Orígenes: um pensador paradoxal?
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v9i19.4432Resumo
Estas reflexões têm como objetivo principal mostrar o caráter essencialmente paradoxal do pensamento de Orígenes. Na verdade, este paradoxo se desdobra no pensador alexandrino sob uma dupla modalidade: no seu pensamento e na experiência mesma da sua escrita, que é inseparável daquele. Consideramos, com efeito, que a escrita, enquanto espaço de resistências pelas quais se desenrola o desejo, não somente manifesta o pensamento de um autor, mas também determina este pensamento e, ao mesmo tempo, é por ele determinada. Na realidade, esta questão poderia ser aplicada não somente a Orígenes, mas também a todo pensador, ou melhor, a todo escritor. Em Orígenes, porém, esta problemática assume uma importância particular, na medida em que, sendo ele um exegeta e um escritor, ele se empenha em analisar e entender a relação entre fé e razão, ou “sabedoria cristã” e “sabedoria pagã”.