ESTADO, NAÇÃO E REGULAÇÃO DA REPRODUÇÃO SOCIAL
UM ESTUDO COMPARATIVO SOBRE CIDADANIA, GÊNERO E RAÇA NAS POLÍTICAS SOCIAIS BRITÂNICAS (1908-1948)
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v10n19p216-252Resumo
Neste artigo, a partir da Teoria da Reprodução Social (TRS), apresentamos um estudo comparativo entre dois momentos da história do Reino Unido onde os tensionamentos entre cidadania e políticas sociais explicitaram as contradições de gênero, raça e classe que regulam a reprodução social no modo de produção capitalista. Os períodos em comparação se notabilizaram pela expansão das políticas sociais por parte do Estado britânico: seja na virada do século XX, quando os esboços de uma política social mais centralizada foram implementados no auge do imperialismo, seja no pós-Segunda Guerra, período em que um novo paradigma macroeconômico surgiu acompanhado de alterações substanciais na regulação da reprodução social. Em ambos os casos, ressaltamos o papel do Estado nessa regulação, e apontamos como o nacionalismo que dá sentido e limites a tal Estado-nação é componente central da regulação racializada e generificada do acesso aos meios de subsistência por parte das diversas frações da classe trabalhadora no Reino Unido. Mostramos também como esse processo envolveu a redefinição daqueles considerados aptos a integrarem a comunidade nacional e a possuírem um acesso mais completo aos benefícios advindos da posição da Grã-Bretanha na economia mundial. Por fim, ressaltamos como tal acesso, mediado de diversas maneiras, resulta em diferentes experiências de classe tanto na esfera da produção como na da reprodução para essas diferentes frações. Fatores como domesticidade, família e trabalho assalariado tornam-se diferenciadores sociais que estabelecem hierarquias no interior da classe trabalhadora entendida de maneira ampliada a partir da TRS.
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