A música como forma de conhecimento social Entrevista: Micael Herschmann
Palavras-chave:
Economia, Comunicação, Ciências Sociais, Ciências, Aplicadas, Ciência da Informação, Economia Política, Ciência Política, Economia da Cultura, Sociedade da Informação, Teoria do ConhecimentoResumo
Ao longo da última década, Micael Herschmann, professor do Programa de Pós-Graduação (PPGCOM) da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) e pesquisador do CNPq, consolidou-se como o principal nome brasileiro dos estudos sobre as interfaces entre os campos da Comunicação e da Música. Carioca, historiador de formação, transita com desenvoltura entre os estudos culturais críticos e a Economia Política da Comunicação, produzindo pesquisas que resultaram em livros de referência transdisciplinar. Entre eles, Indústria da música em transição (Ed. Estação das Letras e das Cores, 2010), Lapa, cidade da música (Ed. Mauad, 2007) e a coletânea Nas bordas e fora do mainstream musical. Novas tendências da música independente no início do século XXI (Ed. Estação das Letras e das Cores, 2011), que reuniu um time de colaboradores como George Yúdice, Keith Negus, Luiz Albornoz e Felipe Trotta. Com Albornoz, aliás, lidera projeto de pesquisa internacional financiado pela CAPES e pela Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo, unindo a ECO/UFRJ e a Universidad Carlos III de Madrid, sobre a economia da música no Brasil e na Espanha.
Aos 47 anos, comanda desde 2004 o Núcleo de Estudos e Projetos (NEPCOM) da ECO/UFRJ e, depois de atuar na coordenação do PPGCOM - único do país avaliado pela CAPES com a nota 6 - entre 2007 e 2009, tem se dedicado a consolidar o campo de estudos de Comunicação e Música. O último passo nessa direção foi a criação de um Grupo de Pesquisa na Intercom, o GP Comunicação, Música e Entretenimento, que estreou no XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em 2012 na Unifor, em Fortaleza (CE), contabilizando 32 trabalhos submetidos, dos quais 30 foram aprovados. "Para um GP recém-fundado, é um início auspicioso. Acho que está se fortalecendo e amadurecendo uma rede nacional de pesquisadores de comunicação & música, com o boom dos eventos acadêmicos, em âmbito nacional, dedicados a estas reflexões e estudos", diz Micael, referindo-se à proliferação de eventos dedicados a este campo interdisciplinar, como Musicom, MusiMid e Comúsica.
Influenciado pelo trabalho de Jacques Attali - que conheceu por meio de uma edição mexicana do clássico livro Bruits (1977), que propõe uma leitura da música (e do ruído) sob o prisma da economia política -, Herschmann vê as manifestações musicais como uma forma de acesso à realidade social e defende o resgate de uma "agenda expandida" de pesquisa e o diálogo entre a EPC e outras correntes teóricas de matriz crítica, possibilitando um "mergulho, de fato, no cotidiano dos atores sociais". A seguir, os principais pontos da entrevista.Downloads
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