Reflexões sobre Organização, Representação e Recuperação da Informação de Religiões de Matrizes Africana: uma análise dos periódicos Qualis A na Ciência da Informação
Reflections on Organization, Representation and Retrieval of Information on African Matrix Religions: an analysis of Qualis A journals in Information Science
Reflexiones sobre Organización, Representación Y Recuperación de Información sobre Las Religiones de la Matriz Africana: un análisis de las revistas Qualis A en Ciencias de la Información
Réflexions sur l'organisation, la représentation et la recherche d'informations sur les religions de matrice africaine : une analyse des revues Qualis A en sciences de l'information
Correspondência
Autor para correspondência: Irma Gracielle Carvalho de Oliveira Souza
E-mail: carvalhoirma85@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9567-3966
Submetido em: 05/04/2023 Aceito em: 05/12/2023 Publicado em: 30/12/2023
1 Doutoranda em Ciência da Informação no PPGCI/UFPB. Professora Adjunta do Curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas na UFCA.
2 Doutora em Ciência da Informação. Professora Titular no Departamento de Ciência da Informação, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas na UFPB.
3 Doutora em Ciência da Informação. Professora Titular no Departamento de Ciência da Informação, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas na UFPB.
4Doutorando em Ciência da Informação no PPGCI/UFPB Professor Adjunto do Curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas na UFCA
Aborda questões relacionadas à Organização, Representação e Recuperação da Informação, sobre religiões de matrizes africana na Ciência da Informação. Tem como questão norteadora: como as informações sobre Candomblé e Umbanda, especificamente, são representadas e recuperadas nos principais periódicos científicos da Ciência da Informação? Tem como objetivo geral: refletir sobre a representação da informação de religiões de matriz africana na Ciência da Informação, a partir da produção científica em periódicos correntes Qualis A de 2018 à 2022. Como estratégias para consecução desse estudo, têm-se os seguintes objetivos específicos:
a) mapear a produção científica sobre religiões de matriz africana no âmbito da Ciência da informação; b) identificar os termos que representam a temática proposta nos periódicos da Ciência da Informação; e c) verificar como as informações acerca das religiões de matriz africana, o Candomblé e a Umbanda, estão representados nos periódicos Qualis A da Ciência da Informação. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, com abordagem bibliográfica, cuja técnica de coleta e análise dos dados adotada foi a Análise de Conteúdo. Os resultados apresentados levam a crer que as religiões de matriz africana, associadas ao contexto da Ciência da Informação, são um campo novo e pouco explorado, necessitando de maior compreensão por parte da comunidade científica, bem como a criação de uma cultura de produção científica na área, sobretudo, para ampliar as discussões sobre: espiritualidade, religiosidade, os impactos das informações produzidas e dos conhecimentos gerado dentro dos terreiros de candomblé e umbanda, considerando além da riqueza cultural dessas religiões.
Addresses issues related to Organization, Representation and Retrieval of Information, about religions of African origin in Information Science. Its guiding question is how information about Candomblé and Umbanda, specifically, is represented and recovered in the main scientific journals of Information Science? Its general objective is: To reflect on the representation of information from religions of African origin in Information Science, based on the scientific production in current periodicals Qualis A from 2018 to 2022. As strategies for achieving this study, the following specific objectives are set out: a)
Mapping the scientific production on religions of African origin in the field of Information Science; b) identify the terms that represent the theme proposed in Information Science journals; and c) verify how information about religions of African origin, Candomblé and Umbanda, are represented in Qualis A da Ciência da Informação journals. This is an exploratory research, of a qualitative nature, with a bibliographical approach, whose data collection and analysis technique adopted was Content Analysis. The results presented lead us to believe that religions of African origin, associated with the context of Information Science, is a new and little explored field, requiring greater understanding on the part of the scientific community, as well as the creation of a culture of scientific production in the area, above all, expanding discussions on: spirituality, religiosity, the impacts of the information produced and the knowledge generated within the Candomblé and Umbanda terreiros, considering in addition to the cultural richness of these religions.
RESUMEN Aborda temas relacionados con la Organización, Representación y Recuperación de la Información, sobre religiones de origen africano en Ciencias de la Información. Su pregunta orientadora es ¿cómo se representa y recupera la información sobre Candomblé y Umbanda, específicamente, en las principales revistas científicas de Ciencias de la Información? Tiene como objetivo general: Reflexionar sobre la representación de la información de las religiones de origen africano en las Ciencias de la Información, a partir de la producción científica en los periódicos de actualidad Qualis A del 2018 al 2022. Como estrategias para la consecución de este estudio se plantean los siguientes objetivos específicos : a) Mapear la producción científica sobre las religiones de origen africano en el campo de las Ciencias de la Información; b) identificar los términos que representan el tema propuesto en las revistas de Ciencias de la Información; y c) verificar cómo las informaciones sobre las religiones de origen africano, Candomblé y Umbanda, están representadas en las revistas Qualis A da Ciência da Informação. Se trata de una investigación exploratoria, de carácter cualitativo, con abordaje bibliográfico, cuya técnica de recolección y análisis de datos adoptada fue el Análisis de Contenido. Los resultados presentados nos llevan a pensar que las religiones de origen africano, asociadas al contexto de las Ciencias de la Información, es un campo nuevo y
poco explorado, que requiere mayor comprensión por parte de la comunidad científica, así como la creación de una cultura de conocimiento científico. producción en el área, sobre todo, ampliando discusiones sobre: espiritualidad, religiosidad, los impactos de la información producida y el conocimiento generado dentro de los terreiros de Candomblé y Umbanda, considerando además la riqueza cultural de estas religiones.
Cet article aborde les questions liées à l'organisation, à la représentation et à la recherche d'informations sur les religions d'origine africaine dans les sciences de l'information. La question principale est de savoir comment l'information sur le candomblé et l'umbanda, en particulier, est représentée et récupérée dans les principales revues scientifiques en sciences de l'information. Son objectif général est de réfléchir à la représentation de l'information sur les religions d'origine africaine dans les sciences de l'information, sur la base de la production scientifique dans les revues Qualis A actuelles de 2018 à 2022. Les stratégies pour réaliser cette étude comprennent les objectifs spécifiques suivants : a) cartographier la production scientifique sur les religions d'origine africaine dans le cadre des sciences de l'information ; b) identifier les termes qui représentent le thème proposé dans les revues de sciences de l'information ; et c) vérifier comment l'information sur les religions d'origine africaine, le Candomblé et l'Umbanda, est représentée dans les revues Qualis A de sciences de l'information. Il s'agit d'une étude exploratoire, qualitative, avec une approche bibliographique, dont la technique de collecte et d'analyse des données est l'analyse de contenu. Les résultats présentés nous amènent à penser que les religions d'origine africaine, associées au contexte des sciences de l'information, constituent un domaine nouveau et peu exploré, nécessitant une meilleure compréhension de la part de la communauté scientifique, ainsi que la création d'une culture de production scientifique dans le domaine, surtout pour élargir les discussions sur : la spiritualité, la religiosité, les impacts de l'information produite et les connaissances générées au sein des terreiros Candomblé et Umbanda, en tenant compte de la richesse culturelle de ces religions.
INTRODUÇÃO
A representação da informação faz parte de um processo de transformação cultural evidenciado ao longo dos tempos (Albuquerque et al., 2019), consolidada a partir de “um campo teórico produtor, que possibilitou diversas metodologias e práticas, diretamente ligadas ao paradigma físico” abordado por Capurro (2003, p. 20).
Inevitavelmente a linguagem precede os processos relacionados à organização, representação e recuperação da informação, uma vez que, conforme argumenta Mota (2015, p. 13), “a linguagem está inexoravelmente relacionada aos seres humanos, que utilizam sistemas de signos”, a fim de melhor representar o conhecimento.
Desta forma, Lima e Alvares (2012, p. 21) consideram que “representar é o ato de utilizar elementos simbólicos — palavras, figuras, imagens, desenhos, mímicas, esquemas, entre outros — para substituir um objeto, uma ideia ou um fato”.
Diante dessa assertiva, a motivação para realizar o estudo ora apresentado deu-se em razão de afinidade com a temática proposta, uma vez que pesquisas relacionadas à esfera da fé e espiritualidade enquanto elementos de memória, informação e oralidade, presentes nesse contexto, coadunam com nossos interesses pessoais. Desta forma, a problemática desta pesquisa visa conhecer como estão representadas as informações acerca das religiões de matrizes
africanas mais propagadas, Candomblé e Umbanda, nos principais periódicos científicos, da Ciência da Informação - CI?
A partir da problemática surgida e em virtude de não obtermos respostas significativas numa busca rápida, na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação – Brapci, optamos por realizar um estudo mais detalhado nos principais periódicos da CI, indexados nesta base de dados. Para tanto, realizamos as buscas em (6) seis periódicos correntes, com Qualis A, com o objetivo geral de refletir sobre a representação da informação de religiões de matriz africana na CI, a partir da produção científica recuperada nestes periódicos.
A partir do objetivo geral, delinearam-se os seguintes objetivos específicos: a) mapear a produção científica sobre religiões de matriz africana no âmbito da Ciência da informação; b) identificar os termos que representam a temática proposta nos periódicos da CI; e c) verificar como as informações acerca das religiões de matriz africana, o Candomblé e a Umbanda, estão representadas nos periódicos Qualis A da Ciência da Informação.
RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA
O Brasil é um país miscigenado, povoado por diversas crenças religiosas que habitam o mesmo território, entretanto, apesar de haver uma diversidade de credos, o preconceito em relação às religiões de matriz africana, sobretudo nos últimos anos, através da demonização dessas religiões, vem demandando um trabalho de esclarecimento e respeito ao direito de culto e liberdade religiosa, garantidos constitucionalmente.
Neste sentido, as religiões de matrizes africanas originaram inúmeras manifestações deste sagrado no Brasil, para além das mais conhecidas “Candomblé e Umbanda”, escolhidas para o estudo em tela, existem adeptos de outras tradições, tais como: o xangô de Pernambuco, o batuque no Rio Grande do Sul, jarê, terecô e o tambor de mina, que é uma variação do candomblé no Maranhão (Ramos, 2015).
Para Cumino (2015), as religiões de matriz africana dividem-se em três grupos principais, sendo eles: a) as religiões genuinamente brasileiras, como a umbanda que surgiu no Brasil; b) as afro- brasileiras, a exemplo do candomblé de caboclo; e c) as consideradas de originárias por afrodescendentes que, embora tenham sido originadas no Brasil, tem sua idealização nas religiões da África, como por exemplo: o Ketu e o Jêje.
Dentre as principais dificuldades em reconhecer cientificamente as religiões de matriz africana está o fato de não serem codificadas, como é o caso da Umbanda e do Candomblé, por exemplo. Por não possuírem livros sagrados como uma bíblia, alcorão, ou uma torá, tais religiões são repassadas através da oralidade, não havendo registro de seus cultos ou doutrina (Cumino, 2015).
Saraceni (2017) explica que a maior dificuldade em explicar as religiões de matriz africana reside nas diversas correntes de pensamento doutrinário, das heranças religiosas do catolicismo branco, sobretudo, na umbanda, que é uma religião adaptada para atender nossa cultura tipicamente cristã e permeada por valores culturais e religiosos do imaginário coletivo dos brasileiros.
O Candomblé cultua os Orixás, divindades cuja força e representação são os elementos da natureza. Essas religiões, de
certa forma, expõem um Brasil mestiço, indigesto para muitas pessoas, em razão do preconceito racial propriamente dito, haja vista, serem duas religiões influenciadas por indígenas, antigos escravos, nativos que já habitavam o país, antes da chegada do “homem branco” (Prandi, 2004).
Candomblé
O Candomblé é considerado “uma síntese de tradições religiosas da África Ocidental, especificamente da Nigéria, Benin e Togo além das influências de outras tradições religiosas” (Santos, 2010, p, 30). De acordo com Ramos (2015, p. 14) o “termo candomblé tem significados difusos, podendo significar “casa de negros” dando origem ao termo, as palavras kiandombe (negro), do quimbundo, acrescido de ilê, do yorubá (Theodoro, 2008)”.
Para Prandi (2004, p. 2), o “candomblé faz parte de uma resistência cultural e espiritual dos povos africanos escravizados no Brasil”. Assim, considera-se que:
[...] o Candomblé é uma religião que se organiza a partir do culto aos Orixás, Inquices e Voduns, divindades originárias do panteão africano, mas também incluem as Entidades do universo mítico-religioso do Brasil, tais como Caboclos e Marujos, considerados, por alguns, espíritos de antepassados e geralmente subordinados àquelas outras divindades supracitadas. A divindade suprema é Olorum, o criador do mundo que designou a criação e a sua manutenção às divindades acima. Olorum não tem culto direto. Seu culto é feito através das divindades que ordenam o mundo e a vida das pessoas (Góis, 2013, p. 323).
O candomblé pode ser considerado, ainda, como um alento e base cultural remanescente das culturas africanas, tendo em seu
cerne o conhecimento ancestral, “guardado” nos terreiros de candomblé, repassado de mãe para filha, pai para filho, avós para netos pela oralidade, razão pela qual, os registros desse conhecimento tornam-se uma tarefa difícil, visto que para acessar tais registros, é necessário ser filho de santo (Ramos, 2015).
Nessa perspectiva, para se compreender o universo místico que permeia o candomblé, considerando seus mitos, crenças, ritualística, musicalidade, dança e toda riqueza cultural, é necessário conhecer a mitologia e viver a religião. Assim, a mitologia explica que,
Oxalá é considerado pelos adeptos do Candomblé o pai de todos os Orixás. Quando se toca para Oxalá todos dançam e pedem a benção. Ele é considerado o Orixá da vida ou aquele que concede a vida. (ROCHA, 1994 apud PRANDI, 2001, p.514-516). A cor desse orixá é o branco leitoso e o dia a ele consagrado é a sexta-feira. Quando incorporado nos terreiros assume duas formas: oxaguiã, jovem guerreiro, e oxalufã, velho apoiado num bastão de prata (apaxoró). Oxalá é avesso a toda a violência, disputas, brigas; gosta da ordem, da limpeza, da pureza. Sua saudação é “Epa Bàbá!” (Góis, 2013, p. 324).
Desta forma, o protagonismo dos “filhos de santo”, na exaltação dos Orixás, pode ser observado nas festividades em comemoração e honra aos deuses, quanto atividades relacionadas, ao que os candomblecistas chamam de “obrigações de confirmação”, realizadas por seus devotos na iniciação, comumente conhecida como “fazer o santo” (Góis, 2013, p. 323).
Umbanda
A umbanda é uma religião de matriz africana criada no Brasil há 115 (cento e quinze) anos, oficialmente criada em 15 de novembro de 1908 pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, em sessão
espírita realizada na Federação Espírita, em Niterói no Rio de Janeiro (Costa; Miranda, 2019).
A busca por paz, harmonia, prosperidade, saúde, entre outros aspectos, são características comuns na umbanda, uma vez que essa religião é considerada um porto seguro para quem busca se conectar com a espiritualidade. De acordo com Birman (1985, p. 49), “os espíritos na umbanda são chamados de santos protetores. A sua função [...] é oferecer proteção [...] junto às forças sobrenaturais, fechando o seu corpo contra os inimigos, e abrindo os seus caminhos”.
Cacciatore (1977), em uma conceituação clássica, descreve a Umbanda como sendo uma religião,
[...] formada no Brasil [...] por uma seleção de valores doutrinários e rituais, feitos a partir da fusão dos cultos africanos congo-angola, já influenciados pelo nagô, com a Pajelança [...] sofrendo ainda influência dos malês islamizados, do catolicismo e do espiritismo [...] e, posteriormente, do ocultismo. A Umbanda cultua alguns orixás [...], mas cultua também eguns, i. e., espíritos de antepassados (entidades) ‒ Caboclos (espíritos de indígenas) e Pretos Velhos (antigos escravos), além das Crianças (espíritos infantis evoluídos). [...] As cerimônias são realizadas em Terreiros, Centros, Tendas ouCabanas de Umbanda. Também há rituais e oferendas nas matas, praias, cachoeiras, margens de rios e regalos, lagoas etc. Usam pontos cantados e riscados, banhos de ervas sagradas, velas, flores, [...] etc., em seus rituais, bem como oferendas de comidas. [...] As roupas rituais são desde as roupas simples, comuns, brancas, até as roupas de baianas, coloridas ou brancas. Os salões de festa (abassá) têm altar (peji ou gongá, tb. congá) com imagens católicas (sincretismo religioso) e de índios (Caboclos) e negros (Pretos Velhos). [...] Acreditam no Carma e na reencarnação. O termo Umbanda, aplicado ao culto, parece ter aparecido entre 1936 e 1940.Tem adeptos em todas as classes sociais (Cacciatore, 1977, p. 250).
Quanto às suas finalidades, a Umbanda é conceituada por Pinto (1975) como uma religião / um serviço espiritual, cujo princípio é:
servir às criaturas humanas e espíritos humanos encarnados ou desencarnados, seja por meio da doutrinação ou por meio do auxílio espiritual, nas dificuldades materiais e morais, alívio ou cura de doenças. [...] Na sua essência e na sua finalidade, a Umbanda é idêntica a todas as religiões do passado e do presente. Umbanda reconhece um Ser Supremo, trino na sua manifestação cósmica, as hierarquias de entidades espirituais,o papel que essas hierarquias desempenham no Universo, as suas funções, a evolução dos espíritos. [...] onde pontificam com sabedoria, espírito de renúncia, humildade, devotamento ecaridade, espíritos de elevada superioridade dos Pretos-Velhos e Caboclos. [...] Em resumo, a Umbanda é a Caridade. Nada mais. (Pinto, 1975, p.82).
Culmino (2015) explica que a Umbanda é uma herança da experiência espiritual e cultural de três raças (Branca, negra e vermelha – indígenas), sendo resultado dessa miscigenação de raças e cultura, vivendo um processo de constante burilação, numa busca incansável por sua identidade, tendo a possibilidade de aprender com os erros e acertos de outras religiões, sendo nesse sentido, uma religião genuinamente brasileira.
Desta forma, Culmino (2015) enfatiza que a Umbanda por ser um organismo vivo, está em processo constante de aprendizagem, pois reconhece sua ancestralidade na forma de uma “árvore genealógica”, lembrando que a Umbanda ainda é considerada uma religião nova, que sofre influências do Kardecismo, do Budismo, Hinduísmo, Catolicismo e também da magia/bruxaria, tornando-se uma religião mista de várias religiões, tendo como base principal as de matriz africana.
ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO E
RECUPERAÇÃO: desdobramentos teóricos
As atividades de organização, representação e recuperação da informação são processos possíveis em razão da capacidade humana de elaborar e utilizar linguagens complexas para representar, expressar e trocar informações e conhecimentos (Carstairs-Mccarthy, 2008; Mota, 2015).
Nessa perspectiva, o processo de organização da informação, sobretudo, no âmbito acadêmico-científico, exige uma gama de processos, instrumentos e produtos que,
[...] possibilitam o trabalho da representação e organização da informação para sua recuperação e uso, ao mesmo tempo se constituem em dispositivos técnicos e semiológicos. Estes se caracterizam como dispositivos técnicos na medida em que são constituídos sob a lógica e estrutura de conhecimentos especializados que, a partir das terminologias, de esquemas conceituais e notacionais, orientações aos processos de representação descritiva e temática da informação, também se constituem em dispositivos semiológicos, coparticipantes do processo de geração de sentidos e significados (Gomes; Santos, 2012, p. 31).
Em se tratando da atividade de representação da informação, Mota (2015) explica que existe uma relação intrínseca entre comunicação, representação e a recepção de informações, que de forma diagramada, atuam através do esquema: emissor, receptor, mensagem, canal e um contexto compartilhado (Ingwersen; Järvelin, 2005). Ainda de acordo com Mota (2015, p. 25) “esse esquema envolve uma linguagem que, caso não seja compartilhada, afeta a compreensão das mensagens ou informações”.
Desta forma, a eficiência do processo de organização, representação e recuperação da informação depende diretamente da
compreensão de que a estruturação dos sistemas de informação e, consequentemente, o sucesso na recuperação da mesma, estão relacionados à forma como o emissor percebe a informação recebida, como ele transfere-a ao receptor e como ela é recebida, interpretada, representada dentro de um sistema e, por fim, como ela será recuperada a partir da interpretação feita pelo agente receptor.
Nessa perspectiva, num conceito clássico, Novellino (1996, p.
38) define,
a principal característicado processo de representação da informação é a substituição de uma entidade linguística longa e complexa – o texto do documento – por sua descrição abreviada”. Ainda que haja uma redução ou sumarização informacional. Esse processo caracteriza- se como benéfico uma vez que [...] funciona então como um artifício para enfatizar o que é essencial no documento considerando sua recuperação, sendo a solução ideal para organização e uso da informação. A representação da informação, é fato, não substitui a leitura na integra,“[...], mas possibilita identificar seus atributos fundamentais, os quais orientam o usuário para tomada de decisão sobre a necessidade de consulta do documento que originou a representação (Novellino, 1996, p. 38).
De acordo com a referida autora, o processo de representação da informação, envolve dois passos principais que impactam diretamente na recuperação das informações. São eles: a) a análise de assunto de um documento e a colocação do resultado desta análise numa expressão linguística; e b) atribuição de conceitos ao documento analisado (Novellino, 1996, p. 37).
PERCURSO METODOLÓGICO
A pesquisa ora apresentada pode ser compreendida como uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, pois objetiva solucionar problemas, desenvolver hipóteses e aumentar a
familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado (Marconi; Lakatos, 2012).
A coleta de dados foi realizada na Base de Dados em Ciência da Informação - BRAPCI, onde estão indexados os periódicos constantes nesta pesquisa (Em Questão; EnconstrosBibli; Informação & Informação; Informação, Sociedade e Estudos; Perspectivas em Ciência da Informação e Transinformação).
E, para a análise dos dados, optamos por utilizar a técnica de Análise de Conteúdo - AC, proposta por Bardin (2004). A opção por trabalhar com AC deu-se em razão desta técnica permitir a categorização das unidades de contexto, neste caso em especial (palavras-chaves ou frases que mais se repetem) nas citações, inferindo em uma expressão que as represente. O material foi analisado a partir da identificação dos periódicos correntes na CI, com qualis A, tendo recorte temporal de 2018 a 2022.
Nossa intenção foi refletir sobre a representação da informação de religiões de matriz africana na CI, a partir da produção científica recuperada nos periódicos identificados.
Coleta e Análise dos Dados
Conforme dito anteriormente, a coleta foi realizada na BRAPCI, onde estão indexados os periódicos constantes nesta pesquisa. Com recorte temporal de cinco anos de 2018 a 2022.
A análise de conteúdo proposta por Bardin (2010), ocorreu seguindo três etapas:
WordCounter360, que possibilitou conhecer a ordem de importância dos termos selecionados.
Etapas da Análise de Conteúdo: nos rumos da interpretação dos dados
Na fase I da AC, identificamos os periódicos Qualis A, em atividade de 2018 a 2022, indexados na BRAPCI. Como resultado, obtivemos a seguinte informação: atualmente existem seis revistas eletrônicas que se enquadram no perfil que estávamos buscando, listados no quadro 1:
Revista | Dados do Periódico |
Em Questão | Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, v. 1-, 2003-, trimestral. ISSN 1808-5245. URL: https://seer.ufrgs.br/index.php/. Qualis: A2. |
EncontrosBibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação | Universidade Federal de Santa Catarina, PPGCI, v. 1-, 1996-, fluxo contínuo. ISSN: 1518- 2924. https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/index. Qualis: A2. |
Informação & Informação | Universidade Estadual de Londrina (UEL), Departamento de Ciência da Informação, v. 1- , 1996-, semestral. ISSN: 19818920. Línguas dos artigos: RICI: R.Ibero-amer. Ci. Inf., ISSN 1983- 5213, Brasília, v15 n2 maio - ago. 2022 320 português e espanhol. URL:http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/inf ormacao/index. Qualis: A2. |
Informação & Sociedade: Estudos. | Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, v.1 - , 1991, trimestral. ISSN: 1809-4783 URL: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/ind ex. Qualis: A1 |
Perspectivas em Ciência da Informação. | Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação, v. 1- , 1996- , trimestral. ISSN: 14139936 URL: https://periodicos.ufmg.br/index.php/pci.. Qualis: A1. |
Transinformação. | Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Faculdade de Biblioteconomia, v. 1- , 1989- , fluxo contínuo. ISSN0103-3786 URL:http://revistas.puccampinas.edu.br/transin fo/viewissue.php. A revista tem "foco em artigos que contribuem para o estudo e o desenvolvimento científico da Ciência da Informação, da Biblioteconomia, da Arquivologia, da Museologia e de áreas afins” (Sobre a Revista). Qualis:A1. |
Após identificarmos as revistas, realizamos uma busca minuciosa em cada periódico, a fim de localizar artigos que tratassem da temática de interesse desta. Realizamos as buscas por palavras individualmente, como candomblé e umbanda, por associação, como por exemplo: Candomblé e Orixá; Umbanda e Orixá; Candomblé e comida de santo; pretos velhos e demais divindades juntas as palavras candomblé ou umbanda e individualmente.
À medida que localizávamos os artigos, observávamos o título e as palavras-chave, para que pudéssemos estabelecer o critério de inclusão, ou exclusão na pesquisa, conforme a problemática e objetivos. Para tanto, criamos as seguintes categorias temáticas, surgidas a partir dos termos de busca previamente definidos e que mais se repetiam dentro dos artigos recuperados.
Categoria | Termo de busca | Artigos |
Religiões de Matriz Africana | Candomblé; Umbanda | 2 |
Candomblé | Orixá; Comida de santo | 1 |
Umbanda | Guias; Malandros; Pretos velhos; Entidades; Exus Incorporação; Pombo Gira Caboclos | 1 |
Religiosidade na CI | Religiosidade Religiosidade na CI e Religiões Africanas | 1 |
Para que pudéssemos recuperar os artigos criamos quatro categorias temáticas, que se desdobraram em 15 (quinze) palavras- chave / termos de busca, quais sejam: candomblé; umbanda; orixá; comida de santo; guias; malandros; pretos velhos; entidades; exus; incorporação; pombo gira; caboclos; religiosidade; religiosidade na
CI e religiões de matriz africana. As categorias criadas foram: Religiões de Matriz Africana, Candomblé, Umbanda e Religiosidade na CI.
Estabelecemos essas categorias para situar nossa pesquisa dentro da Organização, Representação e Recuperação da Informação, uma vez que inferimos que havia comprometimento na recuperação dos artigos por possivelmente haver equívocos por parte dos autores no momento de preencher os metadados no sistema de publicação da revista, já que esta atividade é realizada pelo próprio autor ao inserir as palavras-chave e os descritores das publicações, no momento em que submete o escrito. Conforme argumenta Novellino (1996), ao explicar a importância do processo de representação para fins de recuperação da informação.
A principal característica do processo de representação da informação é a substituição de uma entidade linguística longa e complexa – o texto do documento – por sua descrição abreviada”. Ainda que haja uma redução ou sumarizaçãoinformacional. [...] Esse processo caracteriza- se como benéfico uma vez que funciona então como um artifício para enfatizar o que é essencial no documento considerando sua recuperação, sendo a solução ideal para organização e uso da informação (Novellino, 1996, p. 38).
Ao todo foram recuperados cinco artigos, mesmo realizando as buscas com termos separadamente e em combinado, conseguimos um número relativamente baixo de trabalhos publicados com a temática abordada. Por exemplo, como nosso interesse eram artigos sobre religiões de matriz africana com temáticas abordadas pela CI e publicados em periódicos Qualis A da mesma área, combinamos os seguintes termos, por meio de operadores booleanos, resultando nas seguintes combinações: religiões de matriz africana AND
candomblé na Ciência da Informação; religiões de matriz africana AND umbanda na Ciência da Informação e assim sucessivamente para os demais termos (Orixá, comida de santo, guias, malandros, pretos velhos, exus, etc.).
Para ampliar nossas possibilidades de recuperação dos artigos, usamos OR e OU, como no exemplo: religiões de matriz africana OR Candomblé e Umbanda na Ciência da Informação. E assim, fomos combinando os termos dispostos no quadro 2, até chegar aos termos que mais se repetiram nos artigos recuperados, que podem ser observados no quadro 4, mais adiante.
Compreendemos que a temática é considerada um tabu em muitos campos científicos, sendo assunto recente dentro da academia, inclusive do ponto de vista de produção científica, questão reforçada diante dos achados desta pesquisa.
Das seis revistas identificadas, apenas três trouxeram resultados quanto à produção científica relativa as religiões de matriz africana, dentro da CI, que podem ser observados no quadro 3:
Título | Autor | Revista | Ano |
“Quissamã somos nós!”: construção participativa de hipertexto | ESPÍRITO SANTO, C. do; FREIRE, I. M. | Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 1, p. 155- 168, jan./abril. | 2004 |
Direito à memória das comunidades tradicionais: organização de acervo nos terreiros de candomblé de Salvador, Bahia | OLIVEIRA, A. C. | Ciência da Informação, Brasília , n. 2, v. 39, | 2011 |
Muita fé, muitas crenças: os espíritos do brasil são | FREITAS, R. O. de F. | Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.28, n.1, p. 285-286, jan./abr. | 2018 |
A organização do conhecimento sobre umbanda e sua representação bibliográfica: uma análise exploratória a partir de registros bibliográficos | COSTA, D.; MIRANDA, M. L. C. | Informação & Informação, n. 3, v. 24, p. 154-182, | 2019 |
Cultura material como documento: as informações constantes nos artefatos religiosos da Jurema | ALMEIDA, C. M.; AZEVEDO NETTO, C. X. | Informação & Informação n. 2, v. 26, p. 26-51, (Artigo) | 2021 |
Dos cinco artigos recuperados, observamos que um não apresentava em seu escopo nenhuma referência às categorias temáticas, mesmo tendo sido recuperado pelo sistema, em seu conteúdo o artigo intitulado: “Quissamã somos nós!”: construção participativa de hipertexto.
Em nosso entendimento, houve um equívoco por parte das autoras no momento de atribuir os termos nos metadados, pois o artigo trata de cultura nacional, cultura local e do folclore de Quissamã, não apresentando nenhum elemento ligado às religiões de matriz africana aqui elencadas. Por tanto, para melhor demonstrar a dinâmica da análise de conteúdo realizada nos artigos
recuperados, apresentamos no quadro 4, os termos que mais se repetiram nos artigos identificados.
Termo | Repetições |
Axé | 32 |
Cânticos | 4 |
Comunidade de terreiro | 6 |
Egbé | 4 |
Filhos de santo | 10 |
Ialorixá | 3 |
Ilê | 13 |
Ioruba | 12 |
Lideranças religiosas | 4 |
Mãe de santo | 6 |
Nações | 3 |
Organização da informação | 10 |
Organização do conhecimento | 6 |
Raça | 12 |
Religiões de matriz africana | 13 |
Religiosidade | 7 |
Religiosos | 8 |
Representação da informação | 5 |
Representação do conhecimento | 3 |
Representação do conhecimento de candomblé | 3 |
Representação do conhecimento umbandista | 4 |
Tambores | 4 |
Terreiro | 28 |
Terreiros de candomblé | 4 |
Umbanda | 8 |
Umbanda nos ambientes de informação | 3 |
Esclarecemos que organizamos os termos que mais se repetiram por ordem alfabética e não pela quantidade de vezes em que se foram citados nos textos.
Desta forma, em resposta aos objetivos específicos propostos, quais sejam: b) Identificar os termos que representam a temática proposta nos periódicos da CI; e c) Verificar como as informações acerca das religiões de matriz africana (Candomblé e Umbanda) estão representados nos periódicos Qualis A da Ciência da Informação. E considerando a fala sobre representação e organização da informação no ambiente científico, de Gomes e Santos (2012), sobre a forma como a informação é representada, os autores apontam que:
[...] possibilitam o trabalho da representação e organização da informação para sua recuperação e uso, ao mesmo tempo se constituem em dispositivos técnicos e semiológicos. Estes se caracterizam como dispositivos técnicos na medida em que são constituídos sob a lógica e estrutura de conhecimentos especializados que, a partir das terminologias, de esquemas conceituais e notacionais, orientações aos processos de representação descritiva e temática da informação, também se constituem em dispositivos semiológicos, coparticipantes do processo de geração de sentidos e significados (Gomes; Santos, 2012, p. 31).
Com base nessa assertiva e nos termos que mais se repetiram, considerando ainda que a recuperação da informação depende da forma como as informações foram representadas, bem como do conhecimento especializado sobre determinado assunto, neste caso, as religiões de matriz africana: candomblé e umbanda e suas representações, a partir das terminologias e conceitos utilizados para representar essa informação nos periódicos, chegamos aos seguintes termos que representam a informação de religiões de
matriz africana na CI, a partir da produção científica recuperada em periódicos já listados no quadro 3.
Em resposta ao objetivo geral desta pesquisa, concluímos que a informação sobre as religiões de matriz africana na CI, estão representadas pelos termos: axé, terreiro, ilê, iorubá, raça, religiosidade, religiosos, umbanda, candomblé, comunidade de terreiro, mãe de santo, pai de santo e orixá, organização da informação de matriz africana e organização do conhecimento de umbanda e candomblé.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa nos revelou duas questões pertinentes e que necessitam de reflexão. A primeira diz respeito ao baixo índice de artigos recuperados sobre a temática que trata este estudo. Nessa perspectiva, inferimos que as religiões de matriz africana ainda sofrem inúmeros preconceitos, inclusive na academia, o que pode ser observado também na Ciência da Informação.
Tal observação nos leva a crer que o estudo sobre as religiões de matriz africana, associadas ao contexto da CI, é um campo novo e pouco explorado, necessitando de maior compreensão por parte da comunidade científica, bem como a criação de uma cultura de produção científica na área, sobretudo, quando consideramos que a CI atua com diversos tipos de representação da informação e do conhecimento.
Desse modo, entendemos que cabe ampliar as discussões sobre: espiritualidade, religiosidade, os impactos das informações produzidas e dos conhecimentos gerados dentro dos terreiros de candomblé e umbanda, considerando além da riqueza cultural
dessas religiões, o fato dos registros informacionais serem feitos a partir da oralidade, necessitando de novos critérios para registrar, organizar, representar e recuperar essas informações, de modo que elas possam tornar-se conhecimento e serem preservados como memória coletiva.
Considerando os resultados desta pesquisa, concluiu-se que as religiões de matriz africana na CI, tendo como amostra os periódicos Qualis A, estão representadas pelos termos: axé, terreiro, ilê, iorubá, raça, religiosidade, religiosos, umbanda, candomblé, comunidade de terreiro, mãe de santo, pai de santo, orixá, organização da informação de matriz africana e organização do conhecimento de umbanda e candomblé, que foram os termos mais citados.
Cabe ressaltar que, em razão do quantitativo relativamente baixo de publicações científicas sobre a temática de interesse da pesquisa, registrada em apenas cinco periódicos, os resultados aqui apresentados configuram apenas uma amostra da produção científica sobre religiões de matriz africana no campo da CI.
Nossas conclusões consideram os termos de busca, já elencados, contudo, acreditamos que as especificidades das religiões, como o fato dos conhecimentos serem transmitidos na prática do cotidiano dos terreiros, sendo a oralidade a linguagem que se conhece, além da observação dos rituais pelos filhos de santo.
Além desta limitação, que desemboca na escassez literária, tanto os conceitos como terminologias variam de terreiro para terreiro. Em termos de literatura, a umbanda apresenta maior diversidade, sobretudo, na escrita de livros que tratam de seus ritos, entidades e Leis. Já o candomblé, apresenta-se como uma religião extremamente reservada, havendo poucos trabalhos, o que além de
limitar a pesquisa, abre margem para pesquisas futuras, sejam por pesquisadores interessados no tema, seja dos próprios filhos, pais e mães de santo envolvidos no mundo acadêmico.
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