O “chefe para a vitória”
narrativas sobre Paulo Machado de Carvalho em três jornais brasileiros durante a Copa de 1958
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v12n24p35Palavras-chave:
Futebol. Copa do Mundo 1958. Seleção Brasileira. Gestor.Resumo
O fenômeno esportivo é um ambiente fértil para a produção de narrativas sobre modelos de sociedade. Eventos como a Copa do Mundo de futebol masculina, especificamente no Brasil, possuem uma relação intrínseca com os meios de comunicação. Suas narrativas indicam as disputas constantes na sociedade. Este artigo vai apresentar o que consideramos a embrião da narrativa do gestor no esporte como alguém fundamental para organizar o talento e as ações dos atletas dentro de campo. Na Copa do Mundo de 1958, quando a seleção brasileira conquista o seu primeiro título, vamos, através da análise crítica de narrativa de três periódicos brasileiros, indicar qual foi o papel do “chefe” Paulo Machado de Carvalho no mundo criado pelos jornais. Escolhemos os jornais O Globo, Folha da Manhã e Jornal do Brasil pela relevância na produção de narrativas no contexto brasileiro daquela época. De maneira mais específica os dois primeiros por também se constituírem com porta-vozes da elite nacional. Da estreia da seleção até o dia do desembarque da delegação no Brasil, selecionamos todas as reportagens que abordam o tema seleção brasileira e as contabilizamos, chegando ao total de 401. Em seguida, contabilizamos as menções aos membros da comissão técnica da seleção, de forma mais específica: Paulo Machado de Carvalho (19) e Vicente Feola (85).
Submissão: 21 jul. 2024 ⊶ Aceite: 03 set. 2024
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