A POLÍTICA DA LINGUAGEM EM ROUSSEAU
DOI:
https://doi.org/10.52052/issn.2176-5960.pro.v11i30.11697Abstract
O Ensaio sobre a origem das línguas expõe o momento em que as línguas se enfraquecem, abrindo caminho para o cortejo da violência. O livro apresenta o lugar do discurso nos tempos antigos em oposição ao seu não-lugar nos tempos modernos, ou seja, a mudança do lugar da eloquência na antiguidade para a idade moderna. Aos olhos de Rousseau, as línguas – assim como os homens – estão profundamente atreladas ao tempo e, por conseguinte, em constantes transformações. Elas seguem as vicissitudes dos costumes e se alteram ou se conservam com eles. Não por outra razão, é dito que o movimento da linguagem reproduz, a seu modo e em seu plano, o da humanidade, de sorte que é possível reconstruir uma história da liberdade e da servidão dos povos a partir da análise de suas línguas. Bem como, reconstituir história de cada língua por meio da história e das condições sociais, políticas e econômicas de cada povo. A questão que nos propomos investigar pode ser formulada nos seguintes termos: quais relações podem existir entre regimes políticos e discurso? Dois aspectos serão privilegiados: i) as características constitutivas de cada língua falada e ii) o regime de organização política do povo que a fala.