O ABATE “ARTESANAL” DE ANIMAIS NA PERSPECTIVA DOS PROCESSOS CIVILIZADORES
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v6n12p178-206Resumen
Este artigo tem como proposta discutir a relação entre civilidade e moralidade quando relacionada à questão do consumo de carne e do abate de animais. O conteúdo apresentado tem como referencial pesquisa implementada durante o curso de mestrado em sociologia que resultou em dissertação defendida em 2015. Na ocasião, foi realizado um estudo no Mercado de Casa Amarela, subúrbio da Zona Norte do Recife, e sua feira adjacente, onde funciona um comércio de aves vivas que se vincula a um serviço de abate localizado nas proximidades. Nesse contexto, frequentado por um público bastante heterogêneo, observamos uma tendência de apreciação da carne fresca em oposição à carne processada industrialmente. Procuramos analisar essa predisposição segundo a lógica da internalização das formas civilizadoras de Norbert Elias. Dessa maneira, nos voltamos à compreensão sociológica das circunstâncias pelas quais os informantes encontram legitimidade para continuarem a praticar o abate “artesanal”, atividade que sofre pressões sociais crescentes, oriundas de um tipo de sensibilidade mais aguçada em prol dos animais.
Descargas
Citas
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e holocausto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
BECKER, Howard. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
BOURDIEU, Pierre. A distinção. Crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2015.
DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo: ensaio sobre as noções de poluição e tabu. Tradução de Sônia Pereira da Silva. Lisboa: Ed. 70, 1991.
DUNNING, Eric. Elias and modern society: habitus, figurations, power and process. In: Simpósio Internacional Processo, 12., 2009, Recife. Anais... Londrina: UEL, 2009.
ELIAS, Norbert. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
_____. O processo civilizador, volume 1: uma história dos costumes. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. De segunda a domingo: etnografia de um mercado coberto. Mina, uma religião de origem africana. São Luís: SIOGE, 1985.
FIDDES, Nick. Meat: a natural symbol. Londres: Routledge, 1991.
FREITAS, Carlos Roberto Bastos. O mercado municipal de Campo dos Goytacazes: a sedução persistente de uma instituição pública. 2006. Dissertação (Mestrado em Políticas Sociais) - Centro de Ciências do Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro, 2006.
FREYRE, Gilberto. Manifesto regionalista. 7.ed. Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1996. p.47-75.
HERZOG, Hal. Some we love, some we hate, some we eat. New York. Harper Perennial, 2011.
KILMINSTER, Richard. Norbert Elias: post-philosophical sociology. Routledge London, 2007.
LIRA, Luciana Campelo de. Limites e paradoxos da moralidade vegan: um estudo sobre as bases simbólicas e morais do vegetarianismo. Recife, PE: [s. e.], 2012.
LINS, Marcelo. Mercados do Recife. Recife: [s.e.], 2007.
MENNELL, Stephen. All manners of food: eating and taste in England and France from the Middle Ages to the present. Oxford: Basil Blackwell, 1985.
MILLER, Willian I. The anatomy of disgust. Cambridge: Harvard University Press, 1997.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2012.
SIMMEL, Georg. Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1983.
SINGER, Peter; MASON, Jim. A ética da alimentação: como nossos hábitos alimentares influenciam o meio ambiente e o nosso bem-estar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores conceden a la revista Ambivalências todos los derechos de autor relativos a las obras publicadas. Los conceptos expresados en los artículos firmados son responsabilidad absoluta y exclusiva de sus autores.