O Ilu quando bate não tem coração que não vibre: o som que se desloca do terreiro para espaços profanos
Mots-clés :
música de terreiros, ogã, religiões afro-brasileiras, hibridismo, diálogoRésumé
Temos como objetivo demonstrar a presença da religião afro-brasileira em espaços não-consagrados através do deslocamento que o ilu realiza entre o terreiro até os palcos. Esse deslocamento é feito por meio de um ogã que exerce duas funções: uma como músico de cerimônias sagradas; e outra como membro de uma banda de um artista que trabalha com a tradição popular. Para isso, foi realizada entrevista com um pai de santo no bairro do Morro da Conceição no município do Recife, PE, e com um músico e ogã. A finalidade da pesquisa é também demonstrar uma conexão híbrida que o instrumento realiza entre os toques sagrados aos orixás e as canções da cultura contemporânea, uma reconfiguração do toque do terreiro inserido em outro campo musical, ao mesmo tempo em que as mesmas conexões entre esses “dois mundos” apontam para um diálogo possível.
We aim to demonstrate the presence of Afro-Brazilian religion in non-consecrated spaces through the displacement that Ilu performs between from the terreiro to the stage. This displacement is done through an ogã who performs two functions: one as a musician of sacred ceremonies and another as a member of a band of an artist who works with the popular tradition. An interview was conducted with a father of a saint in the neighborhood of Morro da Conceição in the city of Recife, PE, and with a musician and ogã. The purpose of the research is also to demonstrate a hybrid connection made by the instrument between the sacred touches to the orixás and the songs of the contemporary culture, a reconfiguration of the touch of the terreiro inserted in another musical field, at the same time that these same connections between these "two worlds "point to a possible dialogue.
Keywords: terreiros music; ogã; afro-brazilian religions; hybridism; dialogue.
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Références
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