A SEXUALIDADE COMO ELEMENTO GESTOR DAS RELAÇÕES NAS UNIDADES DE CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v6n12p74-104Resumo
A adolescência se configura como um período da vida de transformações corporais e peculiaridades na vivência da sexualidade. No caso dos adolescentes que cumprem medida de privação de liberdade, os agentes socioeducativos precisam lidar com os impasses e dificuldades que emergem das expressões da sexualidade. Dessa forma, colocamos em análise o olhar do agente socioeducativo a respeito do exercício da sexualidade dos adolescentes em três unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE), no município do Rio de Janeiro, com a diferenciação e comparação entre as unidades masculinas e a feminina. A pesquisa surge em 2015 a partir da participação no Projeto Parcerias, extensão da UFRJ, que atuou em uma unidade masculina de internação, com grupos constituídos pelos adolescentes em cumprimento de medida e com os agentes socioeducativos. Percebemos que o assunto era evitado e silenciado ao máximo e, portanto, realizamos uma pesquisa através de entrevistas com perguntas semiestruturadas, com restituições em um segundo momento. Os objetivos são: apresentar a legislação e a base teórica acerca da sexualidade na adolescência e das relações entre os adolescentes que cumprem medida nas unidades socioeducativas de internação; verificar como os agentes socioeducativos percebem a sexualidade dos e das adolescentes no período de internação; e evidenciar as diferenças entre as unidades masculinas e a feminina nessa vivência.
Downloads
Referências
ARMAS, H. Explorando os vínculos entre sexualidade e direitos para enfrentar a pobreza. In: CONRWALL, A.; JOLLY, S. Questões de sexualidade: ensaios transculturais. Rio de Janeiro: ABIA, 2008. p. 59-68.
BANDEIRA, A. L. V. V.; FLORÊNCIO-DA-SILVA, M. C.; MARCONDES, N. C. Sapataria na Fundação Casa: entre o ser e o estar lésbica. In: OLIVEIRA, L.; ROSENBLATT, F. F.; MELLO, M. M. P. Para além do Código de Hamurábi: estudos sociojurídicos. Recife: ALIDI, 2015. p. 71-82.
BORBA, R. A linguagem importa? Sobre performance, performatividade e peregrinações conceituais. Cadernos Pagu, n 43, p. 441-474, jul-dez 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0104-8333201400430441. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Lei 8.069, Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Lei 12.594, Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, de 18 de janeiro de 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12594.htm. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Portaria Interministerial n. 1426, de 14 de julho de 2004. Aprova as diretrizes para a implantação e implementação da atenção à saúde dos adolescentes em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória, e dá outras providências. Disponível em: http://dtr2001.saude. gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/GM-1426.htm. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Portaria n. 647, de 11 de novembro de 2008. Aprova as normas para a Implantação e Implementação da Política de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória – PNAISARI. Disponível em: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2008/prt0647_11_11_2008.html. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BRASIL. Portaria n. 1082, de 23 de maio de 2014. Redefine as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação Provisória (PNAISARI). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/ 2014/prt1082_23_05_2014.html. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FOUCAULT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
IGNÁCIO, P. S.; CAVOUR, F. S. Os caminhos da restituição: a afirmação de outros modos de fazer pesquisa e de se fazer pesquisador. In: COIMBRA, C. M.; AYRES, L. S. M.; NASCIMENTO, M. L. Pivetes: encontros entre a psicologia e o judiciário. Curitiba: Juruá Editora, 2010. p. 70-76.
ILANUD; UNICEF. Direitos sexuais. In:_____. Guia teórico e prático de medidas socioeducativas. 2004. p. 86-90. Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/politica_socioeducativa/doutrina/Guia_teorico_e_pratico_de_medidas_socioeducativas_ILANUD.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
JIMENEZ, L.; DALTIN, D.; NEVES, R. Direitos sexuais e reprodutivos de crianças e adolescentes: desafios para as políticas de saúde. Saúde em debate, Rio de Janeiro, v. 39, n.7,. p. 1092-1104, 2015.
MELO, E. Direito e norma no campo da sexualidade na infância e adolescência. In: UNGARETTI, Maria América (Org.). Criança e adolescente: direitos, sexualidade e reprodução. São Paulo, ABMP, 2010. Disponível em: http://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/livro_crianca_e _adolescente_direitos_sexualidades_reproducao.pdf. Acesso em: 24 de janeiro de 2019.
LEITE, V. A sexualidade adolescente a partir de percepções de formuladores de políticas públicas: refletindo o ideário dos adolecentes sujeitos de direitos. Revista Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 89-103, 2012.
LEMOS, A. G. A. Vai depender de como tá a pista: a rede de atendimento socioeducativo e a reiteração do ato infracional. 2017. 120 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
LOURAU, R. René Lourau na UERJ: Análise Institucional e Práticas de Pesquisa. Rio de Janeiro: UERJ, 1993.
PEREIRA, I. P. S. Adolescentes e o exercício da sexualidade: uma análise no espaço de privação de liberdade. ARACÊ: Direitos Humanos em Revista, ano 3, n. 4, p. 30-44, 2016.
SALLES FILHO, B. F. Agente educacional, uma prática de amor e ódio no atendimento ao adolescente em conflito com a lei. 2003. Tese (Doutorado em Saúde) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores concedem à revista Ambivalências todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.