INESCRUTABILIDADE DA REFERÊNCIA E RELATIVIDADE ONTOLÓGICA: CORRESPONDÊNCIAS CONCEITUAIS EM QUINE
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v16i45.20246Resumo
Este artigo trata das correspondências conceituais entre duas das teses centrais da proposta filosófica de Willard Van Orman Quine, a inescrutabilidade da referência, por meio da qual Quine apresenta exemplos para a fundamentação da sua teoria da indeterminação da tradução; e a relatividade ontológica, com a qual Quine trata das diversas possibilidades que os linguistas dispõem enquanto realizam observações para a tradução de novas línguas. Essas teses de Quine estão fortemente vinculadas em razão de sua centralidade para a teoria da indeterminação da tradução, isto é, da impossibilidade de obtermos um significado referencial preciso. Em vista desta escolha temática, intrínseca às origens da epistemologia naturalizada, intenciono apresentar elementos introdutórios à filosofia da linguagem de Quine, que explicitem a correspondência conceitual elementar de seu pensamento, isto é, que demonstrem a indissociabilidade entre a tese da inescrutabilidade da referência e a consequente relatividade ontológica. Com a constatação da não-dependência de postulados ontológicos para a eficácia semântica e intersubjetiva da linguagem, podemos afirmar que é em razão da indeterminação da tradução que a inescrutabilidade da referência é constatada.