“EU SOU A BRANQUINHA DO PAPAI”
AS INTERSECÇÕES DE GÊNERO E RAÇA NUMA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL ESPECIALIZADA EM DEFICIÊNCIA VISUAL
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v11n21p194-218Resumo
Esta pesquisa procurou evidenciar um relato de experiência de uma professora e pesquisadora dentro de uma instituição especializada em deficiência visual (DV). O estudo enfatizou a interseccionalidade de “gênero”, “raça” e “DV” como elementos a serem abordados em duas rodas de conversas versando sobre os temas “A condição da mulher e violência93 na nossa sociedade” e “Racismo e escravidão”. A ausência destas temáticas no cotidiano destes educandos DV tanto no convívio com os familiares como por parte do corpo docente desta instituição evidencia a construção de estereótipos destes sujeitos enquanto passíveis de subjetividade ou dependentes da construção da identidade do “outro”. Sendo assim, a expressão “Eu sou a branquinha do papai” proferida por uma educanda deficiente visual negra em sala de aula revela a ausência de identificação dela com sua própria autodeclaração étnica. Por isso, a metodologia das rodas de conversa adotada levou em consideração os questionamentos e colocações previamente levantados pelos educandos com deficiência visual e a construção do conhecimento a partir de um processo dialógico e aberto. Com isso, constatou-se nas vivências docentes da roda de conversa que embora o assunto de “Gênero e Sexualidade” seja muito provocativo e instigante no coletivo de estudantes e em âmbito individual, as questões de raça e negritude produzem um silenciamento do grupo, reverberando o apagamento das questões curriculares sobre “Raça” num espaço de Educação Especial.
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