Reflexões heideggerianas na clínica: por uma ética cotidiana
Resumo
O presente artigo incentiva uma discussão a respeito da ética no contexto clínico-psicológico. A ética é destacada como modo de ser constitutivo do homem; esta postura levanta reflexões quanto ao modo de como os homens, cotidianamente, vivenciam suas experiências socialmente resgatadas na clínica. Metodologicamente, o caminho escolhido envolve articulação entre homem-ética-mundo, fundamentada na perspectiva fenomenológico-hermenêutica. Diferentes modos de psicoterapia, vislumbrados através da perspectiva fenomenológico-hermenêutica, do filósofo Martin Heidegger, apresentam-se oportunos para a reflexão do modo de ser do homem na atualidade. Acrescentem-se as proposições sugeridas nos escritos de Heidegger (1970/1998; 1927/1999; 1949/2005), adicionadas a proposições de diferentes pensadores como Friedrich Nietzsche (1883/2011; 1882/2012), Albert Camus (1942/1997), Alexandre Cabral (2009), Zeljko Loparic (2004), Roberto Novaes (2009). Deste modo, as reflexões contribuem para reestabelecer a relação entre homem e seu constituinte ser-no-mundo-com-o-outro. O artigo provoca reflexões que envolvam uma responsabilidade ética, articulando um exercício permanente de compreensão e integrando o homem às suas experiências, à sua condição de finitude e de ser-no-mundo.