Açúcar, farinha e escravidão: o Atlântico e a História Agrária de Sergipe Del Rei na ascensão da lavoura canavieira

Autores

  • Carlos de Oliveira Malaquias Universidade Federal de Sergipe
  • Éden Filipe Santos Vieira Universidade Federal de Sergipe
  • Ana Cláudia Pereira Universidade Federal de Sergipe

Resumo

A evolução agrária da capitania de Sergipe sofreu um inflexão na virada do século XVIII para o XIX graças à expansão da lavoura canavieira e dos engenhos de açúcar. Neste artigo, Estudamos o caso sergipano no movimento mais amplo de renascimento da agricultura canavieira no Brasil e, usando fontes históricas como listas de plantadores e inventários post-mortem, mostramos como as atividades produtivas se distribuíam no espaço da capitania e como o trabalho escravo era distribuído e acessado pelos produtores. Nossos resultados indicam que o surgimento tardio do açúcar em fins do século XVIII insere a capitania de Sergipe à economia atlântica, mas esse processo foi condicionado pela evolução agrária anterior.

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Biografia do Autor

Carlos de Oliveira Malaquias, Universidade Federal de Sergipe

Professor da Pos-Graduação em História (PROHIS-UFS) e do Depto. de História (DHI-UFS)

Éden Filipe Santos Vieira, Universidade Federal de Sergipe

Mestrando em História
Programa de Pós-Graduação em História (PROHIS)
Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Ana Cláudia Pereira, Universidade Federal de Sergipe

Bolsista de Iniciação Científica

Graduanda em História

Universidade Federal de Sergipe (UFS)

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Publicado

2018-12-31

Como Citar

MALAQUIAS, Carlos de Oliveira; VIEIRA, Éden Filipe Santos; PEREIRA, Ana Cláudia. Açúcar, farinha e escravidão: o Atlântico e a História Agrária de Sergipe Del Rei na ascensão da lavoura canavieira. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 12, n. 23, p. 13–42, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/9449. Acesso em: 21 dez. 2024.