A CIDADE DE ESTÂNCIA SOB O OLHAR NO TEMPO-ESPAÇO DA FÁBRICA
Resumo
Este artigo tem como objetivo fazer a leitura espacial geográfica da cidade de Estância/SE, diante da crise estrutural do capital, a partir da memória dos seus moradores, os que vivem do trabalho: dos empregados e desempregados das instalações industriais da cidade, procurando identificar as suas ações, reações e tensões, tendo a palavra fábrica como signo ideológico nucleador dos questionamentos. A análise das representações da cotidianidade foi mediada na abordagem lefebvriana que permite compreender o vivido e o percebido enquanto concepção, prático sensível. A leitura desenvolvida permitiu verificar que a palavra fábrica passa por todas as relações do cotidiano, dos sujeitos questionados; a cidade não é percebida, na velocidade dos tempos da modernização tecnológica, do ritmo acelerado da informatização, ou da robótica, mas no tempo da duração lenta. O tempo e história da cidade de Estância são geograficizados no congelamento do ontem, como forma talvez de naturalizar a miséria e gravar pela memória um ontem que eterniza melhores tempos que lhe permite dar sentido ao cotidiano de suas vidas. No desejo, a subjetividade é a corrente do seu aprisionamento, uma vez que o trabalho alienado é seu meio e fim.
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