CIDADES NEGRAS – PETRÓPOLIS IMPERIAL

Autores

  • Renata Aquino Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Henrique Cunha Junior

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v2n4p81-96

Resumo

Cidade negra e população negra são o enfoque deste artigo sobre a cidade de Petrópolis na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, visando estabelecer novos parâmetros para discussão do espaço geográfico da região da cidade de Petrópolis por meio de outras explicações sobre o povoamento e desenvolvimento desta localidade. Cidade que a história oficial consagrou como cidade imperial e de colonização alemã, negando de forma ideológica as atividades econômicas da cidade e da região e tornando invisível a existência de população de maioria afrodescendente. Apresentamos neste artigo uma discussão sobre a ideologia da colonização alemã como solução para o Brasil, o que explica a imigração alemã para a localidade e também permite compreender a formação da ideologia sobre as origens populacionais e econômicas deste lugar. Argumentamos contra tal ideologia, reafirmando e investigando a existência de colonizadores africanos a partir das diversas fontes que podem levar ao encontro das inscrições afro, materiais e imateriais, na história e na cultura da região. Partimos da ideia da constituição de um território no período colonial que se deu devido ao fluxo de populações dos arredores, não somente devido à Estrada do Ouro. A base do povoamento da região veio das fazendas que exploravam o trabalho escravizado. Do território ocupado por africanos e afrodescendentes, nasceu a cidade que, posteriormente, instalou alguns grupos de alemães e, nesta fusão populacional, constituiu-se a forte presença de populações negra e mesmo branca, de outra origem que não a alemã. Local que devido à existência da Estrada do Ouro, ligando cidades mineiras ao porto do Rio de Janeiro, recebeu as inscrições de povoamento de africanos e afrodescendente pelos dois séculos antes da fundação oficial da cidade. O artigo se concentra nos documentos que demonstram a existência de população negra na localidade.

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Biografia do Autor

Renata Aquino, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Educação – CNPq /UFC, bolsista, mestre em Educação – Uerj, especialista em Linguística Aplicada – UFRJ e licenciada em Letras – UFRJ.

Henrique Cunha Junior

Professor Titular da Universidade Federal do Ceará desde1995. Tese de Livre docente USP - 1993. Professor da USP entre 1985 - 1994. Pesquisador Sênior do IPT - 1988 - 1994. Doutor pelo Instituto Nacional Pesquisa de Lorraine - INPL

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Publicado

09-05-2015

Como Citar

AQUINO, Renata; JUNIOR, Henrique Cunha. CIDADES NEGRAS – PETRÓPOLIS IMPERIAL. Ambivalências, São Cristóvão-SE, v. 2, n. 4, p. 81–96, 2015. DOI: 10.21665/2318-3888.v2n4p81-96. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/3599. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigo