GÉNERO E EDUCAÇÃO: O ACESSO À EDUCAÇÃO E O EMPODERAMENTO DE MULHERES EM CONTEXTO DE MIGRAÇÃO FORÇADA EM PORTUGAL
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v11n21p10-39Resumo
O presente artigo debruça-se sobre os resultados alcançados numa investigação centrada em compreender a realidade psicossocial de mulheres refugiadas em Portugal no âmbito de uma investigação de mestrado em Relações Interculturais. O principal objetivo foi analisar e refletir sobre as trajetórias migratórias, de resiliência e de integração, determinando quais as principais dificuldades e quais os principais fatores protetores presentes na situação de refúgio, de acordo com os significados que as mulheres atribuem às suas experiências. Nesse sentido, foram realizadas 9 entrevistas semiestruturadas e em profundidade a mulheres oriundas do Iraque, Líbia e Síria. O estudo desvelou um conjunto diversificado de dificuldades e de fatores protetores, sendo um dos temas mais prementes o acesso à educação. Assim, este artigo focar-se-á nas dificuldades e importância de acesso à educação para mulheres em contexto de migração forçada, na relação estabelecida entre o acesso à educação e a autonomia e empoderamento, bem como nas políticas públicas portuguesas nesta matéria, dando-se destaque ao estatuto do estudante em emergência por questões humanitárias, ao abrigo do qual sete das entrevistadas prosseguiram os estudos interrompidos pela guerra nos seus países de origem. Da investigação conclui-se a absoluta importância da garantia de acesso à educação para mulheres refugiadas, tendo tal salvaguarda implicações no acesso ao emprego qualificado, no estabelecimento de redes sociais, na diminuição do stress da aculturação, da exploração laboral e de outras vulnerabilidades e, por fim, na conquista da autonomia e do empoderamento pelas mulheres.
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