Leibniz e o incomparável Manual de Epicteto: A propósito da crítica à arte da paciência de Descartes
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v10i22.5309Resumo
O filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) menciona muitas vezes a filosofia estoica, especialmente a de Epicteto (55-135?) e mesmo a defendida no Encheirídion ou Manual, e talvez o melhor exemplo da importância que o Manual assume para o alemão seja as muitas menções feitas na Teodiceia; entretanto, dentre muitas outras, existe uma carta endereçada ao teólogo luterano o abade Gerhard Wolter Molanus (1633-1722), carta que recebeu a datação de mais ou menos 1679, em que não só o “incomparável Manual de Epicteto” é mencionado como ficam estabelecidos os termos em que ele é preferível com relação àquilo que Leibniz chamou de a arte da paciência, supostamente defendida pelo filósofo francês René Descartes (1596-1650), arte duramente criticada pelo alemão em favor de um cristianismo platônico ou de uma moral verdadeiramente cristã. Dito assim, nosso objetivo é problematizar alguns dos motivos das muitas menções aos estoicos, daí a Epicteto e especialmente ao seu Manual, e os termos em que se deu a crítica a Descartes por parte de Leibniz.
PALAVRAS-CHAVE: Leibniz, Epicteto, Molanus, Descartes, Enchiridion.