FREUD, UM PENSADOR DA TÉCNICA: A PSICANÁLISE ENTRE HUMANISMO E FATALISMO
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v13i35.10698Resumo
Este artigo busca na psicanálise de Sigmund Freud contribuições teóricas ao debate acerca das novas tecnologias e seus impactos históricos. Freud desenvolveu uma série de reflexões sobre a técnica nos quadros de sua teoria da cultura e da psicogênese individual. É possível mostrar que tais reflexões perfazem um autêntico pensamento da técnica, cuja relevância se verifica não só no conjunto da psicanálise como também no contexto maior da questão da técnica, dominado desde o início do século XX até os dias de hoje pela polaridade entre humanismo e fatalismo. O esquema do aparato anímico, a problemática do mal-estar cultural e a interpretação do mito de Prometeu revelam uma dupla função da técnica em Freud, bem como os contornos originais de sua concepção psicogenética: Vista pelo lado da origem psíquica, isto é, a partir de um conflito inconsciente entre tendências básicas da alma, a técnica difere tanto de um instrumento humanista quanto de um processo fatídico.
Palavras-chave: técnica, mal-estar na cultura, filosofia da técnica, psicanálise, novas tecnologias.