Perspectiva histórica intersexo por uma visão decolonial
DOI:
https://doi.org/10.33467/conci.v6i.20132Palavras-chave:
Intersexo, decoloniedade, patalogização, corpo humanoResumo
O presente artigo trata das diferentes formas que a sociedade lida com o corpo intersexo sob uma visão decolonial. Perpassando pela visão mitológica indo pra visão indígena até os dias de hoje, observando o tratamento da igreja católica e do clero e como isso e a colonização europeia faz com que a visão desse corpo seja ainda deturpada. Tendo como objetivo demonstrar que a colonização ajudou com a visão patologizante que hoje se tem dos corpos intersexo, como se a pessoa intersexo sofresse de alguma infermidade. O estudo foi feito traçando uma linha do tempo com a bibliografia pesquisada, desde antropólogos a médicos para compreender como a sociedade lidou ou objetificou corpos intersexo ao decorrer dos anos, com uma visão eurocentrada. Quando comparado o tratamento de pessoas intersexo nas comunidades indígenas com a maneira que os jesuítas tratavam e os dias de hoje, percebemos resquícios dessa lembrança eurocentrada católica porém retirando a questão patriarcal e religiosa, mas continuando tratando como doença e não como seres humanos que são. O estigma foi colocado pelo binarismo criado na bíblia de que Deus criou o homem e a mulher, então não se concebia ter outro corpo que não correspondesse a um desses.
Downloads
Referências
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CFM. Resolução de número 1664 de 2003.
CNJ. Ato Normativo de número 122 de 2021.
FERNANDES, E. R.; ARASI, B. M. Gay Indians In Brazil: Untold Stories os the Colonization os Indigenous Sexualities. Germany: Spring International Publishing, 2017.
FERNANDES, E. R.; ARASI, B. M. Why It’s Important to Look at Gay Natives’ History. Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, Brasil, 2009.
FOUCAULT, M. Herculine Barbin: o diário de um hermafrodita. Prefácio de Michel Foucault, novela de Oscar Panizza, trad. Irley Franco. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.
FOUCAULT, M. Os anormais. Curso no Collège de France (1974-1975). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FREITAS, D. C. A.; SANTOS, T. E. C. Corpos Trans e Intersexo: existência transgressão. In: CIRINEU, C. T.; ASSAD, F. B. (orgs.). Corpo em Foco: proposições contemporâneas. 1. ed. Chile: Claretiano, 2022
FREUD, S. Psicologia de grupo e análise do ego. Rio de Janeiro: Imago, 1976
IDH, Corte. Cuadernillo de Jurisprudencia de la Corte Interamericana de Derechos Humanos nº 14: Igualdad y No Discriminación, pp. 55-56. San José, Costa Rica: Corte IDH, 2019, tradução nossa.
MACHADO, P. S. O sexo dos anjos: representações e práticas em torno do gerenciamento sociomédico e cotidiano da intersexualidade. 2008. 266f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2008.
MAINARDES, J. Abordagem do Ciclo de Políticas: Uma contribuição para a Análise de Políticas Educacionais. Revista Educação e Sociedade, v. 27, n.94. Campinas, 2006
MULLER, P.; SUREL, Y. A Análise das Políticas Públicas. Pelotas: EDUCAT, 2002
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Saúde sexual, direitos humanos e a lei. Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Paraná, coordenadores do projeto: Daniel Canavese de Oliveira e Maurício Polidoro – Porto Alegre: UFRGS, 2020.
RIBEIRO, S. D. Reflexões sobre mitos no manuscrito autobiográfico de Herculine Barbin. Nuntius Antiquus, [S. l.], v. 6, p. 97–108, 2010. DOI: 10.17851/1983-3636.6.97-108. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/17250. Acesso em: 25 jan. 2023.
SAFATLE, V. O que é uma normatividade vital? Saúde e doença a partir de Georges Canguilhem. Revista Scientiæ Studia, São Paulo, v. 9, n. 1, p. 11-27, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ss/a/VfqSSxvQ7WBQyrKKbJwjpWx/?lang=pt. Acesso em: 26 nov.2022
SANTOS, Thaís Emília dos. “JACOB(Y) ‘entre os sexos’ e cardiopatias, o que o fez anjo?”. São Paulo: Scortecci Editora, jan. 2020.
VAINFAS, R. HERMAFRODITAS NOS SÉCULOS XVI E XVII: Intesexualidade impossível. Revista Espacialidades, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 50–67, 2021. DOI: 10.21680/1984-817X.2021v17n1ID21776. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/21776. Acesso em: 16 dez. 2022
VILLELA, J. B. Direitos da personalidade negativos: por que não? TABULÆ: Revista da Faculdade de Direito da UFJF, Juiz de Fora, v. 21, n. 1, p. 9-12, 2004.
VILLELA, J. B. O novo código civil brasileiro e o direito à recusa de tratamento médico. In: CONGRESSO INTERNAZIONALE “IL NUOVO CODICE CIVILE DEL BRASILE E IL SISTEMA GIURIDICO LATINOAMERICANO”, 16., 2003, Roma. Anais [...] Roma: [s.n.], 2003. p. 55-64.
YORK, S. W. TIA, VOCÊ É HOMEM? Trans da/na educação: Des (a) fiando e ocupando os" cistemas" de Pós-Graduação. 2020. 187f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Rio de Janeiro, 2020.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mônica Porto Cardoso, Adriana Lohanna
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A ConCI adota a Licença CC BY 4.0 , onde os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam dados os devidos créditos ao autor ou licenciador.
A ConCI considera que o autor detém o direito autoral sobre sua produção, porém o autor deve concordar em ceder à revista o direito à primeira publicação. Além disso, o autor deve concordar que:
- em quaisquer publicações em repositórios institucionais, capítulos de livro ou outras produções decorrentes de trabalhos publicados na ConCI, devem ser dados os devidos créditos à publicação inicial.
- estão autorizados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado pela ConCI.