Tolerância e crescimento de juvenis do robalo-flecha (Centropomus undecimalis, Bloch 1972) expostos a diferentes salinidades
DOI:
https://doi.org/10.2312/Actafish.2017.5.3.54-60Palavras-chave:
Centropomus undecimalis, estresse, salinidade, crescimento, piscicultura marinha.Resumo
Estudos foram realizados com base em dois experimentos de cultivo para avaliar a sobrevivência e o desempenho de juvenis do robalo-flecha Centropomus undecimalis expostos a diferentes salinidades. No primeiro experimento, grupos de 15 peixes com peso médio (± DP) de 88,7 g (± 23,6) foram transferidos diretamente da salinidade 15 para as salinidades 0, 5, 15, 25 e 35. Amostras de sangue foram coletadas de três peixes por tratamento após 0, 4, 24 e 96 h. Nenhuma mortalidade foi registrada. A concentração média de glicose (114,3 ± 32,0 mg dL-1) não diferiu entre as salinidades, enquanto a osmolaridade do plasma variou marginalmente, mas, após 96 h, convergiu para 350-385 mOsm.kg-1. No segundo experimento não foram observas mortalidade e nem diferenças no nível glicêmico após 45 dias de cultivo nas salinidades 0, 10, 20, 30 e 40. Não foram observadas diferenças no ganho de peso e na taxa de crescimento específico, mas o peso final foi maior na salinidade 30 do que nas salinidades 10 e 40. A inexistência de alterações significativas em grande parte dos parâmetros mensurados neste estudo confirma a capacidade osmorregulatória de C. undecimalis e, ao mesmo tempo, sugere a possibilidade de sua criação em ambientes com variadas condições de salinidade.
Referências
Alvarez-Lajonchère, L.S., Cerqueira, V.R.; Silva, I. D., Araújo, J. and Reis, M.A. (2002), Mass production of juveniles of the fat snook Centropomus parallelus in Brazil, Journal of the World Aquaculture Society, Vol. 33, pp. 506-516.
Alvarez-Lajonchère, L. and Tsuzuki, M.Y. (2008), A review of methods for Centropomus spp. (snooks) aquaculture and recommendations for the establishment of their culture in Latin America, Aquaculture Research, Vol. 39, pp. 684-700.
Baldisserotto, B. (2013), Fisiologia de peixes aplicada à piscicultura, 3ª ed., Ed. da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS.
Barman, U.K., Jana, S.N., Garg, S.K., Bhatnagar, A. and Arasu, A.R.T. (2005), Effect of inland water salinity on growth, feed conversion efficiency and intestinal enzyme activity in growing grey mullet, Mugil cephalus (Linn.): Field and laboratory studies, Aquaculture International, Vol. 13, pp. 241-256.
Boeuf, G. and Payan, P. (2001), How should salinity influence fish growth? Comparative Biochemistry and Physiology C, Vol. 130, No.4, pp 411-423.
Cavalli, R.O. and Hamilton, S. (2007), Piscicultura marinha no Brasil - Afinal, quais as espécies boas para cultivar? Panorama da Aquicultura, Vol. 17, No. 104, pp. 50-55.
Cerqueira, V.R. (2004), Cultivo de peixes marinhos, in Poli, C.R., Poli, A.T.B., Andreatta, E.R. and Beltrame, E. (Eds.), Aqüicultura: experiências Brasileiras. Multitarefa Editora, Florianópolis, SC, pp. 369-406.
Cerqueira, V.R. (2005), Cultivo do robalo-peva, Centropomus parallelus, in Baldisserotto, B. and Gomes, L.C. (Eds.), Espécies Nativas para Piscicultura no Brasil, Editora da UFSM: Santa Maria, RS, pp. 403-431.
Cerqueira, V.R. and Tsuzuki, M.Y. (2009), A review of spawning induction, larviculture, and juvenile rearing of the fat snook, Centropomus parallelus, Fish Physiology and Biochemistry, Vol. 35, No. 1, pp. 17–28.
Chapman, P., Cross, F., Fish, W. and Jones, K. (1982), Final report for sport fish introductions project. Study l: Artificial culture of snook. Florida Game and Fresh Water Fish Commission, Florida, USA.
Eskinazi, A.M. (1972), Peixes do Canal de Santa Cruz - Pernambuco – Brasil, Trabalhos de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco, Vol. 13, No. 1, pp. 283-302.
Figueiredo, J.L. and Menezes, N.A. (1980), Manual de peixes marinhos do Sudeste do Brasil. III. Teleostei (2), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Gilmore, R.G., Donohoe, C.J. and Cooke, D.W. (1983), Observations on the distribution and biology of east-central Florida populations of the common snook Centropomus undecimalis (Bloch), Florida Scientist, Vol. 46, No. 3-4 pp. 306-313.
Gracia-López, V., Rosas-Vázquez, C. and Brito-Pérez, R. (2006), Effects of salinity on physiological conditions in juvenile common snook Centropomus undecimalis, Comparative Biochemistry and Physiology, Part A, Vol. 145, No. 3, pp. 340–345.
Liebl, F., Amaral-Junior, H., Garcia, S., Souto, L.I.M., Carvalho, C.V.A. and Cerqueira, V.R. (2016), Desempenho de juvenis de robalo-flecha e robalo-peva submetidos a diferentes densidades de estocagem em água doce, Boletim do Instituto de Pesca, Vol. 42, No. 1, pp. 145–155.
Martinez-Palácios, C.A., Morte, J.C., Tello-Ballinas, J.A., Toledo-Cuevas, M. and Ross, L.G. (2004), The effects of saline environments on survival and growth of eggs and larvae of Chirostoma estor estor Jordan 1880 (Pisces: Atherinidae). Aquaculture, Vol. 238, pp. 509-522.
McMichael Jr., R.J., Peters, D.M. and Parsons, G.R. (1989), Early life history of the snook, Centropomus undecimalis, in Tampa Bay, Florida, Northeast Gulf Science, Vol. 10, No. 2, pp. 113-125.
MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura. (2013), Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura. Brasil 2011, MPA, Brasília, DF.
Pérez-Pinzón, M.A. and Lutz, P. (1991), Activity related cost of osmoregulation in the juvenile snook, Centropomus undecimalis, Bulletin of Marine Science, Vol. 48, No. 1, pp. 58–66.
Pope, K.L., Blankinship, D.R., Fisher, M. and Patiño, R. (2006), Status of the common snook (Centropomus undecimalis) in Texas, The Texas Journal of Science, Vol. 58, No. 4, pp. 325-332.
Rivas, L.R. (1986), Systematic review of the perciform fishes of the genus Centropomus, Copeia, Vol. 1986, No. 3, pp. 579-611.
Rocha, A.J.S., Gomes, V., Ngan, P.V., Passos, M.J.A.C.R. and Furia, R.R. (2004), Metabolic demand and growth of juveniles of Centropomus parallelus as function of salinity, Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, Vol. 316, pp. 157-165.
Sampaio, L.A. and Bianchini, A. (2002), Salinity effects on osmoregulation and growth of the euryhaline flounder Paralichthys orbignyanus, Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, Vol. 269, No. 2, pp. 187-196.
Tsuzuki, M.Y., Cerqueira, V.R., Teles, A. and Doneda, S. (2007a), Salinity tolerance of laboratory reared juveniles of the fat snook Centropomus parallelus, Brazilian Journal of Oceanography, Vol. 55, pp. 1-5.
Tsuzuki, M.Y., Sugai, J.K., Maciel, J.C., Francisco, C.J. and Cerqueira, V.R. (2007b), Survival, growth and digestive enzyme activity of juveniles of the fat snook (Centropomus parallelus) reared at different salinities, Aquaculture, Vol. 271, No. 1-4, pp. 319-325.
Wendelaar Bonga, S.E. (1997), The stress response in fish. Physiological Reviews, Vol. 77, No. 3, pp. 591-625.
Winner, B.L., Blewett, D.A., McMichael, R.H.Jr. and Guenther, C.B. (2010), Relative abundance and distribution of common snook along shoreline habitats of Florida estuaries, Transactions of the American Fisheries Society, Vol. 139, No. 1, pp. 62-79.
Woo, N.Y.S. and Kelly, S.P. (1995), Effects of salinity and nutritional status on growth and metabolism of Sparus sarba in a closed seawater system. Aquaculture, Vol. 135, pp. 229-238.
Wosnick, N. (2009), Plasticidade osmorregulatória em Centropomus parallelus (Poey, 1860) - Robalo-peva, Curitiba, PR, 34f. (Dissertação de Mestrado em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná).
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
1. PROPOSTA DE POLÍTICA PARA PERIÓDICOS DE ACESSO LIVRE
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).