A utopia sertaneja de Amelia Rodrigues

literatura e ativismo católico feminino

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61895/pl.v17i33.19720

Palavras-chave:

literatura; utopia; conservadorismo

Resumo

Entre o final do século XIX e começo do XX a professora baiana Amelia Rodrigues, tornou-se muito conhecida como escritora de romances, livros infantis, peças teatrais, poesias, ensaios, conferências e artigos para a imprensa. Este artigo propõe uma reflexão a respeito de um de seus livros mais conhecidos, Mestra e Mãe, publicado em 1898. Neste livro Amelia Rodrigues não só defende as capacidades femininas pela educação e a religião, mas recria um mundo sertanejo assentado na ordem, na unidade e na religião católica. Crítica à modernidade e à desordem das cidades, Amelia Rodrigues arquiteta uma utopia sertaneja para defender o catolicismo, os valores morais, a hierarquia, a ação social e o exemplo moral das mulheres cristãs. O artigo pretende problematizar o conceito de utopia conservadora, nos marcos do ativismo feminino católico, bem como a noção de espaço moral, representado, no livro, pelo sertão. 

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Biografia do Autor

Ana Paula Vosne Martins, Universidade Federal do Paraná

Doutora em História pela UNICAMP

Professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História na Universidade Federal do Paraná

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Publicado

2023-12-30

Como Citar

MARTINS, Ana Paula Vosne. A utopia sertaneja de Amelia Rodrigues: literatura e ativismo católico feminino. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 17, n. 33, p. 71–93, 2023. DOI: 10.61895/pl.v17i33.19720. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/19720. Acesso em: 27 jul. 2024.