JUREMA E TRANSIÊNCIA ONTOLÓGICA

DAS MATAS ÀS CIDADES, DO BRASIL A PORTUGAL

Autores

  • Aparecida Santana de Jesus Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
  • Rui Sá Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Centro de Administração e Políticas Públicas https://orcid.org/0000-0001-6407-4541

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v11n22p49-75

Resumo

O presente artigo tem como objeto de análise a interação da planta jurema com o humano em novas paisagens ritualísticas e espirituais. Existe um legado histórico e cultural conexo dos estudos sobre a jurema no Brasil, ainda fortemente relacionados com o seu uso no âmbito das religiões de matriz africana e indígena. No entanto, essa conexão parece estar a proporcionar novos vínculos através de fluxos emergentes e interações que vão além dessas estruturas e limites tradicionais. Pretende-se assim, contribuir para uma melhor compreensão daquilo que são transiências ontológicas a partir do estudo de caso da jurema que parece transcender não só a sua própria categoria de planta, mas também a posição que ocupa no espaço através da sua expansão cultural para Portugal. Partindo da lente científica da Antropologia tem sido possível, através do método etnográfico, submergir nessa intrincada relação planta-humano, analisando a transição dos cenários por onde a jurema está trilhando. Para isso, a partir da realização de trabalho de campo no Brasil (2019 a 2021) e em Portugal (iniciada de forma exploratória em 2022) foi-se perscrutando essa relação que permitiu estabelecer diálogo direto com alguns interlocutores. Neste sentido, as primeiras impressões em torno dos rituais de jurema praticados em Portugal, estes “outros” sujeitos parecem procurar um desenvolvimento mediúnico; melhoria de condições vida e bem-estar em todos os campos (físico, mental, financeiro, espiritual); superação de dificuldades, projetando na entidade jurema: um apoio, um auxílio, ensino e força para prosseguirem a sua vida terrena.

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Biografia do Autor

Aparecida Santana de Jesus, Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

Doutoranda em Antropologia na Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Sergipe.

Rui Sá, Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Centro de Administração e Políticas Públicas

Rui Miguel Moutinho Sá é antropólogo ambiental e atualmente é professor auxiliar convidado de Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP/ULisboa) e investigador associado do CAPP- Centro de Investigação em Administração Pública e Políticas Públicas. Concluiu seus estudos de pós-doutorado em Doenças Infecciosas Comuns aos Humanos e Primatas Não Humanos na Universidade de Ciências Veterinárias e Farmacêuticas, República Tcheca, entre 2012-2014. Em 2013 concluiu o Doutoramento em Antropologia, Especialização em Antropologia Biológica e Etnoecologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Possui também um Mestrado em Biologia Humana e Evolução em 2007 pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e uma Licenciatura em Antropologia, especialização em Relações Etno-Culturais em 2003 pela Universidade de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Políticas. De 2014 a 2019 fundou a Licenciatura em Ciências do Mar e do Ambiente na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau onde também dirigiu o Departamento de Ciências Ambientais da mesma instituição.

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Publicado

05-02-2024

Como Citar

SANTANA DE JESUS, Aparecida; MOUTINHO SÁ, Rui Miguel. JUREMA E TRANSIÊNCIA ONTOLÓGICA: DAS MATAS ÀS CIDADES, DO BRASIL A PORTUGAL. Ambivalências, São Cristóvão-SE, v. 11, n. 22, p. 49–75, 2024. DOI: 10.21665/2318-3888.v11n22p49-75. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/20035. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Paisagens em transição