Educação de candomblé: os ensinamentos de Ọ̀sányin e Iroco para uma educação ambiental crítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47401/revisea.v12.22525

Palavras-chave:

Formação Crítica, Hungbê, Orixá, Saberes Tradicionais

Resumo

Este estudo teórico investiga a integração da Educação Ambiental Crítica (EAC) com os saberes tradicionais afro-brasileiros, focando nos ensinamentos dos orixás Iroco e Ọ̀sányin, conforme preservados no Candomblé. A pesquisa busca compreender como essa articulação pode contribuir para a formação de sujeitos críticos e para a transformação socioambiental. Partindo da vivência pessoal de um dos autores como abian do Ilê Axé Omíojoidan e fundamentado na literatura acadêmica pertinente, o estudo propõe um diálogo que valoriza o conhecimento científico e saberes ancestrais. A análise destaca a importância de uma educação que, além de crítica, seja culturalmente relevante, promovendo uma consciência ambiental integrada à valorização da identidade cultural afro-brasileira. O trabalho sugere que a EAC, quando enriquecida pelos ensinamentos do Candomblé, tem o potencial de formar cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar os desafios socioambientais contemporâneos, ao mesmo tempo em que preserva e promove o respeito às tradições culturais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Eduardo Andrade Neto, Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho

Graduado em Ciências Biológicas/Licenciatura na Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN-UFS). Membro do Laboratório de Pesquisa em Ensino de Ciências (LAPEC/UFS) e do Laboratório de Bioquímica e Microbiologia (LABIMC/UFS). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Relações Ciência, Sociedade e Educação da Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho. 

Lia Midori Meyer Nascimento, Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho

Doutora em Ensino Filosofia e História das Ciências - UFBA/UEFS. Docente do Departamento de Biociências (DBCI) - Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Professor Alberto Carvalho.

Tainan Amorim Santana, Universidade Federal de Sergipe, Campus Professor Alberto Carvalho

Doutora em Educação – UFS. Docente do Departamento de Biociências (DBCI) - Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Professor Alberto Carvalho.

Referências

ALVES, K. C. H.; POVH, J. A.; PORTUGUEZ, A. P. Etnobotânica de plantas ritualísticas na prática religiosa de matriz africana no município de Ituiutaba, Minas Gerais. Ethnoscientia-Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology, v. 4, p. 1- 10, 2019. DOI: https://doi.org/10.22276/ethnoscientia.v4i1.239

BALBINO, E. Num tronco de Iroco vi a iúna cantar. São Paulo: Editora Peirópolis, 2017.

BARROS, J. F. P.; NAPOLEÃO, E. Ewé òrisà: uso litúrgico e terapêutico dos vegetais nas casas de candomblé jeje-nagô. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

BASTIDE, R. Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1973.

BOTELHO, D.; FLOR DO NASCIMENTO, W. Educação e religiosidades afro-brasileiras: a experiência dos candomblés. Participação, Brasília, n. 17, jan. 2012.

BOTELHO, P F. Ewé awo: o segredo das folhas no candomblé da Bahia. Educação, Gestão e Sociedade: Revista da Faculdade Eça de Queiros, ano 1, n. 4, p. 01-13, 2011.

BRAGA, J. Na gamela do feitiço: repressão e resistência nos candomblés da Bahia. Salvador: EDUFBA, 1995.

CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez Editora, 2017.

CARVALHO, I. C.M. Educação Ambiental Crítica: nomes e endereçamentos da educação. In: MMA/ Secretaria Executiva/ Diretoria de Educação Ambiental (Org.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: MMA, 2004.

CARVALHO, J. J. de. A tradição mística afro-brasileira. Brasília: Editora da UnB, 1998.

CONCEIÇÃO, A. da S.; MIRANDA, E. de O. Terreiro de candomblé como espaço de saberes educacionais: memória de criança. In: Livro de Anais da Semana de Educação da Pertença Afro-Brasileira, p. 190-196, 2022.

GILROY, P. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.

GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem fronteira, v.12, p. 98-109, 2012.

HALBWACHS, M. A memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

LEFF, E. Aventuras da epistemologia ambiental: da articulação das ciências ao diálogo de saberes. Rio de Janeiro: Garland, 2012.

LIMA, G. P. Educação Ambiental Crítica: Da concepção à prática. Revista Sergipana de Educação Ambiental, v. 2, n. 1, p. 33-54, 2015. DOI: https://doi.org/10.47401/revisea.v2i1.4443

LIMA, V. da C. A família de santo nos candomblés jejes-nagôs da Bahia: um estudo de relações intragrupais. Salvador: Corrupio, 2003.

MACHADO, V. da S. Mitos afro-brasileiros e vivências educacionais. Salvador: Secretaria Municipal da Educação e Cultura, 2005.

MACRAE, E. Canabis, racismo, resistência cultural e espiritualidade. In: MACRAE, Edward; ALVES, Wagner Coutinho. Fumo de Angola: canabis, racismo, resistência cultural e espiritualidade. Salvador: Edufba, 2016. p. 25-60. DOI: https://doi.org/10.7476/9788523217334

MARINI, B. S. O espaço geográfico para o adepto do batuque. Revista Caminhos Do Pampa: Revista Do Instituto Histórico E Geográfico De Alegrete, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 138–150, 2023. DOI: https://doi.org/10.56579/rihga.v1i1.788

MOURÃO SÁ, L. Atitude transdisciplinar - Pertencimento. In: Anais do II Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, Vitória – ES, julho, 2005. Apoio à Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC – BRASÍLIA/DF.

MUNANGA, K. Superando o racismo na Escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

NASCIMENTO, W. F. do. Enterreirando a investigação: sobre um ethos da pesquisa sobre subjetividades. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 72, n. SPE, p. 199-208, 2020.

PRANDI, R. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

SAVEDRA, A. P. M.; DANILLE, P. P. P. Axé do meu axé: Uma Perspectiva Freiriana sobre o Papel do Candomblé em uma Educação Libertadora. Sacrilegens, v. 20, n. 1, 2023. DOI: https://doi.org/10.34019/2237-6151.2023.v20.40356

SILVEIRA, D. P. da; LORENZETTI, L. Estado da arte sobre a educação ambiental crítica no Encontro Pesquisa em Educação Ambiental. Prax. Saber, Tunja, v. 28, pág. 88-102, abril de 2021.

SIMAS, L. A.; RUFINO, L. Flecha no tempo. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

SIMAS, L. A.; RUFINO, L. Encantamento: sobre política de vida. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2020.

VERGER, P. F. Ewé: o uso das plantas na sociedade ioruba. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

VERRANGIA, D. Conhecimentos tradicionais de matriz africana e afro-brasileira no ensino de Ciências: um grande desafio. Revista África e Africanidades, ano 2, v. 8, n. 01-14, 2010.

VERRANGIA, D.; SILVA, P. B. G. Cidadania, relações étnico-raciais e educação: desafios e potencialidades do ensino de Ciências. Educação e Pesquisa, v. 36, p. 705-718, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300004

VERRANGIA, D. A formação de professores de ciências e biologia e os conhecimentos tradicionais de matriz africana e afro-brasileira. Magis, Revista Internacional de Investigación en Educación, v. 6, n. 12, p. 105-117, 2013.

Downloads

Publicado

17.05.2025

Como Citar

Andrade Neto, J. E., Meyer Nascimento, L. M., & Amorim Santana, T. (2025). Educação de candomblé: os ensinamentos de Ọ̀sányin e Iroco para uma educação ambiental crítica. Revista Sergipana De Educação Ambiental, 12, 1–17. https://doi.org/10.47401/revisea.v12.22525

Edição

Seção

Fluxo contínuo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)