OBSERVANDO O LADO FEMININO DA MIGRAÇÃO: MULHERES BOLIVIANAS NA CIDADE DE SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v5n9p172-194Abstract
O presente artigo tem como objeto as imigrantes bolivianas na cidade de São Paulo, tomando como recorte temporal o período compreendido entre a segunda metade do século XX e os dias atuais, período esse em que a imigração boliviana para o Brasil se intensificou. O objetivo é refletir sobre as especificidades da migração feminina, analisando suas estratégias, tanto migratórias quanto de inserção e sobrevivência e suas necessidades específicas, utilizando as imigrantes bolivianas como referencial empírico. O trabalho justifica-se porque ainda hoje, os artigos sobre migração referem-se a um migrante genérico, presumivelmente homem, tornando as mulheres seres invisíveis que tem suas demandas de gênero subestimadas ou ignoradas. A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa etnográfica, com observação participante, utilizando também entrevistas aprofundadas, buscando perceber os detalhes, especificidades e anseios da trajetória migratória dessas mulheres, as entrevistadas foram contatadas através da técnica da “bola de neve” e para esse texto escolhemos alguns trechos das entrevistas mais significativas, mantendo-se o anonimato através de nomes fictícios. O trabalho de campo foi realizado na cidade de São Paulo de junho de 2014 até julho de 2015. O mapeamento realizado nos permitiu concluir que ao escutar essas mulheres pudemos perceber estratégias de inserção e sobrevivência que são específicas do gênero feminino, mas também necessidades e obstáculos que os homens não compartilham, comparando assim experiências migratórias minoritárias e hegemônicas, possibilitando demarcar com mais precisão a heterogeneidade das experiências migratórias e a percepção dos impactos que são causados pelas diferenças de gênero, geração, etnia, classe social etc.
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