O indigenismo da Comissão Pró-Índio de Sergipe: Breves notas sobre militância e ciência
Resumo
Neste artigo analisamos a atuação da Comissão Pró-Índio de Sergipe (CPI/SE) em torno da questão indígena nos meados dos anos 1980, examinando ainda os seus discursos sobre a situação social e os direitos indígenas. Consultamos documentos da CPI/SE, tais como relatórios de atividades, atas de reunião e projetos de exposição fotográfica e arqueológica. O indigenismo da CPI/SE se pautava nas atividades educacionais junto aos estudantes, professores e comunidade, no apoio aos grupos indígenas e nas tarefas de articulação com entidades congêneres. Seus discursos sobre os índios incluíam saberes histórico-antropológicos inovadores relacionados ao protagonismo, etnicidade e diversidade cultural.
Palavras-chave: Indigenismo; CPI/SE; indígenas.
Downloads
Métricas
Referências
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
ARRUTI, José Maurício. “Da memória cabocla à História Indígena: conflito, mediação e reconhecimento (Xocó, Porto da Folha/SE)”. In: SOIHET et al (Orgs.). Mitos, projetos e práticas políticas: memória e historiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 249-270.
BARTH, Fredrik. “Grupos étnicos e suas fronteiras”. In: POUTIGNAT. P; STREIFF-FENART, J. Teorias da Etnicidade. São Paulo: UNESP, 1998.
BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Lisboa: Livros do Brasil, 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
______. Câmara dos Deputados. Proposta de Emenda à Constituição PEC 215/2000. Inclui dentre as competências exclusivas do Congresso Nacional a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e a ratificação das demarcações já homologadas, estabelecendo que os critérios e procedimentos de demarcação serão regulamentados por lei. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesweb/fichadetramitacao?idProposicao=14562>. Acesso em: 20 out. 2016.
COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SERGIPE. Ata da sessão de instalação da Comissão Pró-Índio – Sergipe. Aracaju, 1981.
_____. Ata da 1ª reunião ordinária da Comissão Pró-Índio – Sergipe. São Cristóvão, 1981.
_____. Ata da 7ª reunião ordinária da Comissão Pró-Índio – Sergipe. São Cristóvão, 1982a.
_____. Relatório da diretoria da Comissão Pró-Índio de Sergipe – gestão 1981/1982. Aracaju, 1982b.
_____. Ata da 6ª reunião ordinária da Comissão Pró-Índio – Sergipe. São Cristóvão, 1982c.
_____. Relatório da diretoria da Comissão Pró-Índio de Sergipe – gestão setembro 1982/junho 1983. Aracaju, 1983a.
_____. Relatório sobre a atuação da Comissão Pró-Índio de Sergipe no incidente de invasão e morte de gado na Ilha de São Pedro. Aracaju, 1983b.
_____. “Fatos Históricos Xokó: cronologia da relação FUNAI-Xokó”. In: COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO. Boletim Comissão Pró-Índio – SP, São Paulo, 1983c, p. 3-6.
_____. Ata da 46ª reunião ordinária da Comissão Pró-Índio – Sergipe. São Cristóvão, 1984.
_____. Ata da 53ª reunião ordinária da Comissão Pró-Índio – Sergipe. São Cristóvão, 1985.
CUPSINSKI, Adelar; et al. “Um Marco Temporal inconstitucional: nenhum direito a menos”. In: CIMI. Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil Dados de 2016. Brasília, 2017.
DANTAS, Beatriz Góis; et al. Projeto da exposição fotográfica Xocó Hoje. Aracaju, 1981.
____________. Exposição fotográfica Xocó Hoje. Aracaju, 1987.
DANTAS, Beatriz Góis. “Do Campus para as escolas: uso da fotografia na divulgação de pesquisas e na integração de saberes”. Revista do Mestrado em Educação, v.1, n.1, São Cristóvão, 1998. p. 3-17.
_____. “Contribuição ao estudo dos índios em Sergipe: depoimento sobre pesquisa e ação”. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, n. 47, Aracaju, 2017, p. 343-361.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.
LACERDA, Rosane Freire. Os Povos Indígenas e a Constituinte – 1987/1988. Brasília: Conselho Indigenista Missionário (CIMI), 2008.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um grande cerco de paz: poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1995.
______. “O indigenismo no Brasil: migração e reapropriações de um saber administrativo”. In: L’ESTOILE, Benoit de; NEIBURG, Federico; SIGAUD, Lygia (Orgs.). Antropologia, Impérios e Estados Nacionais. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002. p. 159-186.
O ÍNDIO EM SERGIPE. Projeto de exposição, 1990.
OLIVEIRA, João Pacheco de. “Uma etnologia dos ‘índios misturados’? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais”. In:____ (org.). A viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. 2ª ed. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2004. p. 13-42.
_____. “Muita terra para pouco índio? Uma introdução (crítica) ao indigenismo e a atualização do preconceito”. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (Orgs.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1995. p. 61-81.
POUTIGNAT, P; STREIFF-FENART, J. “A Etnicidade, Definições e Conceitos”. In:_____. Teorias da Etnicidade. São Paulo: UNESP, 1998. p. 85-121.
RAMOS, Alcida Rita. O índio hiper-real. Disponível:<http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_28/rbcs28_01.htm> . Acesso em: 20 jan. 2017.
RENAN, Ernest. (1882). O que é uma nação? Disponível em: http://www.unicamp.br/~aulas/volume1.ernest.pdf. Acesso em: 20 abr. 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem concordar com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada nesta revista, assim como, repassa a Revista Ponta de Lança como detentora dos direitos autorais da publicação.
- As opiniões expressas nos textos submetidos à Ponta de Lança são da responsabilidade dos/as autores/as.
- Autores/as conservam os direitos de autor/a e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os/As autores/as comprometem-se a seguir as “Normas para submissão de manuscritos”, na plataforma.
- Sempre que o texto precisar de sofrer alterações, por sugestão dos/as Revisores/as Científicos e/ou da Comissão Executiva, os/as autores/as comprometem-se a aceitar essas sugestões e a introduzi-las nas condições solicitadas. Sempre que houver alterações de que os/as autores/as discordem, devem ser apresentadas as respectivas justificações, caso a caso.
- A reprodução de material sujeito a direitos de autor/a foi antecipadamente autorizada.
- Os textos são originais, não publicados nem submetidos a outras revistas.
Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (BY-NC-4.0)