O niilismo linguístico de Rousseau

Autores

  • Sílvia Faustino de Assis Saes Departamento de Filosofia/UFBA

Resumo

No início do Ensaio sobre a origem das línguas Rousseau apresenta a linguagem como uma instituição social primordialmente inventada para responder às necessidades morais e às paixões humanas. A seguir, ele descreve um processo contínuo de perda progressiva da capacidade expressiva da linguagem que, em vez de falar ao coração pela comunhão dos sentimentos, passa a falar à razão pela comunicação das ideias. Esse processo, definido como um “progresso natural”, é aquele pelo qual uma linguagem, supostamente mais universal e mais próxima dos gestos e da voz, vai cedendo paulatinamente o lugar para as línguas escritas, forçosamente impregnadas pela lógica e pela gramática. Nessa linha de transformação progressiva das formas de troca linguística (que ocorre junto com as transformações sociais), o que a linguagem ganha em clareza, pelo aperfeiçoamento de suas características lógicas e gramaticais, ela perde em força significativa.

Publicado

17-10-2010

Como Citar

SAES, Sílvia Faustino de Assis. O niilismo linguístico de Rousseau. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 2, p. 7–11, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/apaloseco/article/view/n2p7. Acesso em: 7 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos