Linguagem e imaginação: a filosofia da literatura nos primeiros escritos de Sartre*

Autores

  • Tárik de Athayde Prata Departamento de Filosofia/UFPE

Resumo

Desde a mais tenra infância, Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi estimulado por seu ambiente familiar a seguir uma carreira intelectual. Crescendo na casa de seu avô, o professor de alemão Charles Schweitzer, ele foi “preparado desde cedo a tratar o magistério como um sacerdócio e a literatura como uma paixão” (SARTRE, 1967, p. 30). Mas foi apenas por volta de 1922, durante a preparação para o concurso da École Normale Superieure, que Sartre tomou verdadeiro contato com uma disciplina que iria marcar profundamente seus caminhos: a filosofia. Até então, ele tinha alimentado o projeto de uma carreira literária, mas a partir da leitura do livro Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, de Henri Bergson (1859-1941), ele se tornou “um filósofo por fervor e necessidade, compreendendo que tem nas mãos um instrumento muito mais poderoso, muito mais útil do que qualquer outra revelação anterior. Daí por diante confere, ao que chama de filosofia, uma condição de extrema onipotência” (COHEN-SOLAL, 1986, p. 90).

* Gostaria de agradecer ao Prof. Dr. Thiago Aquino (Filosofia/UFPE) pela leitura e proveitosa discussão do presente trabalho.

Referências

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Publicado

20-11-2013

Como Citar

PRATA, Tárik de Athayde. Linguagem e imaginação: a filosofia da literatura nos primeiros escritos de Sartre*. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, v. 2, n. 5, p. 78–89, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/apaloseco/article/view/n5v2p78. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos