COMPANHIA DE APRENDIZES MARINHEIROS DE SERGIPE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE CORPO E GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v2n3p153-169Resumo
A escrita do presente trabalho tem como objetivo principal analisar as questões que versam sobre a História do Corpo e sobre as questões de gênero na Companhia de Aprendizes Marinheiros de Sergipe. Esta instituição militar iniciou suas atividades em abril de 1868 e tinha o objetivo de atender os meninos órfãos e desvalidos maiores de sete anos. Seu intuito era que eles servissem de mão de obra especializada à Marinha e ao Brasil. Tal instituição estava destinada à formação específica de marujos e funcionava como escola em regime de internato. Nela, oficialmente os aprendizes tinham direito à alimentação, fardamento, material escolar, soldo mensal, bem como assistência médica e religiosa. Para alcançar nosso objetivo, estruturamos o texto em três momentos. Inicialmente dissertaremos a respeito de algumas discussões sobre as prescrições para o corpo na escola e sobre gênero. Em seguida sobre a instituição militar sergipana e sua atuação como viveiro de formação de pessoal para a Armada. Por fim, demonstro os artifícios utilizados pela Companhia de Marinheiros para disciplinarizar crianças e jovens do sexo masculino com o intuito de torna-los sujeitos úteis a si e a pátria, utilizando como base as prescrições médicas e higienistas para pôr em prática os ideais de modernidade anunciados pela República. Dessa maneira, concluímos que não apenas existia o controle e poder sobre os aprendizes marinheiros, mas também quão intensa era a disciplina dentro da instituição. Ressalta-se que a presente análise está alicerçada nas contribuições do sociólogo Norbert Elias e do filósofo Michel Foucault. As fontes utilizadas foram: legislação nacional, relatos de governo, mensagens presidenciais, correspondências e ofícios diversos.
Palavras-chave: Instituição; Educação do corpo; Gênero.
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