Protestantismo e indústria
Michel Chevalier e os Estados Unidos da década de 1830
DOI:
https://doi.org/10.61895/pl.v17i33.19813Palabras clave:
Protestantismo, Capitalismo, Estados Unidos, Max Weber, Michel ChevalierResumen
Este artigo tem por objetivo discutir as relações entre protestantismo e desenvolvimento econômico nos Estados Unidos. Max Weber, em diversas de suas obras, mas principalmente em A ética protestante e o espírito do capitalismo, afirmava a relação intrínseca entre o ascetismo dos adeptos das igrejas reformadas, a exaltação de uma “ética” do trabalho e o êxito das práticas capitalistas. Essa interpretação, considerada ainda hoje como uma das matrizes do pensamento sociológico, já podia ser encontrada no início do século XIX em diversos autores, entre os quais o francês Michel Chevalier. Esse autor defendia a relação direta entre práticas religiosas e êxito industrial. Essa concepção a respeito do protestantismo se constituiu como uma espécie de “mitologia” da nação nos Estados Unidos e elemento central para a formulação de uma identidade nacional naquele país. Este trabalho busca, portanto, evidenciar o poder, a permanência e o caráter de longa duração dessas interpretações, utilizadas, muitas vezes, ainda hoje para explicar o pretenso sucesso econômico norte-americano com frequência em comparação com outras nações, especialmente as latino-americanas.
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