HISTÓRIA E ESSÊNCIA DE UM OFÍCIO TRADICIONAL: OLARIAS, OLEIROS E FORMAS ARTESANAIS (HISTORY AND ESSENCE OF A TRADITIONAL OCCUPATION: POTTERIES, POTTERS AND HANDCRAFTED FORMS)
Resumo
RESUMO:
O presente artigo propõe uma reflexão sobre o saber e fazer de comunidades oleiras, com vistas a compreender as formas artesanais como parte de um comportamento sociocultural, econômico e organizacional, que utilizam os lugares de extração de argila como espaço produtivo e de vida. Quanto aos aspectos metodológicos, a investigação foi dividida em duas fases – pesquisa documental (levantamento das referências) e trabalho de campo – e, por meio deste último, construiu-se o material fotográfico, foram obtidos os relatos dos pesquisados e se aplicaram questionários com dez sujeitos oleiros do município de Gouvelândia, Goiás, Brasil. Conforme os principais resultados, 100% dos trabalhadores oleiros são do sexo masculino, 61% sequer finalizaram o ensino fundamental, 50% possuem entre 18 e 33 anos, 50% trabalham entre seis e dez anos com o tradicional ofício e, para 100% desses indivíduos, as olarias fazem parte da história e tradição do referido município.
Palavras-chave: Pequena Vila; Ofício Tradicional; Artesanato; Cerrado; Tijolos.
ABSTRACT:
This article proposes a reflection on the knowledge and practice of pottery communities, in order to understand the handcrafted forms as part of a sociocultural, economic and organizational behavior, that use the places of clay extraction as productive and life space. Concerning the methodological aspects, the research was divided into two phases – documentary research (references survey) and fieldwork – and, through the last one, the photographic material was constructed, the reports of the respondents were obtained and questionnaires were applied to ten subjects from the municipality of Gouvelândia, Goiás, Brazil. According to the main results, 100% of the pottery workers are male, 61% have not even finished basic education, 50% are between 18 and 33 years old, 50% work between six and ten years with the traditional occupation and, to 100% of these individuals, the potteries are part of the history and tradition of the referred municipality.
Keywords: Small Village; Traditional Occupation; Handicraft; Cerrado; Bricks.
Downloads
Referências
ARAÚJO, I. C.; PEREIRA, J. A.; SANTOS, J. C. V. Porto Gouveinha, uma paisagem e suas travessias: um mosaico de encontros e reencontros entre as culturas mineira e goiana. Revista GeoNordeste, São Cristóvão, ano 28, n. 2, p. 26-41, jul./dez. 2017.
BORDEST, S. M. L. Patrimônio ambiental de Chapada dos Guimarães (MT): olhares e possibilidades turísticos culturais. Cuiabá: Editora da UFMT, 2005.
BORGES, J. de O. As ruralidades do Fundão: origens, valores socioculturais e representações comunitárias no município de Araguari/MG. 2006. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006.
CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ. Divisão de Turismo. Ofícios e tradições. Loulé: Conselho de Loulé, 2008.
CAMPOS, M. da G. de C. Causa geográfica do desenvolvimento das olarias na Baixada Guanabara. Revista Brasileira de Geografia, ano 17, n. 2, [n.p.], abr./jun. 1955.
CARLOS, A. F. A. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.
COLODA, A. A indústria do barro em decadência. O Florense, Flores da Cunha, ano 22, n. 11.122, p. 3, 30 jul. 2010.
CORIOLANO, L. N. M. T. et al. Arranjos produtivos locais do turismo comunitário: atores e cenários em mudanças. Fortaleza: Editora da UECE, 2009.
GUERRA, A. T. Dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1978.
JESUS, L. L. de; NABOZNY, A. Marcas de uma regionalidade interiorana: composições de festas de padroeiros e tropeadas em comunidades rurais de Imbituva-PR. Revista GeoNordeste, São Cristóvão, ano 28, n. 2, p. 6-25, jul./dez. 2017.
KOPTE, J. M. Um estudo de olaria no contexto do folclore. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1979.
MACHADO, R. C. V. Artesanato do barro. Pesquisa Escolar On-Line, Recife, [n.p.], 2007. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: 10 abr. 2018.
MENESTRINO, E.; PARENTE, T. G. O estudo das territorialidades dos povos tradicionais impactados pelos empreendimentos hidrelétricos no Tocantins. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities Research Medium, Uberlândia, v.2, n. 1, p. 1-19, jan./jun.2011. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/braziliangeojournal>. Acesso em: 2 abr. 2018..
PEREIRA, A. V. Bordeira: espaço simbólico, expressões festivas e processos da construção das identidades. Faro: Tipografia União; Folha de Domingo, 2005.
PLA, J. La cerámica popular paraguaya. Asunción: Editora da Universidade Católica de Nuestra Señora de La Asunción, 2006.
SANTANA, E. L.; SANTOS, J. C. V. Lago de São Simão e o desenvolvimento do turismo rural: uma nova atividade econômica sustentada pelo trabalho familiar. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 9, n. 6, p. 668-683, nov. 2016/jan. 2017.
SANTOS, J. C. V. Políticas de regionalização e criação de destinos turísticos entre o Lago de São Simão e a Lagoa Santa no Baixo Paranaíba Goiano. 2010. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
SANTOS, J. C. V.; SANTOS, R. J. Territórios do barrocal e as territorialidades dos oleiros no Baixo Vale Paranaíba goiano. In: ENCUENTRO DE GEÓGRAFOS DE AMÉRICA LATINA, 13., 2011, San José. Anais... San José: Universidad Nacional Costa Rica, 2011.
SILVA, M. C. da; LEÃO, N. A. R.; MARQUES, L. S.; CARRIJO, S. de O.; NETO, A. R. de S. Olaria Paraíso: uma visão para além do concreto. Revista da UFG/Jataí (GO), Jataí, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2009.
ZANON, M. A. Oleiros de Umbará: história e tecnologia. Curitiba. Casa Editorial Tetravento, 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
Você é livre para:
- Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar - transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - Você deve dar crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de forma razoável, mas não de forma que sugira que o licenciante o respalda ou o seu uso.
Não Comercial - Você não pode usar o material para fins comerciais .
- Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restringem legalmente os outros de fazer qualquer coisa que a licença permita.