FREUD, DOSTOIEVSKI E A ÉTICA DA RENÚNCIA
Resumo
O presente artigo tem o objetivo de discutir o modo como Dostoievski contribui para a construção/alargamento do ideal ético de Freud pautado pela renúncia pulsional. Nosso argumento retoma o texto “Dostoievski e o parricídio”, ressaltando, especificamente, os comentários referentes ao modo como o escritor russo facilmente entregava-se aos desígnios de seus desejos, como o caso da paixão pelo jogo. A renúncia, neste caso, desponta como uma operação posterior ao ato e motivada pela culpa. Por esta via, circunstanciamos o circuito pulsional composto pela díade jogo-culpa de modo que este sentimento de culpa seja vislumbrado como um produtor/mandatário de um ato transgressivo, e não um resultado deste. Com isto, a instância responsável por punir o sujeito pelo jogo passaria ao papel daquele que o impulsiona a jogar, para, posteriormente, fazer pesar a culpa sobre seus atos. Isto é, referimo-nos a um supereu impositivo que ordena o gozo.Downloads
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Publicado
2017-10-09
Edição
Seção
Artigos: Estudos Teóricos e Ensaios