DIADORIM, UM FANTASMA DE NOSSO TEMPO
APARIÇÕES E ATUALIDADE EM GRANDE SERTÃO VEREDAS
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v10n20p97-122Resumen
Este artigo propõe uma leitura de Diadorim – Menino, vestido de jagunço, que se apresenta em toda a sua vida relatada como um bravo guerreiro, mas que se revela, enquanto morto, em um corpo de mulher – como uma imagem inapreensível do Grande sertão: veredas (1956), romance de João Guimarães. Nosso objetivo é investigar as noções de imago movente e aparição como fórmula criativa que permitiu a elaboração estética da personagem pelo autor. Gesto que contribui para a reminiscência da personagem tanto na obra (no quadro ficcional) quanto no tempo (na cultura, nas releituras e transcriações artísticas como HQs, cinema, teatro etc.). A noção de imago movente acompanha o procedimento metodológico da imagem carregada de força e vida própria, pensada numa corrente teórica que compreende a imagem enquanto movimento: Walter Benjamin (2009; 2012), Hans Belting (2011) e Didi-Huberman (1998; 2013; 2015). Verificamos com essa leitura, que questões polêmicas do nosso tempo se interconectam com temáticas do romance, atualizando, assim, a obra e ampliando o seu circuito de sentidos em um constante movimento de mudança e preservação.
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