O tripé das psicoses em Pinel, Esquirol, Falret, Kraepelin, Bleuler e Freud
Resumo
Resumo: O presente artigo busca costurar um apanhado histórico interrogando autores-chave da psiquiatria precedente e contemporânea a Freud sobre tripé das psicoses, composto pelas noções de causa, desencadeamento e cura. O percurso analisa sucintamente, a partir deste recorte, as obras de Pinel, Esquirol, Falret, Kraepelin e Bleuler, para, em seguida, se ater a Freud. Essa travessia – que se apresenta aqui como redução minimalista de uma pesquisa doutoral – contrasta o histórico desmembramento do tripé com sua intrínseca articulação em Freud. Ela sugere, ademais, que a impossibilidade de concepção do tripé está intimamente relacionada com a incapacidade de fazer evoluir os princípios de tratamento sustentados por Pinel no início do século XIX. Por outro lado, é pela tessitura de uma formalização de cunho estrutural em que causa, desencadeamento e cura estão em inerente relação, que um dos legados da obra freudiana é justamente o de tornar possível a invenção de uma clínica das psicoses.