Antônio Manuel Hespanha e a pluralidade de centros de poder político em Portugal: caminhos abertos pela concepção corporativista da sociedade portuguesa

Autores

  • Airles Almeida dos Santos Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Resumo

A questão da centralização do poder político sempre foi colocada em pauta na análise a respeito da formação dos Estados europeus. Para o entendimento da instituição monárquica, poder central medieval e constituição do Estado Moderno, grandes correntes de pensamento atribuíam à Idade Média uma relação genealógica entre coroa, rei e Estado, uma visão centralista do poder. Porém, novos trabalhos vêm dando nova tônica à temática. O objetivo nesse artigo é problematizar a ideia de “centralização precoce” em Portugal na Baixa Idade Média (século XIV), apresentar as reflexões historiográficas tecidas por Antonio Manuel Hespanha a respeito da problematização da ideia dos temas que até então vinham sendo tratados pela historiografia institucionalista e apresentar o modelo corporativo como meio adequado para a explicação do corpo político medieval português. 

                                                                                        

Palavras-chave: Poder; Portugal; Idade Média; Historiografia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Airles Almeida dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFS

Integrante do Dominium: Estudos sobre Sociedades Senhoriais (CNPq-UFS)

Referências

ALVARO, Bruno Gonçalves. As Veredas da Negociação: Uma Análise Comparativa das Relações entre os Senhorios Episcopais de Santiago de Compostela e de Sigüenza com a Monarquia Castelhano-Leonesa na Primeira Metade do Século XII. Tese (doutorado) – UFRJ/IH/ Programa de Pós-Graduação em História Comparada, Rio de Janeiro, 2013, 280 f.

BASCHET, Jérôme. A Civilização Feudal: do ano mil a colonização da América. São Paulo: Ed. Globo, 2006.

BOBBIO, Norberto. Poder. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: DF: EdUnb, 1986, pp. 933-943.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 15a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

CARDIM, Pedro. “Centralização Política e Estado na historiografia recente sobre o Portugal do Antigo Regime”. Nação e Defesa, 2ª Série; nº 87, p.129-158, 1998. Disponível em http://hdl.handle.net/10400.26/1487. Acesso em 16/08/2017.

CASTRO, Armando. A teoria econômica do feudalismo. In: CASTRO, Armando. Teoria do sistema feudal e transição para o capitalismo em Portugal. Caminho: Lisboa. 1987. p. 19-52.

CERTEAU, Michel de. A operação historiográfica. In: A Escrita da História. Tradução Maria de Lourdes Menezes, 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

CLAVERO, Bartolomé. Tantas personas como estados. Por una antropologia política de la Historia Europea. Madrid: 1986.

COELHO, Maria Filomena. Revisitando o problema da centralização do poder na Idade Média. Reflexões historiográficas. In: NEMI, A.; ALMEIDA, N.; PINHEIRO, R. (Org.). A construção da narrativa histórica (séc. XIX-XX). Campinas: Ed.Unicamp/ FAP-UNIFESP, 2014, p. 39-62.

CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. 2 ed. Difel: 2002.

FALCON, Francisco. História e Poder. In: CARDOSO. Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (org.). Domínios da História: Ensaios de teoria e metodologia. 5a ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

FERNÁNDEZ ALBADALEJO, Pablo. La transición política y la instauración del absolutismo. In: Zona abierta, 30 (1984), p. 63-75.

FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade. Tradução Maria Ermanita Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

HESPANHA, Antonio Manuel. Às Vésperas do Leviathan. Instituições e poder político (Portugal, séc. XVII). Coimbra: Almedina, 1994.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução e Introdução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril, 1974.

LANGHANS, Franz-Paul de Almeida. Estudos de Direito Municipal. As Posturas. Lisboa: Faculdade de Direito da Universidade, Instituto Jurídico, 1938.

MATTOSO, José. Identificação de Um país: ensaios sobre as origens de Portugal (1096-1325), vol. 1- oposição. Lisboa. Editorial Estampa, 1991.

MERÊA, Manuel Paulo. Introdução ao problema do feudalismo em Portugal: origens do feudalismo e caracterização deste regimen. Coimbra: F. Franca Amado. 1912.

_____. História do Direito Português (1917-1918). Coimbra, 1917.

MORSEL, Joseph. La aristocracia medieval. El dominio social em Occidente (siglos V-XV). Universitat de València, 2008.

OLIVEIRA MARQUES, A. H. História de Portugal - Das Origens ao Renascimento. Lisboa: Presença, 2010. p. 73-178.

PROST, Antoine. Doze Lições sobre a História. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

SARAIVA, José Hermano. Evolução Histórica dos Municípios Portugueses. Lisboa: Centro de Estudos Político Sociais, 1957.

STOPPINO, Mário. Autoridade. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: DF: EdUnb, 1986, pp. 88-94.

WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2004.

Downloads

Publicado

2017-10-17

Como Citar

SANTOS, Airles Almeida dos. Antônio Manuel Hespanha e a pluralidade de centros de poder político em Portugal: caminhos abertos pela concepção corporativista da sociedade portuguesa. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 10, n. 18, p. 80–97, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/7564. Acesso em: 22 dez. 2024.