Aracaju anfíbia

representações dos espaços hídricos pelas populações ribeirinhas do estuário do rio Sergipe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v12n23p219

Palavras-chave:

Grande Aracaju. Malha fluvial. Populações ribeirinhas.

Resumo

Este escrito busca apresentar de forma mais panorâmica uma experiência com as regiões ribeirinhas que compõem os corpos hídricos da cidade de Aracaju e área metropolitana da Capital, e que formam a chamada Bacia Costeira do rio Sergipe, com ênfase sobre dois municípios dessa área geográfica: Aracaju, a capital do estado, e Nossa Senhora do Socorro, regiões cobertas pelos três rios investigados: rio Poxim, o rio do Sal e o rio Sergipe. Boa parte da literatura identificada como antropologia da pesca ou sobre populações ribeirinhas trata sobre populações amazônicas ou em ambientes marinhos, o que nos fez recorrer à tradição de estudos antropológicos que trata o tema muito de passagem, e sobre aspectos que não dizem respeito, necessariamente ao tema que nos tocou trabalhar aqui, no caso, modos de vida e estratégias de sobrevivência nesse ambiente fluvial. Para tanto, recorremos também a outras áreas de estudos específicos que tratam dos modos de vida em regiões estuarinas. Apresentamos, aqui, um esboço acerca da importância dos rios na constituição histórica de Aracaju e os efeitos do desenvolvimento urbano sobre o ambiente fluvial e sobre as populações ribeirinhas, as quais, quase sempre passam despercebidas nas estatísticas oficiais ou nas políticas públicas relacionadas à gestão do patrimônio ambiental, desenvolvem sofisticados sistemas de interação social e profundas experiências comunicativas que qualificam e requalificam constantemente os modos distintos de vida às margens desse complexo aquático.

Submissão: 16 mai. 2024 ⊶ Aceite: 23 jun. 2024

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Publicado

27-06-2024

Como Citar

RAFAEL, Ulisses Neves; SANTOS, Ana Caroline da Paz; SANTOS, Igor Tadeu Dias dos. Aracaju anfíbia: representações dos espaços hídricos pelas populações ribeirinhas do estuário do rio Sergipe. Ambivalências, São Cristóvão-SE, v. 12, n. 23, p. 219–242, 2024. DOI: 10.21665/2318-3888.v12n23p219. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/n23p219. Acesso em: 18 out. 2024.

Edição

Seção

Artigo