Indução a desova de Crassostrea rhizophorae (GUILDING, 1828) (Bivalvia: Ostreidae) através de métodos físico-químicos em condições controladas / Physical and chemical induced spawning of Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) (Bivalvia: Ostreidae) under controlled conditions
DOI:
https://doi.org/10.2312/Actafish.2015.3.2.24-30Palavras-chave:
ostreicultura, reprodução, liberação dos gametas / oyster farming, breeding, release of gametesResumo
Resumo O desenvolvimento da ostreicultura no estado do Pará depende da produção e da coleta de sementes no meio ambiente, que não é continua ao longo do ano, na área estudada. O que torna necessário a indução à desova das ostras em condições laboratoriais. Neste estudo, foram avaliados os seguintes métodos simples e de baixo custo: (1) choques físico-químicos, alterando a temperatura e a salinidade da água, injeção de solução de (2) cloreto de magnésio hexahidratado e (3) de nicotina. Durante um período de nove horas as ostras não responderam a nenhum dos estímulos, apresentando apenas contrações musculares, sem a liberação dos gametas. Esse fato ocorreu, possivelmente, pelas seguintes causas: estresse por fatores externos, a ausência de aeração constante e o período curto do experimento. Vale ressaltar que, foi a primeira vez que se testou os químicos utilizados neste estudo, em tentativas de indução à reprodução de bivalves. Almejando uma eficácia dos métodos utilizados neste estudo, sugere-se (1) uma aeração constante durante todo o experimento para evitar estresse causado pela hipóxia, (2) assegurar que as ostras não estão expostas as vibrações externas, causadas por movimento ao redor dos recipientes e (3) repetir o experimento com um tempo experimental mais longo e (4) em outras épocas do ano quando as gônadas podem estar em fases mais avançadas de maturação.
Abstract The development of oyster culture in the state of Pará depends on the production of seeds and their collection in the natural environment, which does not occur continuously throughout the year in the area of this study. Thus, it is required to induce spawning of oysters in laboratory conditions. In this study, was evaluated by the following simple and economical methods: (1) Physical and chemical shocks, changing the temperature and salinity of the water, injection of (2) magnesium chloride hexahydrate and (3) nicotine solution. Over a period of nine hours oysters not respond to any stimulation, presenting merely muscle contractions, lacking gamete releases. This fact occurred, following causes external stress factors, the absence of constant aeration and the short period of the experiment. It is noteworthy that, it was the first time that there were used these chemicals to induced spawning reproduction of oysters. Craving efficacy of used methods in this study, it is suggested (1) a constant aeration throughout the experiment to prevent stress caused by hypoxia, (2) ensure that oysters are not exposed to external vibrations, produced by movement around the experimental tanks and (3) repeating the experiment with a longer experimental time and (4) in other periods of the year, where gonads may be in more mature phase.
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