Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas públicas: Uma análise de evidências de validade de conteúdo

Resumo

Diante da quantidade de diferentes avaliações externas a que  tem sido submetida a escola e, independentemente da roupagem com que elas se apresentem, seja com o intuito de conhecer, diagnosticar e monitorar as fragilidades dos sistemas, seja de comparar os níveis de aprendizagem de estudantes de países diferentes, seja com o slogan de estimular e promover o estudo de determinadas áreas do conhecimento ou mesmo identificar talentos, etc., quaisquer que sejam os objetivos, é necessário que os testes apresentem evidências de validade de conteúdo. Desse modo, o objetivo deste artigo é analisar as evidências de validade do conteúdo da prova da primeira fase, nível 2, da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – Obmep, de 2017. Especificamente, busca-se analisar questões referentes à prova da Obmep em comparação com os documentos de referência, a fim de verificar se a representatividade - a demanda cognitiva - das questões está em consonância com os conteúdos previstos. Para tanto, as evidências de validade do conteúdo da prova da Obmep foram levantadas fazendo-se uso da blueprint e da análise de juízes, com posterior cálculo da Razão de Validade de Conteúdo – RVC. Para compor a parte referente aos conteúdos na blueprint, uma vez que não foram encontrados os conteúdos previstos para a Obmep, foram considerados o Currículo em Movimento utilizado no Distrito Federal e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Os resultados revelaram que é necessário que os organizadores da Obmep publicizem conteúdos abordados na prova e adequem a Olimpíada aos seus objetivos, que são incentivar e promover o estudo da matemática, ocasionando a inclusão social por meio do conhecimento e contribuindo para a melhoria da qualidade da educação básica.

Palavras-chave: Medidas em educação. Evidências de validade. Conteúdo. Obmep.