A Independência de Sergipe e a Revolução Pernambucana de 1817
Resumo
A historiografia produziu importantes leituras sobre o processo de emancipação política de Sergipe. De Felisbelo Freire, com sua fundadora História de Sergipe, em 1891, aos historiadores de hoje, algumas iniciativas se notabilizaram. Através delas, concluímos que, desde princípios do século XIX, com a trasladação da corte portuguesa para a colônia americana, os processos de independência do Brasil e de Sergipe se entrelaçam. Conforme Felisbelo Freire, a independência de Sergipe resultou de uma espécie de preito de gratidão de D. João VI aos fiéis súditos sergipanos que, em 1817, contribuíram sobremaneira para debelar a Revolução Pernambucana. Temos, com Felisbelo, uma leitura clássica da independência de Sergipe, que muito ecoou e, felizmente, se complexificou, sobretudo a partir dos anos 90 do século XX, com a publicação de trabalhos da lavra de historiadores como Maria Thetis Nunes, Ibarê Dantas e Edna Maria Matos Antônio. Busco, assim, estudar a interpretação da independência de Sergipe legada por Felisbelo Freire, o “pai da historiografia sergipana”, e como ela foi sendo apropriada, negada ou ampliada por autores de acreditadas sínteses que versam sobre o tema.