PRECISAMOS CONVERSAR SOBRE NACIONALISMO
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v13i37.16695Resumo
Meu objetivo é propor uma revisão da literatura disponível sobre nacionalismo, a fim de mostrar que o problema é demasiado complexo para ser rapidamente abraçado ou repudiado como tabu. Em primeiro lugar, defendo que a nação é, no contexto moderno, uma noção inescapável. Em segundo lugar, distingo diferentes tipos de nacionalismo, como os variados movimentos nacionais que estão na origem das muitas nações hoje existentes, o nacionalismo clássico liberal, o nacionalismo populista latino americano e o nacionalismo anticolonialista brasileiro da década de 1950. Com isso, defendo que o fenômeno, do ponto de vista brasileiro, tem de ser compreendido à luz de seu próprio contexto, sem importações teóricas desnecessárias. Além disso, verifica-se que boa parte das teorias assume, diante do fenômeno, uma postura que muitas vezes inviabiliza pensar movimentos nacionais anticolonialistas. Sendo assim, embora o conceito represente movimentos políticos irracionalistas em alguns países desenvolvidos, nem sempre essa transposição teórica é possível ao nosso contexto. Algumas classes e raças vulnerabilizadas muitas vezes encontraram em movimentos nacionais um caminho de emancipação, como o mostra a análise de Joaquim Nabuco das relações entre o movimento abolicionista e o movimento pela Independência no Brasil.