ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL NO ALTO VALE DO JEQUITINHONHA – ARTESANATO E TURISMO DE EXPERIÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v7n14p57-76Resumo
Espaços como o Vale do Jequitinhonha carregam consigo ingredientes que combinam verti- calidades e horizontalidades, sociedade e ambiente, drama e esperança. Nesse sentido, bus- camos traduzir o Alto Vale do Jequitinhonha Mineiro enquanto espaço de combinações entre a pobreza no rural - explorada pelas verticalidades da atividade canavieira de São Paulo - e a riqueza do rural - aflorada pelas horizontalidades traduzidas pela arte das “viúvas de maridos vivos” da Comunidade de Coqueiro Campo, município de Turmalina. Para isso, utilizamos a perspectiva da formação sócio-espacial, como opção de método, para se pensar a espa- ciologia daquele lugar, ou seja, de que forma ocorrem as interações entre diferentes escalas e, de que forma afloram novos tipos de organizações sócio-produtivas enquanto estratégias de superação de um drama histórico, impulsionado pelo que intitulamos “externalidades hegemônicas”. Cabe destacar que, esse movimento têm contribuído para a manutenção de duas faces do desenvolvimento local, uma atrelada à transferência garantida e minguada de renda das atividades de colheita da cana, e outra, mais recente, que é resposta e grito, da transformação do barro em arte nas “Bonecas do Vale”, carregadas do mineral e do drama, particulares da região. Esse artesanato, entendido aqui como o terroir do Alto Vale, tem impulsionado o turismo a partir da hospedagem solidária e da vivência com as práticas de coleta e manipulação do barro. Peças e histórias que já conquistaram reconhecimento internacional e têm contribuído para o resgate da esperança e para a formação de importante fatia de renda às famílias camponesas-artesãs.
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