As cartas de Diógenes de Sinope: Grupo 1
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v11i29.8642Resumo
Esta tradução, do inglês para o português contempla as cartas de Diógenes de Sinope. Por muito tempo se acreditou que algumas cartas com conteúdo referente à escola cínica eram, de fato, pertencentes a Diógenes de Sinope (404-323 a.C), seu mais famoso precursor. No entanto depois de estudos mais aprofundados, autores como Boissonade, Macks e Capelle concluíram que as 51 cartas, que em tese seriam de Diógenes, são apócrifas.
Capelle conclui que as 51 cartas são de autores e de diferentes posições filosóficas. Para citar algumas diferenças que ele observou: algumas cartas eram anedóticas enquanto outras não; algumas eram apenas saudações, outras continham insultos e exortações. E assim as dividiu em quatro grupos, partindo de três critérios – estilo, conteúdo e tendência.
Todavia, o fato das cartas serem apócrifas não retira a importância e a centralidade delas no estudo da filosofia cínica. É de conhecimento comum no meio filosófico que a escola de Diógenes não elaborou nenhuma teoria de forma sistemática. A reconstrução que fazemos da escola se dá por meio dos relatos, principalmente os de Diógenes de Laercio na sua obra Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres. As cartas, contendo relatos e algumas posições filosóficas, mesmo não sendo escritas de próprio punho de Diógenes ainda sim foram e são valiosas para a difusão e a compreensão do que foi o cinismo e de quem foi Diógenes, o Cão.
A seguinte tradução tem o enfoque no grupo 1: “são cartas que contém conteúdo anedótico e estilo não retórico” (MALHERBE, p.14, 2006, tradução nossa).