O ABATE “ARTESANAL” DE ANIMAIS NA PERSPECTIVA DOS PROCESSOS CIVILIZADORES

Autores

  • Fábio Guimarães Liberal Universidade Federal da Paraíba - UFPB

DOI:

https://doi.org/10.21665/2318-3888.v6n12p178-206

Resumo

Este artigo tem como proposta discutir a relação entre civilidade e moralidade quando relacionada à questão do consumo de carne e do abate de animais. O conteúdo apresentado tem como referencial pesquisa implementada durante o curso de mestrado em sociologia que resultou em dissertação defendida em 2015. Na ocasião, foi realizado um estudo no Mercado de Casa Amarela, subúrbio da Zona Norte do Recife, e sua feira adjacente, onde funciona um comércio de aves vivas que se vincula a um serviço de abate localizado nas proximidades. Nesse contexto, frequentado por um público bastante heterogêneo, observamos uma tendência de apreciação da carne fresca em oposição à carne processada industrialmente. Procuramos analisar essa predisposição segundo a lógica da internalização das formas civilizadoras de Norbert Elias. Dessa maneira, nos voltamos à compreensão sociológica das circunstâncias pelas quais os informantes encontram legitimidade para continuarem a praticar o abate “artesanal”, atividade que sofre pressões sociais crescentes, oriundas de um tipo de sensibilidade mais aguçada em prol dos animais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fábio Guimarães Liberal, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco, mestre e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Referências

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e holocausto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.

BECKER, Howard. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

BOURDIEU, Pierre. A distinção. Crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2015.

DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo: ensaio sobre as noções de poluição e tabu. Tradução de Sônia Pereira da Silva. Lisboa: Ed. 70, 1991.

DUNNING, Eric. Elias and modern society: habitus, figurations, power and process. In: Simpósio Internacional Processo, 12., 2009, Recife. Anais... Londrina: UEL, 2009.

ELIAS, Norbert. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.

_____. O processo civilizador, volume 1: uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. De segunda a domingo: etnografia de um mercado coberto. Mina, uma religião de origem africana. São Luís: SIOGE, 1985.

FIDDES, Nick. Meat: a natural symbol. Londres: Routledge, 1991.

FREITAS, Carlos Roberto Bastos. O mercado municipal de Campo dos Goytacazes: a sedução persistente de uma instituição pública. 2006. Dissertação (Mestrado em Políticas Sociais) - Centro de Ciências do Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro, 2006.

FREYRE, Gilberto. Manifesto regionalista. 7.ed. Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1996. p.47-75.

HERZOG, Hal. Some we love, some we hate, some we eat. New York. Harper Perennial, 2011.

KILMINSTER, Richard. Norbert Elias: post-philosophical sociology. Routledge London, 2007.

LIRA, Luciana Campelo de. Limites e paradoxos da moralidade vegan: um estudo sobre as bases simbólicas e morais do vegetarianismo. Recife, PE: [s. e.], 2012.

LINS, Marcelo. Mercados do Recife. Recife: [s.e.], 2007.

MENNELL, Stephen. All manners of food: eating and taste in England and France from the Middle Ages to the present. Oxford: Basil Blackwell, 1985.

MILLER, Willian I. The anatomy of disgust. Cambridge: Harvard University Press, 1997.

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2012.

SIMMEL, Georg. Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1983.

SINGER, Peter; MASON, Jim. A ética da alimentação: como nossos hábitos alimentares influenciam o meio ambiente e o nosso bem-estar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Downloads

Publicado

28-01-2019

Como Citar

LIBERAL, Fábio Guimarães. O ABATE “ARTESANAL” DE ANIMAIS NA PERSPECTIVA DOS PROCESSOS CIVILIZADORES. Ambivalências, São Cristóvão-SE, v. 6, n. 12, p. 178–206, 2019. DOI: 10.21665/2318-3888.v6n12p178-206. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/Ambivalencias/article/view/7636. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigo