O bispo e o patrimônio eclesiástico no Reino Visigodo: uma análise das atas dos Concílios III e IV de Toledo (Séculos VI-VII)

Autores/as

  • Guilherme Marinho Nunes

Resumen

Neste trabalho temos como objetivo central discutir sobre um aspecto fundamental de asserção do episcopado no Reino Visigodo de Toledo, a afirmação da instituição eclesiástica como principal administradora de um vasto patrimônio sob o domínio dos bispos. Esse processo pode ser enquadradado sob um olhar mais abrangente de transformações na Europa Ocidental, marcado pela desestruturação da administração central imperial e o surgimento de formas específicas de autoridade local senhorial, baseada no poder sobre terras e homens. Focamos nossa análise no discurso episcopal presente nas atas dos Concílios III e IV toledanos, visando destacar os aspectos de estabelecimento do discurso que reforça a condição bispal como domini, porém que possuem grande porção de seu domínio associados às normativas institucionais canônicas.

 

Palavras-chaves: Bispo; Patrimônio eclesiástico; Reino Visigodo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Guilherme Marinho Nunes

Mestre em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ

Pesquisador Colaborador do Programa de Estudos Medievais da UFRJ

Citas

VIVES, José (ed.) et alli. Concilios visigóticos e hispano-romanos. Barcelona: Instituto Enrique Flórez. 1963.

TEJADA Y RAMIRO, Juan. Colección de cánones y de todos los Concilios de la Iglesia de España y de América. 1863.

SCOTT, S. P. The visigothic code. Boston: Boston Book Company, 1910.

Bibliografia

AZEVEDO, Luiz Carlos de. O direito visigótico. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 96, p. 3-16, 2001.

BARBERO DE AGUILERA, Abilio, e; VIGIL PASCUAL, Marcelo. La formación del feudalismo em la Península Ibérica. Barcelona: Crítica, 1978.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

BUENACASA PÉREZ, Carles. Espiritualidad vs racionalidade económica: los dependientes eclesiásticos y el perjuicio económico a la iglesia de Dumio em el testamiento de Ricimiro (656). POLIS. Madrid, v. 16, p. 7-32, 2004.

BUENACASA PÉREZ, Carles. La figura del obispo y la formación del patrimonio de las comunidades cristianas según la legislación imperial del reinado de Teodosio I (379-395), Studia Ephemeridis Augustinianum, Roma, v. I, n. 58, p. 121-139, 1997.

CASTELLANOS, Santiago. Political nature of taxation in Visigothic Spain. Early Medieval Europe, Oxford, v. 12, n. 3, p. 201-228, 2003.

CASTELLANOS, Santiago. Terminología textual y relaciones de dependencia en la sociedad hispanovisigoda. En torno a la ausencia de coloni en las Leges Visigothorum. Geríon, Madrid, n. 16, p. 451-460, 1998.

DÍAZ MARTÍNEZ, Pablo de la Cruz. Formas económicas y sociales en el monacato visigodo. Salamanca: Universidad de Salamanca. 1987.

FIORIN, José Luiz. Tendências da análise do discurso. Caderno de Estudos Liguísticos, Campinas, n. 19, p. 173-179, 1990.

FONTES, Luís. O Período Suévico e Visigótico e o Papel da Igreja na Organização do Território. In: PEREIRA, Paulo (Coord.). Minho – Traços de Identidade. Braga: Universidade do Minho, 2009. p. 272-295.

FRIGHETTO, Renan. Sociedade e Cultura no NO. Peninsular Ibérico em finais do século VII, segundo o De Genere Monachorum de Valério do Bierzo. Gallaecia, Santiago de Compostela, v. 18, p. 363-373, 1999.

GARCÍA MORENO, Luis A. Composición y estructura de la fuerza del trabajo humana en la Península Ibérica durante la Antigüedad tardia. Memorias de historia antigua, Oviedo, v. 1, p. 247-256, 1977.

GARCÍA MORENO, Luís A. Historia de España Visigoda. Madrid: Catedra, 1989.

HESPANHA, António Manuel. História das instituições: Épocas medieval e moderna. Coimbra: Almedina, 1982.

IOGNA-PRATT, Dominique. Préparer l’au-delà, gérer l’ici-bas: les élites ecclésiastiques, la richesse et l’économie du christianisme (perspectives de travail). DEVROEY, Jean Pierre; FELLER, Laurent; LE JAN, Régine [eds.]. Les élites et la richesse au haut Moyen Âge. Turnhout: Brepols, 2011. p. 59-70.

ISIDORO DE SEVILHA. De differentiis verborum.

LAWRENCE, C. H. El monacato medieval: formas de vida religiosa en Europa occidental durante la Edad Media. Madrid : Gredos, 1999.

LEAR, Floyd Seyward. The public law of the visigothic code. Speculum, Cambridge, v. 26, n. 01, p. 1-23, 1951.

MARTIN, Céline. . Les évêques visigothiques dans leur espace: de l’autonomie à l’integration. In: BOUGARD, François; DEPREUX, Philippe; LE JAN, Régine [org.]. Les élites et leur espace: mobilité, rayonnement, domination (VIᵉ -Xᵉ siècles). Turnhout: Brepols, 2007. p. 207-223.

MARTINEZ DIEZ, Gonzalo. Cánones patrimoniales del Concilio de Toledo del 589. In: Concilio III de Toledo: XIV Centenario (589-1989). Toledo: Diputación Provincial, 1991. p. 565-579.

MARTÍNEZ DÍEZ, Gonzalo. Los Concilios de Toledo. Anales Toledanos, Toledo, n. 3, p.119-138, 1971.

NEWHAUSER, Richard. The early history of greed: the sin of avarice in Early Medieval thought and literature. Cambridge: Cambridge University, 2004.

ORLANDIS, José. Historia del Reino Visigodo Español. Madrid: Rialp, 1988.

ORLANDIS, José. In:___; RAMOS-LISSÓN, Domingos. Historia de los Concílios de la España romana y visigoda. Pamplona: Universidad de Navarra, 1986.

ORLANDIS, Jose. Los laicos en los concílios visigodos. Anuario de historia del derecho español, Granada, n. 50, p. 177-187, 1980.

ORTIZ DE GUINEA, Lina Fernandez. Participación episcopal de la articulación de la vida politica Hispano-Visigoda. Studia Histórica. Historia Antigua, Salamanca, v. XII, p. 159-167, 1994.

RODRÍGUEZ GIL, Magdalena. Consideraciones sobre una antigua polémica: las Iglesias propias. Cuadernos de historia del derecho, Madrid, n. 6, p. 247-272, 1999.

ROSENWEIN, Barbara H. Negotiating space: power restraint and privileges of immunity in Early Medieval Europe. Nova Iorque: Cornell University, 1999.

SILVA, Marcelo Cândido da. História do Roubo na Idade Média. Belo Horizonte: Fino Traço, 2014.

TORRES, Manuel. El origen del sistema de “iglesias propias”. Anuario de historia del derecho español, Granada, n. 5, p. 83-217, 1928.

VELÁZQUEZ SORIANO, Isabel. Impronta religiosa en el desarollo jurídico de la Hispania visigoda. Illu. Revista de ciencia de las religiones, Madrid, n. 2, p. 97-121, 1999.

WICKHAM, Chris. La transición en occidente. ESTEPA, Carlos et alli [coord.] Transiciones en la antiguedad y feudalismo. Madrid : Fundo de Investigaciones Marxistas, 1998.

WOOD, Susan. The proprietary church in the Medieval West. Oxford: Oxford University, 2006.

ZÉTOLA, Bruno Miranda. Discurso caritativo e legitimação do poder episcopal na antiguidade tardia: o caso de Emerita (550-633). Dissertação apresentada como requisito à obtenção do grau de Mestre pelo curso de Pós-Graduação em História da Universidade do Paraná. Curitiba, 2005.

Publicado

2017-10-17

Cómo citar

NUNES, Guilherme Marinho. O bispo e o patrimônio eclesiástico no Reino Visigodo: uma análise das atas dos Concílios III e IV de Toledo (Séculos VI-VII). Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 10, n. 18, p. 3–26, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/pontadelanca/article/view/7560. Acesso em: 27 sep. 2024.