFLEXÕES SOBRE SABERES NECESSÁRIOS PARA A CRIAÇÃO E COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTOS DE MULHERES CAMPESINAS EM VALENÇA (BA)
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v7n14p143-168Resumo
A proposta deste artigo é refletir sobre os saberes necessários para a criação e compartilhamento de conhecimentos de mulheres Campesinas em Valença (BA). Esta reflexão surge das experiências vivenciadas pelos autores em pesquisa de doutorado, assim como a participação dos mesmos no Projeto de pesquisa e extensão vinculado à Universidade do Estado da Bahia – UNEB, intitulado Maria Camponesa. Os sujeitos da pesquisa são mulheres agricultoras e pescadoras do município de Valença (BA) que manejam seus saberes e práticas para garantir sua sobrevivência e perpetuação, o que revela a relevância de pesquisas dessa natureza. Sendo assim, surgiu o seguinte questionamento: quais os saberes necessários para a criação e o compartilhamento de conhecimentos entre mulheres campesinas? A metodologia utilizada para obtenção dos resultados foi a pesquisa-ação. A coleta de dados realizou-se através de questionários, rodas de conversa, oficinas para diálogo entre saberes e, especialmente, com aplicação de técnicas inerentes ao Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Os resultados apontam até o momento que os saberes necessários para criação e difusão do conhecimento entre mulheres do campo, assumindo esse conhecimento como uma inovação, precisam ser difundidos e adotados no sistema social e a sua essência está no conhecimento cristalizado em ações e mudanças de atitudes.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Kaio César Damasceno; FISCHER, Izaura Rufino. A mulher na pesca artesanal: discutindo gênero, divisão sexual do trabalho e conservação ambiental nos ambientes estuarinos do litoral norte pernambucano. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/4688.htm>. Acesso em: 12 de Nov. de 2014.
DIEGUES, Antonio Carlos Santana. A interdisciplinaridade nos estudos do mar: o papel das ciências sociais. 2003. Disponível em: <http://www.nuredam.com.br/files/divulgacao/artigos/interdisciplinaridade%20nas%20ciencias%20sociais_Diegues.pdf>. Acesso em 22 de Dez. de 2014.
_____. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: HUCITEC, 2001.
______. Povos e Mares: por uma sócio-antropologia marítima. NUPAUB-USP: São Paulo, 1995.
______, Antônio Carlos. Pescadores, Camponeses e Trabalhadores do Mar. São Paulo: Ática, 1983.
ESTEVES, Uliana. Saberes do mangue: relação “mulher- ambiente” na comunidade pesqueira de Batateira, Cairú-Ba. 2007. Monografia. Universidade Federal da Bahia, Escola de Filosofia e Ciências Humanas, Salvador, 2007.
FREIRE, Paulo. Á sombra desta mangueira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
GERMANO, M. G. Uma nova ciência para um novo senso comum.Campina Grande, PB: EDUEPB, 2011. 400 p.
GONÇALVES, Alícia Ferreira. Experiências em economia solidária no Estado do Ceará. Campinas: UNICAMP/CMU – Publicações; Arte Escrita, 2009.
LEITÃO, Maria do Rosário de Fátima Andrade et al. Mulheres Pescadoras: a construção da resistência em Itapissuma..(2009). Disponível em: < http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-1668-2.pdf >. Acesso em: 12 de Dez. de 2014.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001.
MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
MORIN, E. Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2005.
MORIN, E. O método 3: conhecimento do conhecimento. Tradução de Juremir Machado da Silva. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008. 286p.
MOTA, Ednaceli Abreu Damasceno. Saberes e conhecimentos docentes: experiências da formação e experiências da profissão. Dissertação (mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, 2005.
MOURA, Margarida Maria. Camponeses. São Paulo: Ática, 1986.
NEVES, Rubem Castro. Difusão de Conhecimentos e mobilização social para adoção da política pública do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento da Bahia. Tese de Doutorado. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2015.
OLIVEIRA, Neusa Maria. Rainha das águas e dona do mangue: um estudo do trabalho feminino no ambiente marinho. 1993. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol10_n1e2_1993/vol10_n1e2_1993_6artigo_71_88.pdf>. Acesso em 20 de Dez. de 2014.
ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo. Rio de Janeiro: FINEP, 2004.
PAULINO, Eliane Tomiasi; ALMEIDA, Rosemeire Aparecida. Terra e território: a
questão camponesa no capitalismo. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
POLANYI, Karl. A grande transformação. As origens de nossa época. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
ROGERS, E. M. Diffusion of innovation. 5th. edition. New York: The Free Press, 2003.
SABBAG, P. Y. Espirais do Conhecimento: ativando indivíduos, grupos e organizações. São Paulo: Saraiva, 2007.
SCOTT, Joan. Gênero: Uma Categoria Útil de Análise Histórica. Disponível em: < https://archive.org/details/scott_gender>. Acesso em 20 de dez de 2014.
SHANIN, Teodor. A definição de camponês: conceituações e desconceituações – o velho e o novo em uma discussão marxista. 2005. Disponível em: <http://mstemdados.org/sites/default/files/1456-4239-1-PB.PDF>. Acesso em: 05. de Dez. 2014.
SOUSA SANTOS, Boaventura de. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.
______ (org). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
______. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, p 237-280, 2002. Disponível em: <http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1299961> Acesso em: 12 de jul de 2013.
STOPILHA, Ana Lícia de Santana. Saberes e práticas das Marias Marisqueiras da comunidade de Mangue Seco: uma investigação sobre mariscagem em Valença (BA). Tese (doutorado). Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2015.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. Projeto de pesquisa e extensão Maria Camponesa. Valença: Campus XV, 2016-2018.
VIANNA, L. P. De invisíveis a protagonistas: populações tradicionais e unidades de conservação. São Paulo: Annablume; FAPsESP, 2008.
WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. Raízes históricas do campesinato brasileiro. 1996. Disponível em: <http://www.reformaagraREFLEXÕES SOBRE SABERES NECESSÁRIOS PARA A CRIAÇÃO E COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTOS DE MULHERES CAMPESINAS EM VALENÇA (BA).riaemdados.org.br/sites/default/files/Ra%C3%ADzes%20Historicas%20do%20Campesinato%20Brasileiro%20-%20Maria%20de%20Nazareth%20Baudel%20Wanderley%20-%201996.pdf>. Acesso em: 22 de Dez. de 2014.
WOORTMANN, Ellen Fensterseifer. Da complementaridade à dependência: espaço, tempo e gênero em comunidades pesqueiras' do Nordeste”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 18, p. 41-60, 1992.
WOORTMANN, Klaus. “Com parente não se neguceia”: o campesinato como ordem moral. In: Anuário Antropológico 87. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1990.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores concedem à revista Ambivalências todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.