A posição do analista e a escuta-leitura do significante
Resumo
Este artigo tem como propósito investigar as vicissitudes da posição do analista. Em primeiro lugar, é feita a distinção da situação de atendimento psicanalítico como uma experiência de discurso, na qual a fala é o principal meio. Em segundo, busca-se ver os modos variados de apreensão do “texto” de uma sessão. A escuta psicanalítica é concebida como aquela pela qual as palavras são lidas em seus elementos mínimos, instaurando jogos com a linguagem. A partir das formulações lacanianas, privilegia-se, portanto, a atenção concedida às palavras na sessão psicanalítica, e, sobretudo, a potência delas diante da interferência causada pela atual difusão de expressões do discurso científico que pretendem descrever o mal-estar. O objetivo é compreender de que maneira o psicanalista, por meio da escuta-leitura do significante, toca o real, mesmo que com o atravessamento do vocabulário nosográfico. Conclui-se que a posição de sujeito depende do modo como o psicanalista se posiciona.