INVESTIGANDO INCLUSÃO, EXCLUSÃO E DIFERENÇA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UMA AVENTURA INSPIRADA EM VYGOTSKY

Resumo

Neste artigo, apresentamos reflexões críticas sobre a agenda do programa de pesquisas do Rumo a uma Educação Matemática Inclusiva e como ele se desenvolveu ao longo de 20 anos. Nosso objetivo é traçar a fundamentação teórica de nossos estudos voltados aos processos de ensino e de aprendizagem de alunos caracterizados socialmente como pertencentes ao público-alvo da Educação Especial. Adotamos métodos e técnicas associados à pesquisa documental para analisar artigos que produzimos e publicamos nesta área desde o início dos anos 2000. Vygotsky tem sido uma inspiração teórica ao longo de nossa trajetória de pesquisa: nosso foco inicial no conceito de mediação com ferramentas abriu janelas para como a substituição de uma ferramenta por outra transforma tanto as oportunidades de aprendizagem quanto as práticas matemáticas; a ligação dos seus pontos de vista sobre a unidade da cognição e da emoção nas experiências vividas com evidências contemporâneas do campo da cognição corporificada revelou como as experiências passadas são reencenadas e refinadas para criar novos sentidos de objetos matemáticos; e, à medida que os resultados de nossas investigações sugerem cada vez mais que as práticas matemáticas inclusivas desafiam o capacitismo inerente dos sistemas educativos existentes, a visão de transformação social de Vygotsky traz considerações sociopolíticas aos nossos esforços para compreender a inclusão, a exclusão e a diferença na educação matemática.

Palavras-chave: Experiências vividas, Emoção, Apropriação, Educação Matemática, Equidade, Inclusão.