PERI TYXHS, Sobre a Fortuna, de Plutarco

Autores

  • Luciene Lages Silva Universidade Federal de Sergipe/UFS-Ita
  • Vladimir Gonçalves Lachance Universidade de São Paulo/FE/USP

Palavras-chave:

Sobre a Fortuna, Plutarco, Grego

Resumo

Plutarco, em geral, é identificado como um platonista, argumento pautado entre outras coisas em sua interpretação do Timeu e outros tratados polêmicos contra os Estoicos e Epicureus. Certos estudiosos como K.M. Westaway (1922, p. 31) defendem que na mente de Plutarco a filosofia e a religião estão conectadas de modo vital, há, em seu pensamento, uma relação de reciprocidade entre o uso da razão e a piedade para com os deuses. O tratado Sobre a Fortuna de Plutarco é um escrito de filosofia ética, de caráter polêmico, em certo sentido, é uma defesa da liberdade humana, notadamente da autonomia intelectual e moral do homem, contra um determinismo nas ações humanas, que poderia identificar a τύχη, tyche (fortuna, sorte, acaso) como ilimitada ou com o destino, excluindo assim qualquer domínio do ser humano sobre a virtude e o vício. Plutarco constrói sua própria teoria a respeito do tema, critica outros autores que lhe pareceram equivocados, tais como estóicos e epicuristas, refutando a doutrina daqueles que consideravam que a τύχη, tyche, governava a vida dos homens e defendendo a importância, o valor da εὐβουλία (prudência) e da φρόνησις (inteligência), virtudes indispensáveis para viver bem e feliz...

Recebido em 07/10/2018
Aprovado em 27/11/2018

Referências

BABUT, Daniel. Plutarque et le stoïcisme. (Publications de l’Université de Lyon.) Paris: Presses Universitaires de France, 1969, 598 pp.

BECCHI, Francesco. L’écrit de Plutarque Sur La Fortune: histoire d’une interprétation. In: LEÃO, Delfim F., Frazier, Françoise (eds.) Tychè et Pronoia: la marche du monde selon Plutarque. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010. Disponível em: <https://digitalis.uc.pt/handle/10316.2/31664>.

BERNARDAKIS, G. Plutarchi Chaeronensis: Moralia. Lipsiae: B. J. Teubner, 1888.

BUITRAGO, J. P. “La ‘forja del hombre’ en Plutarco”. In: Revista Educacion XXI. 10, 2007. pp. 215-238. CHANTRAINE, Pierre. Dictionary Ethymologique de la langue grecque. Paris: Editions Klincksieck, 1968.

FRAZIER, Françoise. La marche du monde et les incertitudes de la Tychè. In: LEÃO, Delfim F., Frazier, Françoise (eds.) Tychè et Pronoia: la marche du monde selon Plutarque. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010. Disponível em: Disponível em: <https://digitalis.uc.pt/handle/10316.2/31660>.

KLAEER, Robert. Plutarque, De la fortune, «Oeuvres Morales» Tome I, 2e partie, Paris:1989.

LEÃO, Delfim F., Frazier, Françoise (eds.) Tychè et Pronoia: la marche du monde selon Plutarque. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010.

LIDDELL, H. G.; SCOTT, R.; JONES, S. Greek-English lexicon. 9a ed. Oxford: Clarendon Press, 1996.

PATON, William Roger. Plutarchi moralia recensuerunt et emendaverunt W. R. P. et I. Wegehaupt; prefationem scripsit M. Pohlenz; editionem correctiorem curavit H. Gartner. Leipzig: 1974.

PLUTARCO. Obras morales y de costumbres, vol. II. Introdução, tradução e notas de Concepcion Morales Otal e Jose Garcia Lopez. Madrid: Editorial Gredos, 1985.

PLUTARCO. Oeuvres morales, I. Édité par André Philippon, Jean Sirinelli, Robert Klaerr. Paris, Les Belles Lettres, 1974.

ZIEGLER, Konrat. Plutarco. ediz. it. a cura di B. Zucchelli, trad. it. di M. R. Zancan Rinaldini. Brescia: Paideia, 1965.

WESTAWAY, Katharine Mary. The education theory of Plutarch. London: University of London press, 1922.

Publicado

05-02-2019

Como Citar

SILVA, Luciene Lages; LACHANCE, Vladimir Gonçalves. PERI TYXHS, Sobre a Fortuna, de Plutarco. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 11, p. 77–86, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/apaloseco/article/view/10756. Acesso em: 26 jul. 2024.

Edição

Seção

Traduções