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Sonhos de diamba, controle do cotidiano: uma história da
criminalização da maconha no Brasil1

Ivan Fontes Barbosa2

Resumo:

“Sonhos da diamba, controles do cotidiano: uma história da criminalização da maconha no Brasil Republica-
no” é um livro fruto da dissertação de mestrado defendida junto ao Programa de pós-graduação em História
da Universidade Federal da Bahia (UFBA). É um trabalho que vem reforçar o conjunto de estudos elaborados
sob a égide das orientações teóricas da história cultural e que reflete sobre as narrativas da interdição da
maconha e o seu legado, ao permitir pensarmos os limites que têm sido encontrados para o desenvolvimen-
to de uma política de descriminalização dos usos e usuários e a recepção do seu uso medicinal atualmente.
O livro, composto de três capítulos, apresenta um recorte que almeja demonstrar como ocorreu a dinâmica
da interdição dos usos e dos usuários de maconha na primeira metade do século XX no Brasil. Demonstra
como as ações desenvolvidas pelo Estado Brasileiro e a imprensa baiana foram responsáveis por encetar o
controle e criminalização dos usuários e usos dessa prática. Para tanto utiliza como substrato os discursos
higienistas e sanitaristas, muito fortemente marcados pela presença de médicos, e oferece chaves de inter-
pretação para a compreensão da complexa rede que atuou no processo de construção da criminalização da
maconha na experiência nordestina.
Palavras-Chave: Maconha. Criminalização. História. Nordeste. Discurso Higienista.

As ciências humanas brasileiras receberam mais uma contribuição para reforçar as pesquisas e
os debates relacionados ao processo de proibição da maconha no Brasil. Trata-se de mais um tra-
balho que extrapolou o universo das prateleiras das bibliotecas dos Programas de Pós-Graduação
no Brasil e tem circulado entre nós, contribuindo para a ampliação dos horizontes empíricos da
percepção histórica, sociológica e antropológica acerca desse movimento de interdição do uso da
maconha do Brasil.
“Sonhos da diamba, controles do cotidiano: uma história da criminalização da maconha no Brasil
Republicano” é uma dissertação de mestrado, defendida em 2012 no programa de pós-
graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob a orientação da professora

1 Resenha crítica do livro: Souza, Jorge Emanuel Luz. Sonhos de diamba, controle do cotidiano: uma história da criminaliza-
ção da maconha no Brasil. Salvador, EDUFBA: CETAD/UFBA. 2015.

2 Universidade Federal de Sergipe. Centro de Educação e Ciências Humanas. Departamento de Ciências Sociais. Aracaju,
Sergipe. Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1961-0605 e-mail: ivanbarbosa@academico.ufs.br

Revista TOMO
São Cristóvão, v. 43, e15883, 2024
Data de Publicação: Janeiro/2024

Resenha crítica

Resenha crítica

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Ivan Fontes Barbosa

Gabriela dos Reis Sampaio, e que vem reforçar o conjunto de estudos elaborados sob a égide das orien-
tações teóricas da história cultural, que têm refletido sobre as narrativas da interdição da maconha e o
seu legado, o que permite pensarmos os limites que têm sido encontrados hoje para o desenvolvimento
de uma política de descriminalização dos usos e usuários e a recepção do seu uso medicinal.
A pesquisa que baseia este livro que ora resenho é uma contribuição significativa para preencher as
lacunas que a omissão dos estudos sobre a maconha um dia deixaram. Ela foi desenvolvida junto ao
Programa de Pós-Graduação em História da UFBA e foi publicada com o apoio do Centro de Estudos
e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD), também da UFBA, em parceria com Edward MaccRae, um
importante nome na trajetória de estudos sobre o consumo de drogas na sociedade brasileira sob um viés
antropológico.
Há pouco mais de 30 anos, Edward Macrae (cf. 1984) indicou a necessidade de repensarmos a questão
dos usos dos psicoativos a partir de outros ângulos. Ele advertiu que existia uma tendência em enfatizar
o termo genérico “droga” no discurso oficial, sem que se fizesse uma distinção adequada entre substân-
cias diversas, seus diferentes usos, valores e significados culturais.
O depoimento do Jorge Souza, autor da obra que resenho, indica as restrições que o campo ainda incide
sobre o estudo dos usos da maconha como um fenômeno social.

O fenômeno que constitui o objeto desta abordagem, os usos sociais da maconha, atesta
a existência de um incômodo silêncio, o qual se revela produto de práticas que se empe-
nharam em construí-lo, relegando as tentativas de um estudo sistemático a um lugar bem
delimitado que oscila entre a acusação de apologia, o tabu e a falta de importância: seria um
objeto “menor”, uma coisa sem importância para fazer jus a uma análise histórica (SOUZA,
2015, p. 26).

O livro, composto de três capítulos, busca demonstrar como ocorreu a dinâmica da interdição
dos usos e dos usuários de maconha na primeira metade do século XX no Brasil. As ações de-
senvolvidas pelo Estado Brasileiro para encetar o controle e criminalização dos usuários e usos
dessa prática, utilizando como fonte os discursos higienistas e sanitaristas, muito fortemente
marcados pela presença de médicos, e a recepção na imprensa baiana desse movimento de cri-
minalização atestam a complexa rede que atuou no processo de construção da criminalização
da maconha.
O primeiro capítulo, intitulado “O vício contra a civilização pretendida: patologizando um hábito,
criminalizando uma prática”, demonstra como “o proibicionismo das drogas foi montado até a
década de 1940 em nível nacional e estadual, tendo como alicerce um discurso médico racista e
eugênico”. Se valendo de extensa documentação, o autor reconstrói a trama que encetou o proibi-
cionismo e familiariza o leitor com os principais argumentos utilizados para compor um quadro
em que essa cruzada foi montada.
Segundo ele, o cenário que baseou o proibicionismo deve ser entendido à luz do regime político instau-
rado no país após o movimento de 1930. Naquele momento, foi elaborado um regime autoritário que

Mesclou uma nova política de massas, objetivando o controle social, com a preocupação em
evitar a expansão mundial do comunismo. Teve destacada participação da intelectualidade
e da tecnocracia nacional para pôr em prática um modelo de governo estatista, doutriná-
rio e racionalizado. Apropriou-se dos meios de comunicação e dos canais de expressão da

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Sonhos de diamba, controle do cotidiano

sociedade para promover uma intensa campanha de desmobilização social e formação de
outro tipo de sujeito, mais adequado à ideologia do regime: o cidadão saudável, trabalha-
dor e patriota (SOUZA, 2015, p.63).

Esse Regime buscou atingir a classe trabalhadora através de propagandas, peças de teatro, carti-
lhas escolares e programas de rádio, dentre outras formas, para disseminar a ideia do “bom tra-
balhador” que estava associada à ideia de “homem saudável”, construída pela busca das mora-
lizações dos hábitos populares a partir de processos de medicalização. O fito dessas ações era
depurar os comportamentos indesejáveis e “combater os vícios, fossem o álcool ou entorpecentes,
estes seriam responsáveis pela ‘degeneração racial’ e por doenças fisiológicas, mentais e sociais”
(SOUZA, 2015, p.69).
A articulação em prol da proibição da maconha no Nordeste foi materializada em 1946, no Con-
vênio Interestadual sobre a Maconha, com a presença dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e
Pernambuco, que concluiu pela necessidade, dentre outras sugestões, de vigilância, campanhas
educativas e monitoramento dos cultos-afro-brasileiros. A sociografia dos usuários de maconha
a serem interditados por estas políticas indicou “haver entre os usuários de maconha predomi-
nância de pretos e mulatos”. Dentre as teses sobre a maconha construídas na segunda década do
século XX pelo médico sergipano Rodrigues Dória, utilizadas como referência na época, havia o ar-
gumento que transformou o povo preto no “alvo por excelência das ações policiais, estendendo-se
a suspeita às práticas religiosas na qual eram a maioria”.

E, se os negros eram vistos como os maiores usuários de maconha, as autoridades concluí-
ram que uma religião composta por eles deveria ser vigiada de perto por um “intercâmbio
policial-médico” para coibir qualquer forma de uso. Considerando-os “ilícitos”, mais uma
vez negligenciam os significados rituais que pudessem ter e mantêm válida uma justificati-
va para a ação violenta do Estado sobre seu modo de vida (SOUZA, 2015, p. 87).

Após demonstrar como se deu a construção da maconha como flagelo social, em termos dis-
cursivos e institucionais, e como esse processo foi orquestrado em termos de controle sobre os
segmentos pobres e negros da sociedade baiana, o próximo passo do autor foi demonstrar como
esse movimento ocorreu sob a ótica dos interditados. O capítulo dois intitulado “Seus viciados
pertencem à última e mais baixa escala social”: histórias de gatunos, trabalhadores “maconhei-
ros” e outros desv(ar)ios inebriantes”, apresenta como essa obra de controle e estigmatização
foi operada a partir da experiência histórica dos grupos acusados de fazerem o uso ilícito da
maconha no Brasil.
Apresentando uma sociografia dos interditados construída a partir das informações coligidas so-
bre os usuários de maconha, o autor constata o enquadramento estratégico desses interditados
às ocupações das classes subalternas pobres do Norte (que àquela época envolvia o Nordeste). Os
discursos que condenavam o uso da maconha são investidos contra essas classes trabalhadoras
urbanas (principalmente ligadas ao comércio popular – ambulantes, camelôs e feirantes) decor-
rentes de seus conflitos com o poder público.
Jorge Souza constatou que as atividades ocupadas por estas ocupações, desde a década de 1920,
eram objeto constante de fiscalização e disciplinarização.

Fossem os que perambulavam de porta em porta, fossem os que se estabeleciam nas mui-
tas feiras livres da capital, que no mais das vezes poderiam ser as mesmas pessoas ou da

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Ivan Fontes Barbosa

mesma família, a atividade por eles desenvolvida sempre incomodou membros das elites
econômicas da cidade, que a consideravam como uma herança arcaica, um símbolo de atra-
so e decadência. O comércio popular nas ruas de Salvador expunha os desníveis sociais e
obrigava-os a transitar, compartilhar do mesmo espaço, o que não agradava muito as boas
famílias (SOUZA, 2015, p. 94).

Deixando claro que o argumento higienista tinha razões econômicas de ser, uma vez que o comér-
cio informal acarretava na diminuição das taxas de lucros do comércio formal, o autor costura,
a partir das experiências descritas por intermédio dos relatos contidos nos jornais da época, a
trama que associava ladrões, os usuários da maconha e os prejuízos sofridos pelos grandes comer-
ciantes. Mas não parou por aí. A imprensa e o discurso médico, que já haviam construído a forte
relação entre maconha e as classes populares, começam a associar maconha às feiras populares,
aos espaços marítimos e aos portos, que passaram a ser tratados como entrepostos de comércio
de maconha e pontos “difusores da erva da morte”.
Através da investigação dos jornais e dos inquéritos policiais elaborados sobre casos de acusação
de posse e comércio de maconha, o autor demonstra como a dinâmica de controle e interdição
sobre as classes populares e as mulheres foi operada e omitiu estrategicamente os usos dos entor-
pecentes pelas elites e classes médias.

A criminalização da maconha na Bahia, além de servir como pretexto para o preconceito
racial velado, sob o manto da salvação do “vício”, serviu para fortalecer a discriminação de
classe e se adequou muito bem aos planos de intervenção disciplinar no modo de vida dos
subalternos (SOUZA, 2015, p. 160).

Por fim, o terceiro capítulo intitulado “Fumam a planta e dela sabem mil coisas: uso coletivo de maco-
nha e os significados presentes na fumaça”, faz uma reflexão a partir da investigação acerca das finali-
dades de certas técnicas de consumo e sobre a existência de um “folclore da maconha”, trazendo “uma
preocupação etnográfica que vai nos ajudar a entender como, porque e para que se usava maconha com
fins psicoativos no Brasil, mas sob o ponto de vista de quem a usava” (SOUZA, 2015, p. 162).
É o momento da investigação onde a dimensão gregária do uso da maconha é aventada.
É quando ele é associado aos rituais religiosos de matriz africana. Apesar da pouca existência de
fontes documentais a respeito do tema abordado no terceiro capítulo, o autor, de forma criativa, se vale
das contribuições de Gilberto Freyre, Artur Ramos, Manuel Quirino e Câmara Cascudo e do discurso
médico e higienista para demonstrar esta relação entre ritual religioso e maconha. Suas conclusões in-
dicam que

É possível que fosse empregada para produzir o êxtase no iniciado, no Pai de Santo ou Mãe
de Santo, ou nos demais presentes; é possível também que fosse identificada com algum
orixá, provavelmente o do iniciado e lhe servisse como oferenda; ou, ainda, como planta de
poder no intuito de dar proteção ao iniciado ou aos demais (SOUZA, 2015, p.192).

A partir daí, o autor lança um olhar semelhante ao construído pelo historiador sergipano Francis-
co Alves (2003) sobre as modalidades de uso coletivo da maconha no Brasil na primeira metade
do século XX. Em seu artigo, Alves antecipou alguns elementos que também foram utilizados por
Jorge Souza para a construção do cenário em que se operou a cruzada que proibiu o uso da maco-

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Sonhos de diamba, controle do cotidiano

nha. Ao apresentar a “geografia nordestina do uso da diamba”, a sociografia do consumo (setores
populares) e os registros das práticas de consumo comunal denominadas de “grupos de diam-
ba”, Alves fornece alguns dos significados dos usos atribuídos pelas práticas interditadas e ilustra
como elas eram vistas naquele momento. Na busca da compreensão dos significados e sentimen-
tos partilhados pelos usuários de maconha nos grupos de diamba em Sergipe, conclui que esses
rituais comunicavam

A valorização do comunitário em detrimento do individualismo [...] As expectativas dos
participantes dos clubes, quanto aos efeitos da diamba, são diversificados: euforia, alegria,
disposição para o trabalho, loquacidade ou estro poético. As agregações manifestam a poli-
funcionalidade do uso. Espera delas efeitos diversificados. Alguns ligados ao prazer, outros
ligados ao trabalho. Este é o caso dos pescadores sergipanos descritos por Dória. Eles bus-
cavam na maconha força para as lides marítimas (ALVES, 2003, p. 100).


O livro de Jorge Souza explora aspectos complementares aos já apontados por Alves. Enriqueceu
ainda mais esse debate ao demonstrar como os rituais em torno do uso da maconha eram uma
fonte para a percepção das possibilidades presentes no uso coletivo.

A sociabilidade, o contato entre as experiências dos usuários criavam um referencial co-
mum para o reconhecimento e a busca dos efeitos desejados, tornando o grupo um ecossis-
tema propício e estimulante para a experiência psicoativa. Por fim, o uso coletivo também
compartilhava um repertório de estratégias de enfrentamento e negociação com os contro-
les sociais formalizados e as justificativas para a permanência do consumo num contexto
de criminalização e crescente condenação moral da prática (SOUZA, 2015, p.214-215).

Com estas informações, espero ter apresentado o trabalho do Jorge Souza e fornecido algumas pistas
de como poder ler esse trabalho e como extrair dele a lição da prática de uma boa pesquisa onde
história, antropologia e sociologia se encontram e contribuem para um olhar mais sensível
acerca dos fenômenos sociais.
Considero difícil defender a ideia que um livro com um tema dessa natureza não tome partido. De
forma clara, de escrita agradável e envolvente, a contribuição de Jorge Luz Souza toma o partido que
um estudo criterioso dessa natureza deve tomar. Ela demonstra, fundamentada empiricamente, como se
deu o processo de interdição de um hábito cultural com base em um projeto autoritário acentuado pelo
preconceito racial.

REFERÊNCIAS

ALVES, Francisco José. Clubes da Diamba: nota etno histórica sobre o uso grupal da maconha no Brasil da primeira me-
tade do século XX. Cadernos UFS, História. São Cristóvão, n.5 p. 93-101, 2003.

MACRAE, Edward. A antropologia e o uso das drogas: a questão da maconha. In: Revista TEMAS IMESC – Sociedade,
Direito e Saúde. Instituto de medicinal social e de criminologia de São Paulo. São Paulo, Semestral. p. 195-202, 1984.

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Ivan Fontes Barbosa

Dreams of diamba, day-to-day forms of
control: a history of the criminalization of
marijuana during the Republican Brazil

Abstract:
The book “Dreams of diamba, day-to-day forms
of control: a history of the criminalization of ma-
rijuana during the Republican Brazil” is the result
from the master’s thesis defended at the Postgra-
duate Program in History at the Federal University
of Bahia (UFBA). The book contributes to the set of
studies on cultural history as it analyses the narrati-
ves of the prohibition of marijuana and their legacy.
It also allows us to think about the current limits
for the development of a decriminalization policy
that could open ways to the reception of the plant
medicinal potential uses. The book contains three
chapters that demonstrate how the dynamics of the
prohibition of marijuana use and users occurred in
the first half of the 20th century in Brazil. They also
demonstrates how the actions developed by the
Brazilian State and the Bahian press media were
responsible for starting the control and the crimi-
nalization of users and uses of this practice. The
book brings the hygienist and sanitary discourses
as a basis which is strongly marked by the presence
of doctors, and offers important analitical keys to
the understanding the complex network that acted
in the process of building the criminalization of ma-
rijuana in the Brazilian Northeast.
Keywords: Marijuana. Criminalization. History.
Northeast. Hygienist Speech.

“Sueños de diamba, controles cotidianos:
una historia de la criminalización de la
marihuana en el Brasil Republicano”

Resumen:
“Sueños de diamba, controles cotidianos: una historia
de la criminalización de la marihuana en el Brasil Re-
publicano” es un libro resultante de la tesis de maestría
defendida en el Programa de Posgrado en Historia de
la Universidad Federal de Bahía (UFBA). Es un tra-
bajo que refuerza el conjunto de estudios que apoyan
los lineamientos teóricos de la historia cultural y que
reflexiona sobre las narrativas de la prohibición de la
marihuana y su legado, al permitirnos pensar en los
límites que se han encontrado para el desarrollo de
una política de despenalización de usos y usuarios y
la recepción de su uso medicinal en la actualidad. El
libro, compuesto por tres capítulos, presenta una sec-
ción que tiene como objetivo demostrar cómo se pro-
dujo la dinámica de prohibición del uso y consumo de
marihuana en la primera mitad del siglo XX en Brasil.
Demuestra cómo las acciones desarrolladas por el Es-
tado brasileño y la prensa bahiana fueron responsables
de iniciar el control y la criminalización de los usuarios
y usos de esta práctica. Para este fin, utiliza como sus-
trato discursos higienistas y sanitarios, muy marcados
por la presencia de médicos, y ofrece claves de inter-
pretación para comprender la compleja red que actuó
en el proceso de construcción de la criminalización de
la marihuana en la experiencia del nordeste brasileño.
Palavras-Claves: Marihuana. Criminalización. His-
toria. Nordeste. Discurso Higienista.

HISTÓRICO
Recebido: Janeiro/23
Parecer: Abril/23
Parecer: Agosto/23
Aceito: Setembro/23
Revisado Autor: Janeiro/24
Revisão Gramatical/Ortográfica e ABNT: Janeiro/24
Revisado Autor: Janeiro/24
Diagramação: Janeiro/24
Publicado: Fevereiro/24

Equipe Editorial Revista TOMO envolvida no processo editorial deste artigo
Marina de Souza Sartore (Editora-Chefe)