A CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT
Raizes inquisitoriais da justiça contemporânea
Resumo
Elemento privilegiado do direito contemporâneo, a confissão como meio de prova no processo penal constitui o objeto de análise da presente pesquisa. A partir de uma revisão bibliografia, o estudo buscará decompor e reorganizar o objeto em duas frentes, construindo uma hipótese teórica que propõe observar a confissão enquanto prática inquisitorial de uma instituição, mas que também possui uma profundidade genealógica rastreável nas modulações das técnicas de subjetivação da filosofia grega. A noção do cuidado de si a que se referia Michel Foucault desdobra-se na ética e asceticismo cristão, reorganizando o sentido do cuidado de si e lentamente, na medida em que se desenvolvia a filosofia cristã e crescia a influencia da Igreja Católica no estado, tornar o ato de confissão carregado de um duplo institucional-subjetivo, elementos que permitem Zaffaroni observar a aparente neutralidade da justiça contemporânea como fachada para um estado autoritário e adepto de práticas inquisitoriais, principalmente em matéria de justiça penal.