ARTIGO ORIGINAL
A produção científica sobre Sistema de Informação Geográfica na Amazônia
Scientific production on Geographic Information System in the Amazon
Producción científica sobre Sistema de Información Geográfica en la Amazonía
La Production scientifique sur le Système d'Information Géographique en Amazonie
Correspondência
Autor para correspondência. João Paulo Pastana Neves E-mail: joaopastana@ufpa.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4337-1103
Submetido em: 18/02/2022 Aceito em: 26/06/2022 Publicado em: 31/12/2022
1 Mestre em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Pará (PPGCI/UFPA). Bibliotecário da UFPA.
2 Doutor em Ciência da Informação pelo convênio IBICT / UFRJ. Professor do PPGCI/UFPA.
3 Doutora em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental pela UFPA. Professora do PPGCI/UFPA.
4 Doutora em Engenharia de Recursos Naturais pela UFPA. Professora do PPGCI/UFPA.
Análise sobre as publicações relacionadas à Sistema de informação geográfica na Amazônia brasileira, indexadas nas bases de conhecimento científicos SciELO, Scopus e Web of Science. A metodologia foi quantitativa e qualitativa, a partir de levantamento de material científico (artigos e comunicações em eventos), através dos termos “Sistema de informação geográfica” and “Amazônia” na Base SciELO; “Geographic information system” and “Amazon” nas Bases científicas Scopus e Web of Science (WoS), no período entre 2000 a 2020. Foram investigados 75 trabalhos, dos quais foram identificados
10 autores mais produtivos, as 10 publicações mais citadas, 72 palavras-chave na base SciELO, 200 na Scopus e 89 na WoS. Foi percebido que o SIG, no âmbito da região Amazônia brasileira, é um tema que tem recebido crescente atenção nos últimos anos, em parte por servir de base como alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (em especial os objetivos 2, 3, 6 e do 11 ao 15, ligados à área ambiental), previstos pelas Nações Unidas.
This article aims to analysis of publications related to the Geographic Information System in the Brazilian Amazon, indexed in the SciELO, Scopus and Web of Science scientific knowledge bases. The methodology, exploratory, quantitative and qualitative, through bibliometric analysis, raised scientific material (articles and communications in events), through the terms “Geographical information system” and “Amazon” in the SciELO base; “Geographic information system” and “Amazon” in the Scopus and Web of Science (WoS) scientific bases, from 2000 to 2020. They investigated 75 works, of which 10 most productive authors were identified, the 10 most cited publications, 72 keywords in SciELO, 200 in Scopus and 89 in WoS. It was noticed that GIS, within the scope of the Brazilian Amazon region, is a topic that has received increasing attention in recent years, in part because it serves as a basis for achieving the 17 Sustainable Development Goals (SDGs) (in particular goals 2, 3, 6 and 11 to 15, linked to the environmental area), provided for by the United Nations.
Análisis de publicaciones relacionadas con el Sistema de Información Geográfica en la Amazonía brasileña, indexadas en las bases de conocimientos científicos SciELO, Scopus y Web of Science. Fue cuantitativa y cualitativa, basada en una encuesta de material científico (artículos y comunicaciones en eventos), utilizando los términos “Sistema de información geográfica” y “Amazonía” en la base SciELO; “Sistema de información geográfica” y “Amazon” en las bases científicas Scopus y Web of Science (WoS), de 2000 a 2020. Se investigaron 75 trabajos, de los cuales se identificaron 10 autores más productivos, las 10 publicaciones más citadas, 72 palabras clave en SciELO, 200 en Scopus y 89 en WoS. Se notó que SIG, en el ámbito de la región amazónica brasileña, es un tema que ha recibido una atención creciente en los últimos años, en parte porque sirve de base para el logro de los 17 Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS) (en particular, las metas 2, 3, 6 y 11 a 15, vinculados al área ambiental), previstos por Naciones Unidas.
Analyse des publications relatives au système d'information géographique en Amazonie brésilienne, indexées dans les bases de connaissances scientifiques SciELO, Scopus et Web of Science. La méthodologie a été quantitative et qualitative, à partir d'une enquête sur le matériel scientifique (articles et communications en événements), à travers les termes "Geographic information system" et "Amazon" dans la base SciELO; "Geographic information system" et "Amazon" dans les bases scientifiques Scopus et Web of Science (WoS), dans la période entre 2000 et 2020. Soixante-quinze travaux ont été étudiés, à partir desquels ont été identifiés les 10 auteurs les plus productifs, les 10 publications les plus citées, 72 mots-clés dans la base SciELO, 200 dans Scopus et 89 dans WoS. Il a été perçu que le SIG, dans le contexte de la région amazonienne brésilienne, est un thème qui a reçu une attention croissante ces dernières années, en partie parce qu'il sert de base pour atteindre les 17 Objectifs de développement durable (ODD) (en particulier les objectifs 2, 3, 6 et 11 à 15, liés au domaine environnemental), fournis par les Nations Unies.
Desde o início do século XXI, diferentes projetos nacionais estão sendo desenvolvidos no intuito de analisar e, quando possível, prevenir ameaças ligadas a realidade ambiental brasileira, auxiliando no processo de diminuição das predações antrópicas e prevenção contra doenças infecciosas.
Entre essas iniciativas, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) se destacam por oferecerem perspectivas estratégicas em diferentes campos relacionados ao meio ambiente, como no estudo de Santos et al. (2017) relacionado à informação geográfica na Amazônia brasileira. Segundo o autor, métodos baseados em SIG podem ser tratados como ferramentas poderosas na avaliação e na quantificação dos impactos de intervenção humana, dando suporte a estratégias para a redução do risco de desastres.
De forma preliminar, observa-se, que as pesquisas sobre o uso de SIG, sobretudo na Amazônia, se mostram incipientes, porém sendo percebido o avanço da utilização de SIG no monitoramento do desmatamento florestal, do assentamento ilegal, do uso de poluentes nos rios e da previsão de surgimentos de doenças como malária e dengue.
Também é possível citar os estudos populacionais na região Amazônia realizados com o auxílio do SIG, com suporte de imagens de satélite e observação de campo (SOUZA FILHO et al., 2015). Em paralelo, há integração do sensoriamento remoto como ferramenta auxiliar na detecção de abelhas sem ferrão, espécies sensíveis ao desmatamento oferecendo informações sobre mudanças climáticas (BROWN; OLIVEIRA, 2014).
A partir dessa contextualização, buscou-se saber: como tem ocorrido o uso do SIG em pesquisas na Amazônia brasileira?
Para isso, tem-se como objetivo analisar as publicações relacionadas ao uso de SIG na Amazônia brasileira, indexadas nas bases de dados SciELO, Scopus e Web of Science. Dessa forma, foi realizado levantamento quantitativo e qualitativo da literatura sobre o tema no período de 2000 a 2020.
Na pesquisa inicialmente aborda-se o entendimento sobre a produção científica, para, então, apresentar as principais características do SIG e sua contribuição para pesquisas sobre mudanças climáticas, doenças tropicais, desmatamento e poluição ao meio ambiente na região amazônica brasileira. Posteriormente, foram discutidos os resultados obtidos no levantamento quantitativo, indicando as principais tendências de análise do que tem sido produzido no tema. E, por último, as considerações finais e as referências que fundamentaram a pesquisa.
A produção científica numa determinada área permite que investigadores compartilhem junto aos seus pares resultados de pesquisas já realizadas, contribuindo para interatividade de conhecimento na comunidade e, com isso, obtenção de crédito, reconhecimento e prestígio (SILVA; PINHEIRO, 2008). Com esse entendimento, Silveira (2012) destaca que a produção divulgada em periódicos é de grande importância para o estabelecimento da ciência no hall da comunidade cientifica, transformando o artigo científico num poderoso disseminador de informação.
Por outro lado, a forma de avaliação da produção cientifica de uma organização, de instituições e de grupos tem chamado atenção na comunidade científica, por ter sido frequentemente foco de estudos (ALVES, 2009). Assim, esses estudos têm como procedimento a mensuração por meio de recursos matemáticos e estatísticos, conhecidos como métodos quantitativos das técnicas bibliométricas.
Pelas técnicas bibliométricas é possível verificar o mapeamento de tendências de pesquisas cientifica em uma determinada área, e a partir disso visualizar e avaliar a produção e a difusão de conhecimento por meio de dados e indicadores estatísticos em diversas informações nas publicações, por exemplo, palavras-chave e resumos, que podem identificar as principais tendências temáticas, títulos, línguas, países de origem e autores, oferecendo assim a compreensão e conhecimento de pesquisa (COELHO, 2022; SOARES et al., 2016).
Outro mecanismo estabelecido por meio de sistemas de ciência e tecnologia pelo mundo é a criação do fator de impacto, apresentado na década de 1970 pelo Institute for Scientific Information e tem como Clarivate Analytics da base Web of Science (WoS) sua publicadora anual. Além disso, é frequentemente abordado como ferramenta para classificação de periódicos (MCKIERNAN et al., 2019; MUGNAINI; IGAMI; KRZYZANOWSKI, 2022; VANCLAY, 2012; VESSURI;
GUÉDON; CETTO, 2014).
Também merece destaque a mensuração da produtividade científica, e um dos primeiros estudiosos que tentou medir a produtividade dos autores de uma determinada área foi Dresden, na década 1920, em seguida Lotka no mesmo período, que estudou a produtividade dos autores das áreas de física e química e com isso
padronizou esse comportamento em diferentes áreas do saber científico (CÂNDIDO et al., 2018).
Assim, entendendo sobre produção cientifica e a sua forma de avaliação por meio das técnicas bibliométricas, no próximo item discorre-se sobre o uso do SIG em pesquisas na Amazônia brasileira.
Para compreender a definição e a importância dos SIG no contexto amazônico, faz-se necessária breve análise sobre os termos dado, informação e conhecimento.
Primeiramente, dado é definido como uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis (SETZER, 1999). Informação, para Zins (2007), é um conjunto de signos com capacidade de criar conhecimento, obtendo como essência o processo de comunicação entre remetente e destinatário. Le Coadic (1996, p. 5) entende que “a informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual”. E conhecimento, segundo Zins (2007), é a informação que foi apropriada pelo usuário, quando ela é adequadamente assimilada e modifica o armazenamento mental de informação do indivíduo.
A partir dessa análise inicial, os SIG, segundo Aronoff (1989) e Bull (1994), são sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos que representam objetos e fenômenos ambientais. Entre diversas utilizações, o SIG tem aplicação na otimização de tráfego, no controle cadastral, no gerenciamento de serviços de utilidade pública, na demografia, na cartografia, na administração de recursos naturais, no monitoramento
costeiro, no controle de epidemias e no planejamento urbano (CÂMARA et al., 1996).
Nessa perspectiva, Longley et al. (2013) definem SIG como sistemas computacionais criados para armazenar e processar a informação geográfica, contribuindo para a eficiência do tratamento da informação relacionado a eventos geográficos, armazenando grandes quantidades de informação em banco de dados geográficos, além de realização de operações analíticas e em automatizar o processo de confecção de mapas.
Dentre os benefícios da utilização de SIG está a possibilidade de combinar diversas informações disponíveis em órgãos públicos e/ou levantadas em pesquisas específicas. Essas combinações oferecem inúmeras possibilidades de avaliações e análises espaciais, indispensáveis para várias áreas do conhecimento, como o planejamento territorial (FREITAS; NUNES, 2020).
Para Pavarini et al. (2008), os SIG dispõem de ferramentas que permitem o armazenamento de dados geométricos, de atributos e o tratamento de dados geográficos, representando a informação geográfica de forma dual, com uma localização ("onde", expressa como coordenadas em um espaço geográfico) e atributos descritivos ("o quê", que podem ser representados num banco de dados convencional). Assim, segundo os autores, esses sistemas são empregados, principalmente, de três formas:
do ponto de vista cartográfico, para a geração e visualização de dados espaciais e produção de mapas;
do ponto de vista da base de dados, para o armazenamento e recuperação da informação espacial;
do ponto de vista da análise espacial, como suporte para a análise de fenômenos, valendo-se de sua capacidade analítica e de modelagem.
Segundo Câmara (1996), o primeiro SIG no Brasil, o Canadian Geographical Information System, começou no início da década de 80, com esforço de divulgação e formação de pessoal feito pelo pesquisador Jorge Xavier da Silva da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ). A vinda em definitivo ao Brasil, ocorreu em 1982, sob responsabilidade do Dr. Roger Tomlinson, que incentivou o interesse de vários grupos a desenvolver a tecnologia, entre os quais são:
o grupo do Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Geografia da UFRJ, sob a orientação do professor Jorge Xavier, desenvolveu o Sistema de Análise Geo-Ambiental (SAGA), que tem como aplicação de análise geográfica e é utilizado em veículo de estudos e pesquisas;
o MaxiDATA que é um sistema para automatização de processos cartográficos criado pelo setor de informática da empresa Aerosul nos anos 80, que logo depois projetaram o MaxiCAD, software bastante utilizado no Brasil, principalmente em aplicações de Mapeamento por Computador. No ano de 1987, o produto dbMapa permitiu a junção de bancos de dados relacionais a arquivos gráficos MaxiCAD, produzindo uma solução para desktop mapping para aplicações cadastrais.
Conforme o autor, a inserção do SIG no país se deu devido a competitividade no mercado internacional frente aos desafios impostos pela globalização no início do século XXI.
Nas próximas subseções é apresentada a aplicabilidade do SIG em uma área geográfica, com foco na região amazônica, a partir das iniciativas Mapbiomas Amazônia, InfoAmazonia e TerraAmazon,
observando-se oito dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas: objetivo 2, que tem como meta zerar a fome por meio da agricultura sustentável, por exemplo, o uso de sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes; objetivo 3, reduzir o número de mortes e doenças por produtos químicos, e da contaminação e poluição do ar e água; objetivo 6 que almeja proteger e restaurar ecossistemas relacionados a água, ou seja, florestas e rios; objetivo 11, tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis; objetivo 12, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; objetivo 13, realização de ações contra a mudança climática global; objetivo 14 conservar as zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional e com base na melhor informação científica disponível, e o objetivo 15 que é a proteção dos ecossistemas terrestres (ONU BR, 2022).
O projeto Mapbiomas Amazônia (Site: https://amazonia.mapbiomas.org/), foi implantado no Brasil, em 2017, por iniciativa da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG) com suporte de organizações não governamentais (ONG) internacionais, acadêmicos, empresas e instituições de pesquisa. O mapa infográfico Amazônia brasileira apresenta sua área geográfica em decorrência dos últimos 36 anos (Figura 1).
Fonte: Mapbiomas Amazônia, 2022.
Observa-se no infográfico, que as informações podem servir de base para o planejamento e estimativas sobre a situação ambiental da região. Percebe-se o rápido desflorestamento na Amazônia, onde, entre 1985 e 2020, a região perdeu 52% de suas geleiras e 74,6 milhões de hectares de sua cobertura vegetal natural – uma área equivalente ao território do Chile. No mesmo período houve um crescimento de 656% na mineração, 130% na infraestrutura urbana e 151% na agricultura e pecuária (MAPBIOMAS AMAZÔNIA, 2021). Todos os mapas anuais de cobertura e uso do solo da MapBiomas Amazônia foram produzidos a partir da classificação pixel a pixel das imagens do satélite Landsat. Todo o processo é realizado com algoritmos de aprendizado de máquina por meio da plataforma Google Earth Engine, que oferece processamento na nuvem. Para facilitar a parametrização dos algoritmos e a organização de todas as etapas de processamento, um total de 648
cartões são utilizados. Cada letra tem dimensões de 1 x 1,5 graus (latitude / longitude) (Figura 2) (MAPBIOMAS AMAZÔNIA, 2021).
Fonte: MapBiomas Amazônia, 2022.
O Mapbiomas Amazônia (SIG, Sensoriamento Remoto e programação nas nuvens) mostra-se importante para a mudança entre as tradicionais práticas de gestão ambiental e de recursos. Com isso, o uso dessa geotecnologia, transformada em ferramenta de sistematização do conhecimento, tem como objetivo permitir a otimização da tomada de decisão, aumentando a eficiência na gestão espacial e contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
O tipo de informação fornecida pelo Mapbiomas Amazônia relaciona-se ao desmatamento e crescimento de vegetação secundária, a partir de dados sobre mineração, irrigação, qualidade do solo, impacto do fogo na região e tendência de perda de superfície de água. Esses assuntos estão ligados aos ODS 13, 15, 14, 3 e 6, respectivamente. É um sistema de informação geográfica do tipo aberto, disponível no site https://plataforma.brasil.mapbiomas.org/.
Outro exemplo é o InfoAmazonia (Site: https://infoamazonia.org/), iniciado no ano de 2015, como veículo independente que utiliza dados, mapas e reportagens geolocalizadas para contar histórias sobre a maior floresta tropical contínua do planeta. As bases de dados usadas pelo InfoAmazonia são renovadas com frequência e estão sempre disponíveis para download. O cruzamento das notícias com os dados pretende melhorar a percepção sobre os desafios para a conservação da floresta, como mostrado na Figura 3 sobre o desmatamento na Amazonia brasileira (INFOAMAZÔNIA, 2021).
A Amazônia detém o maior número de espécies vivas em todo mundo e desempenha papel fundamental na regulação do clima regional, servindo como sorvedouro de gás carbônico. No entanto, a região enfrenta graves problemas ambientais, como o desmatamento, as queimadas e a exploração pouco sustentáveis de suas riquezas naturais (INFOAMAZÔNIA, 2021).
Fonte: InfoAmazonia, 2022.
O InfoAmazônia tem como objetivo o geojornalismo, ou seja, o uso de imagens de satélite, dados e reportagens mescladas à cartografia para narrar fenômenos socioambientais, e está relacionado aos ODS 3, 6, 12, 13, 14 e 15. É um SIG de acesso livre por meio do site https://infoamazonia.org/discovery/.
O TerraAmazon (Site: http://www.terraamazon.dpi.inpe.br/), implantado no ano de 2005, é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Fundação de Ciências e Tecnologias Espaciais (FUNCATE). É uma ferramenta de SIG
projetada para ser um editor multiusuário de dados geográficos vetoriais, com ferramentas de classificação de uso e cobertura do solo, assim como operações espaciais entre dados vetoriais, o que permite que a realização de análises de transição, entre outras aplicações.
Dentre as propriedades desse SIG destacam-se a conservação de informações de tempo de trabalho, visando a gestão de projetos. Suas características são extensíveis por meio de plugins, como o TerraImage (PDI) e TerraPrint (plotagem), que são fornecidos juntamente com o TerraAmazon, com os dados armazenados em um banco de dados modelo TerraLib (TERRAAMAZON, 2021), conforme Figura 4.
Fonte: TerraAmazon, 2022.
O TerraAmazon sendo desenvolvido pelo INPE e pela FUNCATE, inicialmente foi usado no projeto Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), que realiza o monitoramento por corte raso na Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região, que são usadas pelo governo brasileiro para o estabelecimento de políticas públicas, e, por ser multiusuário, rapidamente conquistou o espaço em outros projetos, como o DETER, o DEGRAD e o TerraClass.
Com o DETER se tem um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo INPE. Foi desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e demais órgãos ligados a esta temática. O DEGRAD é um sistema destinado a mapear áreas em processo de desmatamento onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente removida. Já o TerrraClass é um projeto que tem por objetivo qualificar o desflorestamento da Amazônia legal, tendo por base as áreas desflorestadas mapeadas, e detectar a agilidade das rotinas do projeto.
O TerraAmazon fornece informações computacionais em tempo real projetado como editor de multiusuário de dados vetoriais em banco de dados geográficos e está ligado aos ODS 13 e 15. É um SIG de acesso livre e sua função está disponível online pelo endereço http://www.terraamazon.dpi.inpe.br/.
O TerraAmazon, Mapbiomas e InfoAmazonia são exemplos de SIG que trabalham com pesquisas de monitoração na região amazônica brasileira oferecendo dados que contribuem para
sustentabilidade na região, a partir dos oito objetivos ligados a questão ambiental dos 17 ODS (Agenda 2030) das Nações Unidas.
A metodologia consiste em abordagem qualitativa e quantitativa, por meio da análise bibliométrica nas publicações científicas sobre SIG na Amazônia. A pesquisa também é caracterizada como exploratória, pois a coleta de dados compreende nas fontes de informação, o levantamento bibliográfico.
A pesquisa foi realizada por meio de levantamento das publicações cientificas nas bases de dados nacional SciELO e internacionais Scopus e Web of Science (WoS), consideradas principais bases de dados de resumo e citação de material científico. A busca foi realizada pelos termos “Sistema de informação geográfica” and “Amazônia” na base de dados SciELO; “Geographic information system” and “Amazon” nas bases Scopus e WoS.
O recorte temporal foi do período de 2000 a 2020. No entanto, só foram possíveis as buscas do período de 2004 a 2020 na SciELO; 2000 a 2020 na Scopus e 2004 a 2020 na WoS, em razão da utilização do filtro sobre o tema SIG na Amazônia mostrar-se apenas no Brasil. Os filtros utilizados foram as aspas (“”) no primeiro e segundo descritor, e entre elas a palavra booleana AND (E). A organização dos dados se constituiu por meio dos termos, títulos, revistas e conferências indexadas, tipo de documento e ano. Também foram identificados os autores mais produtivos no período analisado.
Para fundamentar a pesquisa bibliográfica, foram utilizados parâmetros bibliométricos com uso do software VOSviewer, onde permitiu identificar os temas e categorizá-los em quadros.
Na base SciELO, com os termos “Sistema de informação geográfica” e “Amazonia”, foram recuperadas 12 publicações, com
12 artigos publicados. Na base Scopus recuperou-se 62 títulos, sendo 50 artigos e 12 trabalhos de conferências internacionais, e na Web of Science (WoS), foram recuperados 25 documentos, sendo 20 artigos e 5 trabalhos de Conferências Internacionais. Esses dados podem ser vistos no Quadro 1.
Bases de Conhecimen to científico | Termos | Títulos | Revistas/ Conferências | Tipo de documento | Ano |
SciELO | “Sistema de informaçã o geográfica ” AND “Amazônia ” | 12 | 09 periódicos | 12 artigos científicos | 2004 a 2020 |
Scopus | “Geograph ic informatio n system” AND “Amazon” | 62 | 46 periódicos e 10 conferências internacionais | 50 artigos; 12 artigos de conferências Internacionai s | 2000 a 2020 |
Web of Science (WoS) | “Geograph ic informatio n system” AND “Amazon” | 25 | 19 periódicos e 5 conferências internacionais | 20 artigos; 5 artigos de conferências internacionai s | 2004 a 2020 |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Sobre a variação do tema por ano, 75 publicações foram analisadas, das 99 recuperadas, sendo retirados 24 artigos em duplicidade, que constavam em mais de uma base de dados.
As oscilações das publicações no período analisado são visualizadas no Gráfico 1, no qual se observa uma constante de publicações entre 2000 e 2013, variando entre uma publicação a cinco publicações por ano. A partir de 2014, a produção mostra considerável crescimento, com os anos de 2014 (9), mantendo-se com sete publicações nos anos de 2015, 2017, 2018 e 2020, sendo esses os anos mais produtivos, com apenas 2019 (um trabalho) destoando dessa tendência. Destaca-se, ainda, que a base científica com maior número de publicações é a Scopus (45), seguida da WoS
(25) e SciELO (5).
(3)) 7 (Scopus (1) e WoS
0 0
Evolução do número de publicações entre 2000-2020
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
No Gráfico 2 são apresentados os autores mais produtivos no período pesquisado nas três bases do conhecimento científico. No geral, a média de trabalhos ficou em dois artigos, com exceção para Pedro Walmir Souza Filho, com cinco artigos localizados.
Richey, J.E. Schmidt Cavalheiro, W.C.
Sabroza, P.C. Paradella, W.R. Jardim, W.F.
De Miranda, F.P.
Beisl, C.H. Anderson, L.O.
Adami, M. Souza Filho, P.W.M.
0 1 2 3 4 5 6
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Pedro Walfir M. Souza Filho é doutor e professor na Universidade Federal do Pará (UFPA), na área de geologia marinha e sensoriamento remoto, desde 2002. Pesquisador sênior do Instituto Tecnológico VALE Desenvolvimento Sustentável, onde trabalha desde 2012. Dos artigos localizados do autor, destaca-se Souza Filho et al. (2015), que correlaciona o SIG e o sensoriamento remoto nas costas da região amazônica a partir da verificação dos manguezais como fatores de produtividade na aquicultura.
Entre trabalhos localizados desses autores produtivos, cita-se Adami et al. (2018), que enfoca a perspectiva no SIG pelos funcionários do TerraAmazon, ou seja, a necessidade de conhecer essa ferramenta para melhorar a gestão de projetos e de pessoas no ambiente organizacional da empresa, e os de Jardim e Silva (2003)
e Silva, Jardim e Fadini (2006), que identificam a alta concentração de mercúrio na região amazônica, por meio de sistema de informação geográfica e sensoriamento remoto em período chuvoso.
No Quadro 2 mostra-se as dez publicações mais citadas no período pesquisado nas três bases científicas.
Título da Publicação | Nº de citação | Base científica | Periódico | Fator de Impacto (FI)/ CiteScore |
Amazon drought and its implications for forest flammability and tree growth: A basin-wide analysis | 290 | Scopus | Global Change Biology | 15.5 (CiteScore) |
The Amazon Macrotidal Mangrove Coast (AMMC): Morphological scenes, mapping and area quantification using remote sensing data | 134 | Scopus | Revista Brasileira de Geofísica | 0.7 (CiteScore) |
Sources of error in accuracy assessment of thematic land-cover maps in the Brazilian Amazon | 129 | Scopus | Remote Sensing of Environme nt | 17.6 (CiteScore) |
Validation of a full hydrodynamic model for large-scale hydrologic modelling in the Amazon | 67 | Scopus | Hydrologic al Processes | 5.8 (CiteScore) |
A socioeconomic and natural vulnerability index for oil spills in an Amazonian harbor: A case study using GIS and remote sensing | 61 | Scopus | Journal of Environme ntal Manageme nt | 9.8 (CiteScore) |
Large-scale Modeling of Soil Erosion with RUSLE for Conservationist Planning of Degraded Cultivated Brazilian Pastures | 58 | Scopus | Land Degradatio n and Developm ent | 8.3 (CiteScore) |
Assessment of soil property spatial variation in an Amazon pasture: Basis for selecting an agronomic experimental area | 57 | Scopus | Geoderma | 8.7 (CiteScore) |
Spatial Analysis Spotlighting Early Childhood Leprosy Transmission in a Hyperendemic Municipality of the Brazilian Amazon Region | 49 | Scopus | PLoS Neglected Tropical Diseases | 7.1 (CiteScore) |
Small rivers in the southwestern Amazon and their role in CO (2) outgassing | 40 | Web of Science | EARTH INTERACT IONS | 2.769 (FI) |
An operational deforestation mapping system using MODIS data and spatial context analysis | 33 | Scopus | Internation al Journal of Remote Sensing | 5.9 (CiteScore) |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Notas: * “Fator de Impacto (FI) representa uma média do número de citações que os trabalhos de determinada revista recebem, de acordo com "janelas de tempo" previamente definidas” (ALMEIDA, 2021a, p. 13).
** CiteScore é uma média do número de citações recebidas pelas publicações indexadas na base científica Scopus (ALMEIDA, 2021b).
Dessas dez publicações mais citadas, nove foram recuperadas na Scopus e uma na base WoS. A publicação “Amazon drought and its implications for forest flammability and tree growth: A basin-wide analysis“, foi a mais citada no período pesquisado entre as bases científicas, com 290 citações. O periódico com maior impacto de citação foi o Remote Sensing of Environment (17.6 CiteScore) nos últimos três anos (2017-2020).
Em relação à temática abordada nas três bases de dados pesquisadas, identificou-se 72 palavras-chave na SciELO, 200 palavras-chave na Scopus e 89 palavras-chave na WoS.
No Quadro 3 são apresentados dez clusters com as 72 palavras-chave da base SciELO, em que se menciona o SIG em colaboração com Sensoriamento remoto, Geoprocessamento e Variação costeira em forte relação ao monitoramento na região amazônica, sob análise aos impactos ambientais causados por ações humanas (assentamento na área rural, exploração madeireira,
ocupação ilegal de terra, distúrbios florestais e desflorestamento), associados aos ODS 13 e 15.
No cluster 6, observa-se uma integrada ação de tempestades severas e raios na área espacial da região amazônica, temática ligada ao ODS 15.
Quadro 3 – Cluster das palavras-chaves nas publicações indexadas na SciELO
Cluster 1 | Cluster 2 | Cluster 3 | Cluster 4 | Cluster 5 |
-Sistema de informação geográfica -Sensoriamento remoto - Geoprocessam ento -Assentamento humano | -Sistema de informação geográfica -Floresta tropical -Distúrbios florestais - Monitoramento e Amazônia | -Amapá -Cabo lamoso -Manguezal -Variação costeira | -Adequação ambiental -Amazônia -Código florestal brasileiro | - Assentam ento rurais Desflorest amento -Reforma agrária |
Cluster 6 | Cluster 7 | Cluster 8 | Cluster 9 | Cluster 10 |
-Amazônia -Tempestades severas -Raios | -Florestamento nacional do tapajós -Videográfica aérea | -Mapas auto- organizáveis - Planejamento regional regionalizaçã o | -Exploração madeireira -Sistema de informação geográfica -Ocupação ilegal de terra | - Territoriali dade humana -Várzea -Áreas de livre acesso |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Na Figura 5 se representa a dinâmica associativa e correlacionada das 72 palavras-chave da base SciELO pertinentes à rede de termos relacionados ao tema SIG na Amazônia.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Nota: Criação da rede de termos no software VOSviewer 1.6.15.
Por meio da análise dessa rede, foi identificada uma tendência crescente de pesquisas de cunho interdisciplinar por áreas como Ciência da computação, Geografia, Ciências sociais, Políticas públicas e Direito.
No Quadro 4 são apresentados dez clusters com as 200 palavras-chave da base Scopus. Em todos os clusters, percebe-se a forte integração do SIG, como visto na análise da SciELO, com Sensoriamento remoto (remote sensing), Geoprocessamento (geoprocessing), Geotecnologia (geotechnology), Ecossistema (ecosystem), com análise em diferentes locais na região amazônica, relacionados a expansão da agricultura, déficit de água, emissões de gases poluentes, drenagem urbana, impacto ambiental, recursos naturais e contaminação da água subterrânea, assuntos associados aos ODS 2, 3, 6, 12 e 13.
Quadro 4 – Cluster das palavras-chave nas publicações indexadas na Scopus
Cluster 1 | Cluster 2 | Cluster 3 | Cluster 4 | Cluster 5 |
-Amazon -Dissoved gaseous Mercury -Drainagem network -geografic information system -negro river -remote sensing -sar images | -Alos palsar -amazon region -census -citizenship - geoprocessing -orto - images | -Agricultural expansion -ethanol - geotechnology -greenhouse gas emissions -water deficit | -GIS -bayesian belief network -ecosystem integrity -geologic mapping -urban drainage | - Environmental impact -geografic information systems -natural resources -groundwater contamination |
Cluster 6 | Cluster 7 | Cluster 8 | Cluster 9 | Cluster 10 |
-Ecology -hidrografia -hidrology -hidrografy -inundation frequency -recurso hídrico -water resource | -Amazon -chemotric -deforestation -flood inundation -flow routing -large-scale hidrodinamic | -Brazil -conservation nature -deforestation and forest degradation -dengue -remote sensing spatial data | -Biodiversity -ecosystem services -fire damages -landscape unity -values at stake -vunerability -wildland fires | -Brazilian savanna -cover change -land use -rusle -soil conservation -soil loss -usle |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Nesse quadro também são notadas tendências interdisciplinares com a Ciência da Computação, Ciência da Terra (em especial Geologia) e Ecologia.
Na Figura 6 se visualiza a rede das 200 palavras-chave na Base Scopus, com maiores ocorrências nos documentos levantados pela análise das publicações sobre o tema SIG na Amazônia.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Nota: Criação da rede de termos no software VOSviewer 1.6.15.
No Quadro 5 estão organizados os oito principais clusters da base de dados WoS. Percebe-se forte interação temática, em especial nas associações dos clusters 1, 2, 3, 6, 7 e 8, com foco na ação do SIG, sobretudo em relação a mudanças climáticas na Amazônia brasileira (desflorestamento, degradação e fragmentação), na detecção da malária, e no sensoriamento remoto de mapas globais de alta resolução, associados aos ODS 3 e 13.
Por outro lado, nos clusters 4 e 5, são citados temas mais dispersos, ligados ao uso da terra, à conservação do solo no Amazonas, e à dinâmica da captura do carbono, relacionados aos ODS 2 e 3.
Quadro 5 – Clusters das palavras-chaves nas publicações indexadas na WoS
Clauster 1 | Clauster 2 | Clauster 3 | Clauster 4 |
-Brazil -climate-change -conservation nature -cover -creation -deforestation and fores degradation -fores fragmentaion -fragmentation index -land-use -remote sensing -resolution global maps -tropical deforestation | -Agrarian reform -Amazonian development -conservation policy -crisis -deforestation -destruintion -environment -frontier -law -property-rights -reform -scarcity -social and environment justice | -Aquaculture development -areas -conservation -estuary -forest -gis -impacts -integration -management -mangrove -shrimp farming -wetlands | -Carbon -dynamic -economic- growth -environmental kuznets curve -forest transition theory -human dimensions -land cover change -reforestation -regrowth -scale -secondary forest |
Clauster 5 | Clauster 6 | Clauster 7 | Clauster 8 |
- Amazon -cover change -hymenoptera apidae -land use -redundancy analysis -social bees -soil -soil conservation -soil loss -trigona | -Geografic information system -grasp -log landing location -malaria -metaeuristics -optimized planning -remote sensing technologies -tropical forest | -Amazonia forest margins -floods -household – level analysis -landscape dynamics -remote sensing | -Brazilian amazon -degradation -diversity -forest -forest disturbances -location |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Em relação à análise dos documentos sobre o tema SIG na Amazônia na base de dados WoS, na Figura 7 mostra-se uma rede com 89 palavras-chave.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Nota-se a tendência do SIG, nos trabalhos ligados a WoS, no monitoramento das mudanças climáticas na região amazônica, em conjunto com a tecnologia de sensoriamento remoto e, na área da saúde, dando suporte na detecção da malária em diferentes regiões da Amazônia.
O levantamento quantitativo e qualitativo sobre o tema SIG na Amazônia brasileira em bases de dados de artigos científicos, permitiu observar o número crescente de material publicado no período analisado.
Dentre os fatores que contribuíram para o aumento das publicações a partir de 2013, é possível citar a ampliação de pesquisas relacionadas a modelos hidrológicos de grande escala na verificação de inundações que a região amazônica vem sofrendo com o passar dos anos, bem como nos estudos de conservação de espécies raras ou endêmicas, na prevenção de transmissão de doenças como a malária e dengue, na análise dos problemas relacionados a contaminação nos rios amazônicos por produtos químicos, em especial o mercúrio, na crescente ocupação ilegal na região, e no impacto da exploração de madeira na Amazônia.
A pesquisa, a partir dos 75 trabalhos identificados, ao focar nos 10 pesquisadores mais produtivos, indica a existência de variedade de áreas interdisciplinares na produção de artigos científicos, não centrados somente em Ciência da computação como é o caso do SIG, Sensoriamento remoto e Geoprocessamento, e mostrou por meio de palavras-chave, a expansão de outras temáticas para os temas SIG e Amazônia.
Neste estudo identificou-se, no âmbito teórico, que os SIG na Amazônia são importantes ferramentas para o monitoramento ambiental, favorecendo a tomada de decisões tanto para o meio ambiente quanto para sustentabilidade, com base em oito dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável previsto pelas Nações Unidas no Brasil (Agenda 2030). Entretanto, no levantamento quantitativo, a participação desses elementos mostrou-se tímida, com a necessidade de futuras análises.
Verifica-se também considerável tendência interdisciplinar nas pesquisas, visto que diferentes áreas do conhecimento vêm trabalhando a respeito dos SIG como a Ciência da computação, as
Engenharias, a Ciência ambiental, as Ciências agrárias, e a Ciência da saúde.
Os dados obtidos indicam possibilidade de pesquisas futuras, por exemplo, na indicação de parâmetros que possam ser fomentados a estudos de outros biomas como Cerrado, Mata atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal, que poderão ser aproveitados nos projetos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
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